Título do Trabalho
A MULHER NO SERTANEJO UNIVERSITÁRIO: SUBJETIVAÇÃO E EMPODERAMENTO FEMININO
Autores
  • maria aparecida dos santos mota
Modalidade
Comunicação Oral
Área temática
GT 9 – INTERFACES ENTRE EDUCAÇÃO, GÊNERO E SEXUALIDADE
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ixsimfop/124373-a-mulher-no-sertanejo-universitario--subjetivacao-e-empoderamento-feminino
ISSN
2175-9162
Palavras-Chave
Sertanejo universitário; empoderamento feminino; gênero;
Resumo
A MULHER NO SERTANEJO UNIVERSITÁRIO: SUBJETIVAÇÃO E EMPODERAMENTO FEMININO Maria Aparecida dos Santos Mota? Andréia da Silva Daltoé?? INTRODUÇÃO Este trabalho tem por objetivo analisar o processo de subjetivação da mulher a partir do empoderamento conquistado no espaço da música sertaneja. Pois observa-se, atualmente, nos sucessos interpretados pelos cantores homens, referências às mulheres são constantes, pois nas letras das músicas sempre há a alusão a algum comportamento ou posição da mulher. Já nos sucessos interpretados pelas cantoras e duplas femininas percebe-se a mulher tentando afirmar-se e mostrar-se de maneira igualitária ao homem. Alguns temas como a preferência pelo homem cafajeste, a renúncia de um amor pela liberdade, o envolvimento com homem comprometido, a autoafirmação de ser uma mulher poderosa, entre outros, são temas frequentes que mostram a mulher expondo seus desejos e sua conduta, posicionando-se de maneira superior ao perfil de mulher exposto pelas músicas cantadas pelos cantores masculinos MATERIAIS E MÉTODOS Para ser desenvolvido, este trabalho será fundamentado na pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo e contará com a letra das músicas para análise. Será subsidiado pelos pressupostos teóricos da Análise do Discurso (AD), de linha francesa, e contará, também, com alguns conceitos de outros autores que contribuirão para a sua fundamentação teórica. Por meio dessa área analítica, escolhe-se a música sertaneja como materialidade de estudo, assim, é necessário observarmos sua totalidade e selecionarmos alguns aspectos para que constituam o corpus da análise discursiva da pesquisa. RESULTADOS/DISCUSSÃO Ao tomarmos as letras de músicas sertanejas como materialidade linguística, limitamo-nos às letras de canções escritas, compreendidas como texto, pois, para Orlandi (2013, p.63) “o texto é a unidade que o analista tem diante de si e da qual ele parte”, e frente a um texto, o analista remete-o imediatamente a um discurso. Nesse sentido, as letras de músicas sertanejas cantadas e escritas por mulheres, e escritas por homens são os textos tomados como objetos de estudos a fim de mostrarmos neles o funcionamento de um discurso ao produzir sentidos. No objeto da pesquisa observa-se dois vieses importantes: a imagem feminina do ponto de vista masculino – cantores e duplas masculinos – e do ponto de vista feminino – cantoras e duplas femininas. Equiparando-se as visões masculina e feminina com relação à mulher, ascendem-se aí as questões sobre gênero. Segundo Scott (1995, p.75)o uso da palavra gênero exclui características biológicas, e considera apenas as identidades subjetivas Para ela, a prática e os papéis sociais concedidos às mulheres e aos homens são diferenciados por essa palavra. Gênero, ao evidenciar seu caráter social, ora distinguindo homem/mulher, ora substituindo a palavra ‘mulher’, ora representando o masculino ou o feminino, deve-se ao fato de a palavra ser inserida em um contexto com um sentido já criado, já imposto, ou seja, um sentido idealizado, imaginado por um enunciador que, pelo fato de ocupar um lugar na sociedade e no discurso, assim o atribui. Para Orlandi (2013, p. 42), na AD, não se ignora, na constituição do dizer, a força que a imagem tem. No funcionamento da linguagem, o imaginário é indispensável e eficaz. Para a autora (2013, p. 42), o imaginário “não ‘brota’ do nada: assenta-se no modo como as relações sociais se inscrevem na história e são regidas, em uma sociedade como a nossa, por relações de poder.” Assim,os sentidos atribuídos à mulher pela visão masculina e o papel feminino exposto pelas cantoras são reflexos de discursos já existentes. É pertinente ressaltarmos aqui a heterogeneidade do discurso, pois, para Orlandi (1998, p.39) ele se constitui pela memória, pelo domínio do saber e por outros dizeres já ditos ou possíveis que garantem a formulação do dizer e a sua sustentação. Os dizeres sobre a mulher e a identificação da mesma surge da ressignificação e da reformulação de discursos outros. Assim, acredita-se que valiosos aspectos sobre a subjetivação e o empoderamento feminino são discursivizados nas letras das músicas femininas. CONCLUSÕES Com a pesquisa em andamento, creditamos que a AD, significativamente, pode contribuir para o estudo discursivo sobre as questões femininas e de gênero que envolvem o tema. Pois, com esta pesquisa, espera-se delinear um perfil feminino empoderado através da análise das músicas sertanejas, acredita-se conter nas letras das músicas um teor discursivo pertinente sobre a subjetivação feminina. Espera-se, contribuir com uma discussão sobre o empoderamento feminino ao analisarmos as músicas interpretadas pelas cantoras e duplas femininas, pois, supõe-se que uma (nova) identidade venha a ser atribuída à mulher acompanhando suas conquistas em outras áreas. Levando-se em conta o percurso histórico que a mulher percorreu -e encontra-se- expecta-se, ao analisar as letras das músicas – a existência de gestos interpretativos e indícios discursivos que sustentem o empoderamento feminino. Importa-nos, também, a análise das músicas interpretadas pelos cantores e duplas masculinas, pois, traça-se um perfil feminino sobre a imagem que o homem faz da mulher – da sua posição social, e principalmente, da mulher dentro da relação afetiva homem/mulher. Assim, ao olharmos as letras de música – na perspectiva da AD – como um texto aberto e incompleto quanto a sua significação, será valioso observar a mobilização dos sentidos e a discursivização que elas possibilitam. REFERÊNCIAS HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. ORLANDI, Eni P. Análise do Discurso: princípios e procedimentos. 11.ed. São Paulo: Pontes, 2013. ______. Discurso e texto: formulação e circulação dos sentidos. Campinas/SP: Pontes, 2001. ______. Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 1998. PÊCHEUX, Michel. Análise Automática do Discurso (AAD-69). In: GADET, F.; HAK, T. (Org). Por uma Análise Automática do Discurso. 5. ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2014. ______. O discurso: estrutura ou acontecimento [?]. 5. ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2008. ______. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução. Eni P. Orlandi. Campinas: Ed. da Unicamp, 1995. SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995. DISSERTAÇÃO http://tede.metodista.br/jspui/bitstream/tede/1500/2/Maria%20Tereza%20Mazziero%20de%20Souza.pdf
Título do Evento
IX SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA ATUAL CONJUNTURA NACIONAL e VII Seminário Regional do Proesde Licenciaturas
Cidade do Evento
Tubarão
Título dos Anais do Evento
Anais do IX SIMFOP - Simpósio Nacional sobre Formação de Professores: a Educação Brasileira na atual conjuntura Nacional e VII Seminário Regional do Proesde Licenciaturas
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MOTA, maria aparecida dos santos. A MULHER NO SERTANEJO UNIVERSITÁRIO: SUBJETIVAÇÃO E EMPODERAMENTO FEMININO.. In: Anais do IX SIMFOP - Simpósio Nacional sobre Formação de Professores: a Educação Brasileira na atual conjuntura Nacional e VII Seminário Regional do Proesde Licenciaturas. Anais...Tubarão(SC) UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/ixsimfop/124373-A-MULHER-NO-SERTANEJO-UNIVERSITARIO--SUBJETIVACAO-E-EMPODERAMENTO-FEMININO. Acesso em: 17/05/2025

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