Título do Trabalho
AUTISMO: EFEITO DE UMA LINGUAGEM QUE "FALHA"?
Autores
  • Leidiane Nunes Mateus Goulart
Modalidade
Comunicação Oral
Área temática
GT 16 – PSICANÁLISE E LINGUAGEM
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ixsimfop/123621-autismo--efeito-de-uma-linguagem-que-falha
ISSN
2175-9162
Palavras-Chave
AUTISMO- LINGUAGEM
Resumo
O tema autismo ultimamente tem gerado calorosas discussões, com grandes contribuições para o levantamento de hipóteses em relação ao surgimento e tratamento. (não sugiro tratamento em direção de uma cura, e sim como forma de amenizar sintomas). Por ser um termo instável, acaba produzindo muitos efeitos paradoxais, contudo pensar o autismo pelo viés psicanalítico seria contrariar muitas abordagens de estudos de tal tema. Para a psicanálise o que importa é o sujeito, e é nesse sentido que não coloca o autista dentro do estereótipo de indivíduo portador de algum déficit. O diagnóstico define um déficit e não o sujeito psicanalítico. Quando pensamos o autismo dentro da abordagem psicanalítica, podemos relacionar o espectro com falhas envolvendo as funções maternas e paternas. Pode-se sugerir a falha materna relacionando com o não cumprimento de tal função, seja ela pela mãe biológica ou por alguém que deveria desempenhar a função, não proporcionando para criança uma resposta necessária relacionada com esse mundo exterior. Da mesma forma podemos pensar a função paterna, onde o pai biológico ou alguém que desenvolva a função, não consegue marcar a presença de um terceiro, tão importante para constituição psíquica do sujeito. No autismo, o sujeito não passa pela alienação que constituiria o imaginário e muito menos pela castração que o daria acesso ao registro simbólico, sendo assim ficaria no registro do real. A falta do entrelaçamento entre os três registros resulta num sujeito sem limites entre o imaginário e simbólico, entre o corpo real e o mundo externo. Sendo assim, existe uma desconexão entre a linguagem e a realidade material. O autismo, comparado a histeria nos tempos de Freud, vem servindo como paradigma, exigindo de certa forma, um possível diálogo entre diversas áreas do saber. Por ser uma especificidade, com muitas possibilidades causais, diversas áreas do saber precisam ser articuladas para garantir um melhor desempenho desses sujeitos pertencentes à “classe” do autismo. Diante do déficit no campo simbólico, a linguagem no autista está comprometida. Por não haver representação invocante, predomina a desconexão entre a linguagem e a vida emocional. Quando o simbólico não se liga ao imaginário, ao corpo, quando o gozo não pode ser tratado pela lógica da diferença significante, não há extração de gozo do corpo. Sem a extração do objeto, o simbólico e o imaginário se encontram colocados em continuidade com o real. O fora do sentido e o sem lei real é que predominam. (BARROSO, 2012.p.137). Jerusalinsky (1984) nos diz que o autismo se consolida a partir de um descompasso da relação entre a mãe e o bebê, fatores interferem o desejo da mãe, sendo que a mesma não consegue com seu olhar, libidinizar o corpo do filho. Portanto, se a mãe não deseja, nada pode demandar, não promovendo a criança oferecer algo de si. Contudo a presença simbólica não é estabelecida, ficando apenas uma presença física. A partir do que foi trazido muito que brevemente, poderíamos pensar o que autismo representa a não instauração da relação simbólica fundamental. Existe uma falha na entrada da cadeia de significantes, que deveria ser promovida pelo Outro primordial (Mãe). Assim, poderíamos pensar que o autismo é efeito de uma linguagem que falha, já que é pela linguagem que o sujeito tem a possibilidade de constituição?
Título do Evento
IX SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA ATUAL CONJUNTURA NACIONAL e VII Seminário Regional do Proesde Licenciaturas
Cidade do Evento
Tubarão
Título dos Anais do Evento
Anais do IX SIMFOP - Simpósio Nacional sobre Formação de Professores: a Educação Brasileira na atual conjuntura Nacional e VII Seminário Regional do Proesde Licenciaturas
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

GOULART, Leidiane Nunes Mateus. AUTISMO: EFEITO DE UMA LINGUAGEM QUE "FALHA"?.. In: Anais do IX SIMFOP - Simpósio Nacional sobre Formação de Professores: a Educação Brasileira na atual conjuntura Nacional e VII Seminário Regional do Proesde Licenciaturas. Anais...Tubarão(SC) UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/ixsimfop/123621-AUTISMO--EFEITO-DE-UMA-LINGUAGEM-QUE-FALHA. Acesso em: 27/05/2025

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