A IMPORTÂNCIA DO COLOSTRO NA CRIAÇÃO DE BEZERRAS LEITEIRAS

Publicado em 16/12/2021 - ISBN: 978-65-5941-477-2

Título do Trabalho
A IMPORTÂNCIA DO COLOSTRO NA CRIAÇÃO DE BEZERRAS LEITEIRAS
Autores
  • Tânia Aparecida da Costa
  • Eduarda Cristina Campos Silva
  • Gabriela Bedeschi
Modalidade
Revisão de Literatura
Área temática
Outros
Data de Publicação
16/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivjavetunipaclafaiete/424842-a-importancia-do-colostro-na-criacao-de-bezerras-leiteiras
ISBN
978-65-5941-477-2
Palavras-Chave
colostragem, imunidade, imunoglobulinas, saúde
Resumo
SILVA, Eduarda Cristina Campos¹*, COSTA, Tânia Aparecida¹; BEDESCHI, Gabriela Vasconcelos² ¹Graduanda do curso de Medicina Veterinária – Unipac - Lafaiete, MG. ²Professora do curso de Medicina Veterinária – Unipac - Lafaiete, MG. *181-004894@aluno.unipac.br RESUMO: A criação de bezerras é uma das fases mais difíceis para produtores rurais e bastante negligenciada pela falta de retorno financeiro imediato. Entretanto, a mortalidade nesse estágio é uma das maiores causas de prejuízo na cadeia leiteira, sendo a falha na colostragem o principal ponto a ser corrigido. O colostro é a primeira secreção láctea após o parto e o principal alimento a ser oferecido aos neonatos nas primeiras horas de vida, tratando-se de um elemento essencial para garantir o seu desenvolvimento produtivo. A revisão teve como objetivo relatar os vários aspectos no processo de transferência de imunidade passiva e sua importância na qualidade de vida das bezerras leiteiras. Palavras-Chaves: colostragem, imunidade, imunoglobulinas, saúde INTRODUÇÃO A criação de bezerras pode ser considerada um dos manejos mais importantes em uma fazenda leiteira, afinal são elas que constituirão o futuro plantel da propriedade. Além dos cuidados básicos com os recém-nascidos, como a cura do umbigo, o fornecimento do colostro possui um papel importante, pois a transferência da imunidade passiva nas bezerras depende ingestão do colostro em quantidade e qualidade adequada logo nas primeiras horas após o nascimento, uma vez que os bovinos possuem placenta sindesmocorial e assim não permite a transferência de imunoglobulinas da mãe para o feto. Contudo faz-se necessário um completo entendimento de práticas de manejo que interfiram diretamente na qualidade do colostro e na transferência de imunidade, afim da diminuição de mortalidade e morbidade, e maior desenvolvimento da pecuária leiteira. REVISÃO DE LITERATURA O colostro é a primeira secreção láctea liberada pelos bovinos após o parto, um conjunto de componentes do soro sanguíneo e lácteos essenciais para o futuro e desenvolvimento das bezerras leiteiras (Tahmasbi et all., 2014). São encontrados três tipos de imunoglobulinas no colostro, sendo elas a IgG, que age na identificação e destruição de possíveis patógenos, IgM como primeira defesa em casos de septicemia e IgA, agindo na proteção das mucosas (Batista et al., 2016: Maldonado e Nader Macias et all., 2016). Além disso, contém um grande número de citocinas e leucócitos maternos (Gonzalez e Santos, 2017). A placenta dos ruminantes, do tipo sindesmocorial, é essencial na proteção contra a maioria das afecções, mas impede que os anticorpos maternos alcancem o feto ainda na gestação. Isso faz com que as bezerras nasçam sensíveis e dependentes dos anticorpos presentes no colostro (Silper et al., 2012). A qualidade do colostro é interligada a vários fatores maternos, principalmente a idade e manejo sanitário. O manejo sanitário é importante para a saúde e bem-estar animal, melhora a eficiência da produção de alimentos e atua na saúde pública por meio da prevenção da transmissão de zoonoses e de doenças transmitidas por alimentos (Roth, 2011). Normalmente, a qualidade de colostro de vacas mais novas é inferior ao das mais velhas, devido à exposição aos antígenos durante a vida. (Feitosa et all., 2010). Atualmente, existem métodos práticos e fáceis que facilitam a rotina da fazenda para avaliar a qualidade do colostro, como o refratômetro de BRIX (valores acima de 25% BRIX são considerados excelentes) e o colostrômetro (acima de 50mg/ml IgG) (Godden, 2019). Considerando a quantidade, é recomendado que seja oferecido 10 a 15% do peso vivo da bezerra na primeira mamada e 5% em uma segunda mamada (Azevedo et al., 2020). Esse colostro deve ser oferecido na mamadeira ou sonda esofágica, para que se tenha certeza que o animal mamou a quantidade correta. Quando a colostragem é feita de maneira natural, corre-se o risco de que a bezerra crie o hábito de mamar várias vezes e, ao fim, não atinja o volume necessário para sua proteção imunológica (Guerra el al., 2017 e Peres, 2000). Para efetivar a ação e garantir o sucesso, o colostro deve ser fornecido para a bezerra preferencialmente dentro das duas primeiras horas de vida e, no máximo, seis horas desde o nascimento. A transferência passiva de IgG pela ingestão do colostro é possível pela permeabilidade da mucosa intestinal às macromoléculas nas primeiras horas de vida e a capacidade de absorção declina rapidamente a partir da sexta hora após o nascimento. Ademais, este deve ser oferecido dentro de 30 minutos após a ordenha e, caso não seja possível, ser refrigerado ou congelado até que seja usado (Azevedo et al., 2020). Após todo o processo, a concentração sérica de imunoglobulinas é utilizada para avaliar se foi obtido sucesso ou houve falhas na transferência de imunidade passiva. A avaliação pode ser feita de 24 a 48 horas após a colostragem com auxílio do refratômetro de Brix ou de proteína total, considerando valores acima de 5,5g/dL (proteína total) ou 9,4% (Brix) excelentes (Azevedo et al., 2020). CONSIDERAÇÕES FINAIS A ingestão de colostro envolvendo os três principais aspectos (tempo, qualidade e quantidade) é essencial para garantir a redução nas taxas de morbidade e mortalidade no bezerreiro. Além disso, é comprovado que uma boa colostragem trará benefícios futuros para a bezerra, como ganho de peso, redução da idade ao primeiro parto e melhores índices em sua primeira e segunda lactação, garantindo excelentes animais de reposição para o rebanho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEVEDO, R.A.D; TEIXEIRA, A. M; BITTAR, C. M. M. et al. Padrão Ouro de Criação de Bezerras Leiteiras. 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Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice. V. 35, November 2019. MALDONADO, N.C.; NADER-MACIAS, M.E.F. Production of fermented milk with autochthonous Lactobacilli for newborn calves and resistance to the dairy farm conditions. J. Bioprocess., v. 6, n. 4, p. 1-5, 2016. PERES, J.R. Importância do fornecimento do colostro. Disponível em: <https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/importancia-do-fornecimento-do-colostro-16622n.aspx> Acesso em: 25 de set de 2021. ROTH, J. A. Veterinary vaccines and their importance to animal health and public health. Procedia in Vaccinology, v.5, p.127-136, 2011. SILPER, B.F Avaliação da qualidade do colostro e transferência de imunidade passiva em animais mestiços Holandes Zebu. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.64, n.2, p281-285, 2012. TAHMASBI, A.M.; ABADI, S.H.J.; NASERIAN, A.A. the effect of two liquid feeds and two sources of protein in starter on performance and blood metabolites in Holstein neonatal calves. J. Dairy Sci., v. 97, p. 363-371, 2014. TEIXEIRA, V.A; NETO, H.C, COELHO, S.G. Efeitos do colostro na transferência de imunidade passiva, saúde e vida futura das bezerras. Nutritime, v. 14, N° 05, set/out 2017.
Título do Evento
II Web Congresso Mineiro de Medicina Veterinária – COMVET e IV Jornada Acadêmica de Medicina Veterinária (JAVET)
Título dos Anais do Evento
Anais do II Web Congresso Mineiro de Medicina Veterinária: COMVET e IV Jornada Acadêmica de Medicina Veterinária (JAVET)
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

COSTA, Tânia Aparecida da; SILVA, Eduarda Cristina Campos; BEDESCHI, Gabriela. A IMPORTÂNCIA DO COLOSTRO NA CRIAÇÃO DE BEZERRAS LEITEIRAS.. In: Anais do II Web Congresso Mineiro de Medicina Veterinária: COMVET e IV Jornada Acadêmica de Medicina Veterinária (JAVET). Anais...Conselheiro Lafaiete(MG) UNIPAC, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVJAVETUNIPACLAFAIETE/424842-A-IMPORTANCIA-DO-COLOSTRO-NA-CRIACAO-DE-BEZERRAS-LEITEIRAS. Acesso em: 06/06/2025

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