PEIXES COM POTENCIAL PARA PESCA ESPORTIVA NO BAIXO RIO ROOSEVELT, SUDOESTE DA AMAZÔNIA, BRASIL

Publicado em 26/09/2022 - ISBN: 978-65-5941-785-8

Título do Trabalho
PEIXES COM POTENCIAL PARA PESCA ESPORTIVA NO BAIXO RIO ROOSEVELT, SUDOESTE DA AMAZÔNIA, BRASIL
Autores
  • Mariel Acácio de Lima
  • Valéria Fernanda Silva Martins
  • Igor Hister Lourenço
  • Larissa Sbeghen Pelegrini
  • Hildeberto Ferreira de Macêdo Filho
  • Marcelo Rodrigues dos Anjos
Modalidade
II Workshop da Rede Brasileira de Ciência Cidadã - Resumo expandido
Área temática
A ciência da ciência cidadã
Data de Publicação
26/09/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/iwdrbdcc2022/496226-peixes-com-potencial-para-pesca-esportiva-no-baixo-rio-roosevelt-sudoeste-da-amazonia-brasil
ISBN
978-65-5941-785-8
Palavras-Chave
Pesca esportiva, Amazônia, Cichla, rio Roosevelt
Resumo
Tipo de estudo: Produção científica RESUMO Foram selecionadas 17 espécies de peixes com potencial para prática da pesca esportiva. Characiformes foi a ordem mais representativa com um total de 10 espécies. Phractocephalus hemioliopterus foi o peixe que apresentou maior tamanho e maior massa corporal, com indivíduos chegando a mais de 1m de comprimento e pesando mais de 4kg. Hydrolicus scomberoides e Hydrolicus tatauaia também receberam destaque por conta do comprimento de captura, com indivíduos apresentando mais de 80 cm de comprimento. Pseudoplatystoma punctifer e Pseudoplatystoma tigrinum são espécies com alto potencial para pesca esportiva, com destaque para P. tigrinum que apresentou indivíduos com comprimentos acima de 80 cm e massa corporal de 4,5 kg. Os períodos de vazante e seca foram os que apresentaram as maiores abundâncias de captura, sendo os mais propícios para atividades de pesca esportiva. INTRODUÇÃO A pesca esportiva é uma atividade que tem despertado interesse no ser humano por diversos motivos, dentre eles o espírito lúdico e competitivo de transformar atividades cotidianas em modalidades esportivas, a pesca não foi exceção. Essa atividade gera mais de 200 mil empregos por temporada de pesca no Brasil, movimentando anualmente a economia em um bilhão de reais (Fabri, 2006). A região amazônica possui uma imensa diversidade de peixes continentais, pelo menos 100 espécies são de interesse dos pescadores esportivos, levando o Brasil a ser considerado como um dos principais destinos para prática da atividade, principalmente na Amazônia (Oliveira-Júnior, 2019). Os rios de águas pretas e claras são os mais procurados para prática da pesca esportiva, e essa preferência está relacionada com a presença de espécies de Cichla, comumente conhecidos como tucunarés (Kullander, 2003). O rio Roosevelt tem movimentado o ecoturismo e atraído turistas de diversas localidades do mundo todo para a pesca esportiva, inclusive, cientistas cidadãos que registram suas capturas. Os dados provenientes da ação colaborativa dos cientistas cidadãos, realizadas na área, demonstraram que esse rio é importante nos processos reprodutivos e como rota migratória de diversas espécies de peixes (ANEEL, 2010). Dessa forma, torna-se fundamental fornecer informações sobre as espécies que apresentam potencial para essa atividade esportiva, com a finalidade de gerar subsídios para criação de políticas públicas e medidas de proteção e conservação da biodiversidade. METODOLOGIA A área de estudo compreende um trecho do baixo rio Roosevelt que vai desde a cachoeira Galinha até a corredeira Panelas, incluindo toda a sub-bacia do rio Madeirinha, ocupando predominantemente as terras rebaixadas da Depressão do Rio Madeira e pequenos trechos da Depressão da Amazônia Meridional. A sub-bacia do baixo rio Roosevelt está localizada no centro leste da BR-230 (Transamazônica), possui trechos com leito rochoso com a presença de cachoeiras e corredeira, longos trechos de planícies inundáveis, além de possuir trechos encachoeirados como os das cachoeiras do Inferninho e Infernão (Brasil, 2011). Os peixes foram capturados utilizando redes de espera com esforço contínuo de 24h e revisada para despesca a cada 6h. A área de captura foi estimada em 68.829,6 m² de despesca por um período total de 2880 horas. Os peixes foram identificados e em seguida mensurados os dados de comprimentos, massa corporal e sexo dos indivíduos. Para determinar quais grupos taxonômicos foram os mais representativos, foi construída uma tabela contendo a distribuição das espécies e determinado os valores de riqueza de acordo com a ordem e a família dos peixes e em quais períodos do ciclo hidrológico as espécies foram mais frequentes. RESULTADOS Um total de 17 espécies foram selecionadas para compor a lista de peixes com potencial para prática da pesca esportiva no baixo rio Roosevelt: Acestrorhynchus falcirostris, Acestrorhynchus heterolepis, Acestrorhynchus microlepis, Boulenguerella cuviere, Boulenguerella maculata, Cichla monoculus, Cichla ocelaris, Cichla pinima, Hoplias malabaricus, Hydrolicus scomberoides, Hydrolycus tatauaia, Phractocephalus hemioliopterus, Plagioscium squamosissimus, Pseudoplatystoma punctifer, Pseudoplatystoma tigrinum, Pygocentrus nattereri e Serrasalmus rhombeus. Essas espécies estão distribuídas nas ordens Characiformes, Eupercaria e Siluriformes, sendo Characiformes a mais representativa, com riqueza de 10 espécies. No Roosevelt foram encontradas três espécies de tucunaré, C. monoculus, C. ocelaris e C. pinima. Dentre os tucunarés, a espécie mais abundante e capturada em todos os períodos do ciclo hidrológico foi C. monoculus, o comprimento variou de 8 a 51cm e a massa corporal de 13 a 631g. Phractocephalus hemioliopterus foi capturado ao longo de todo ciclo hidrológico, com indivíduos que apresentaram mais de 1 m de comprimento (37cm-136cm) e a massa corporal variou de 374g a 32kg. Hydrolicus tatauaia e H. scomberoides são conhecidos como peixe-cachorra e capturados com frequência no Roosevelt. O comprimento de H. tatauaia variou de 13 a 98cm, massa corporal de 22g a 7,7kg. Os indivíduos de H. scomberoides apresentaram tamanhos de 11 a 80cm de comprimento e a massa corporal de 15g a 7,8kg. Outras espécies também conhecidas como peixe-cachorra foram encontradas na área de estudo: A. microlepis, A. falcirostris, e A. heterolepis. A espécie mais abundante e de maior comprimento foi A. microlepis com indivíduos que apresentaram até 66 cm de comprimento. Pseudoplatystoma punctifer e P. tigrinum foram mais abundantes no período de seca, o maior comprimento foi para P. tigrinum que apresentou tamanhos entre 60 e 85 cm, com massa corporal de 4,5 kg. Pygocentrus nattereri variou de 10 a 24 cm, massa corporal de 9 a 101 g, S. rhombeus o comprimento variou de 5 a 44 cm, massa corporal de 9 a 101 g e 4 a 435 g. Assim como as demais espécies mencionadas anteriormente, B. cuviere e B. maculata foram mais abundantes nos períodos de vazante e seca, com comprimentos máximo de 76 cm e 73 cm, respectivamente. DISCUSSÃO Dentre os ciclídeos neotropicais, o gênero Cichla possui as espécies de maior tamanho, com espécies que podem alcançar cerca de um metro. São consideradas predadoras de topo da cadeia alimentar, costumam atacar as iscas de forma agressiva e lutam intensamente quando fisgado. Esse comportamento atrai muitos turistas para a prática da pesca esportiva no país, principalmente na Amazônia (Kullander, 2003). Phractocephalus hemioliopterus, P. tigrinum e H. scomberoides são frequentemente encontradas nas listas de espécies disponíveis em sites de pousadas que promovem pesca esportiva como atividade turística. Contudo, estudos focados estritamente a pesca esportiva ainda são incipientes e restritos ao rio Negro e seus afluentes. A bacia amazônica está sujeita ao regime hidrológico sazonal provocado pelo pulso de inundação, o qual promove fortes variações nas características físicas dos habitats e nas condições limnológicas dos ambientes aquáticos. Essas mudanças podem ser determinantes na estruturação da fauna de peixes nos diversos tipos de ambientes (Lowe- McConnel, 1999). No caso do rio Roosevelt, os peixes selecionados para pesca esportiva apresentaram maior abundância nos períodos de vazante e seca. Dessa forma, pode-se inferir que tais períodos são os mais propícios para prática da pesca esportiva. Além da lista de espécies de peixes com informações básicas, é fundamental a realização de pesquisas que envolvam estudos de história natural e estrutura populacional de peixes para a região do baixo rio Roosevelt. Elas são necessárias para compreender sobre a biologia reprodutiva e alimentar, dinâmica de populações e preferência por habitats. Essas informações são importantes para auxiliar em medidas conservacionistas, de educação ambiental e construção de políticas públicas para a região. AGRADECIMENTOS Laboratório de Ictiologia e Ordenamento Pesqueiro do Vale do Rio Madeira da Universidade Federal do Amazonas – LIOP/UFAM; a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES; o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq; a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM através da chamada pela Chamada Transnacional Conjunta BiodivRestore 2020-2021 (Resolução N° 016/2020); a Rede Ciencia Ciudadana para la Amazonía; e o Programa de Pesquisa em Biodiversidade – PPBio. REFERÊNCIAS ANEEL - AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. 2010. Estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Aripuanã, Amazonas. Relatório final. 186 p. BRASIL. 2011. Plano de Manejo do Parque Nacional dos Campos Amazônicos. ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, MMA - Ministério do Meio Ambiente. FABRI, J.B. 2006. Pesca. In Dacosta L. (org.). Atlas do Esporte no Brasil. CONFEF, Rio de Janeiro, chap. 10: 9-12. KULLANDER, S.O. 2003. Family Cichlidae. Check list of the freshwater fishes of South and Central America. Edipucrs, Porto Alegre, p. 605-654. LOWE-MCCONNEL, R. H. 1999. Estudos ecológicos em comunidades tropicais. Tradução: Vazzoler, A. E. M; Agostinho, A.; Cunnhingham, P. T. M. São Paulo: Editora da Univ, 534 p. OLIVEIRA-JÚNIOR, R. 2019. Diagnóstico do potencial da atividade de pesca esportiva no Rio Cuieiras, na área da Reserva de Desenvolvimento Sustentável – RDS Puranga Conquista 2019. 59f. Dissertação (Mestrado) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Universidade do Amazonas, Manaus.
Título do Evento
II Workshop da Rede Brasileira de Ciência Cidadã
Título dos Anais do Evento
Anais do II Workshop da Rede Brasileira de Ciência Cidadã
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

LIMA, Mariel Acácio de et al.. PEIXES COM POTENCIAL PARA PESCA ESPORTIVA NO BAIXO RIO ROOSEVELT, SUDOESTE DA AMAZÔNIA, BRASIL.. In: Anais do II Workshop da Rede Brasileira de Ciência Cidadã. Anais...São Paulo(SP) online, RBCC, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/iwdrbdcc2022/496226-PEIXES-COM-POTENCIAL-PARA-PESCA-ESPORTIVA-NO-BAIXO-RIO-ROOSEVELT-SUDOESTE-DA-AMAZONIA-BRASIL. Acesso em: 27/06/2025

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