ESPOROTRICOSE FELINA NO BRASIL E SEU IMPACTO NA SAÚDE PÚBLICA

Publicado em 16/12/2021 - ISBN: 978-65-5941-477-2

Título do Trabalho
ESPOROTRICOSE FELINA NO BRASIL E SEU IMPACTO NA SAÚDE PÚBLICA
Autores
  • Eduarda Nunes Campos
  • Izabelle Rehfeld
Modalidade
Revisão de Literatura
Área temática
Outros
Data de Publicação
16/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivjavetunipaclafaiete/424553-esporotricose-felina-no-brasil-e-seu-impacto-na-saude-publica
ISBN
978-65-5941-477-2
Palavras-Chave
esporotricose, epidemiologia, fungos, zoonoses
Resumo
CAMPOS, Eduarda Nunes*¹; REHFELD, Izabelle Silva². ¹Graduando(a) em Medicina Veterinária, Unipac - Lafaiete, MG. ²Professor(a) do curso de Medicina Veterinária, Unipac - Lafaiete, MG. *E-mail: 171-000588@aluno.unipac.br A esporotricose é uma micose com progressão crônica ou subaguda, ocasionada por espécies de fungos referentes ao grupo Sporothrix schenckii. Esta enfermidade pode aparecer de forma localizada, linfocutânea, cutânea, linfática ou disseminada, e em poucos casos avança para a forma extracutânea. A esporotricose está relacionada à problemas de saúde pública, visto que o humano pode ser contaminado, especialmente em regiões endêmicas. Portanto, é de suma importância que seja feita a constatação dessa enfermidade pelos veterinários, com o objetivo de diagnosticar laboratorialmente os animais que estão suspeitos, uma vez diagnosticado, deverá ter um acompanhamento clínico para tratamento adequado e, conduzir para estudos epidemiológicos, que permitirá o conhecimento real da esporotricose para melhor atuação dos Sistemas de Vigilância. Palavras-chave: esporotricose, epidemiologia, fungos, zoonoses INTRODUÇÃO A esporotricose é uma micose que pode ocorrer de forma crônica ou subaguda, provocada por fungos do gênero Sporothrix (Rodrigues et al., 2014). Essa enfermidade além de acometer felinos domésticos e outros animais, ela também afeta o humano e, por isso, é considerada uma zoonose, conhecida também como “doença da roseira”, “doença do jardineiro” ou “doença do gato”. Esta enfermidade é descrita por criar nódulos subcutâneos que são capazes de se transformarem em ulcerações (Cruz, 2010). Ela pode também chegar à mucosa nasal, linfonodos, causando até mesmo infecções disseminadas, envolvendo ossos, pulmões ou sistema nervoso central (Ministério da Saúde, 2020). No Brasil, estudos têm demonstrado que o Sporothrix brasiliensis, é a espécie causadora de surtos epidêmicos (Cagnini, 2012) e, por ser uma enfermidade de grande capacidade zoonótica, atualmente ela é um problema de saúde pública, e no Estado do Rio de Janeiro a esporotricose passou a ser obrigatória a sua notificação (Ministério da Saúde, 2020). A transmissão entre os felinos ocorre facilmente devido ao comportamento que eles tem, sendo escavando e ocultando fezes com terra ou por brigas disputando fêmeas, e com isso ocorre arranhões ou mordidas, provocando risco a quem tem contato com os felinos, sendo familiares, tutores e profissionais da área da saúde (Cruz, 2010). O presente trabalho tem como objetivo descrever como essa enfermidade ocorre em felinos domésticos, a sintomatologia, diagnóstico, prevenção, tratamento e relatar o impacto que a esporotricose tem na saúde pública. REVISÃO DE LITERATURA A esporotricose é provocada pelo fungo dimórfico e saprófito referentes ao grupo Sporothrix schenckii, sendo o S. Brasiliensis o mais comum no Brasil (Rodrigues et al., 2014). Este fungo apresenta morfologia diferente de acordo com a temperatura que ele se encontra (Santos, 2019). Em cultivo ou no ambiente a cerca de 25 a 30ºC, ele se desenvolve na forma de micélio e, no tecido animal ou em cultura a 37ºC, ele se transforma em células leveduriformes (Rodrigues et al., 2014), sendo capaz de lesar a pele, sistema linfático e ainda gerar doença distêmica. As aves domésticas, mamíferos e o humano são susceptíveis a essa doença. Essa enfermidade possui disseminação mundial, prevalecendo em áreas de clima tropical e subtropical (Santos, 2019). O fungo Sporothrix sp não consegue adentrar na pele do animal caso ela esteja ilesa. A lesão é ocasionada quando a pele sofre um trauma, podendo ser de brigas, mordidas, ou incisões provocadas por lascas de madeira ou espinhos (Santos, 2019). Após sua inoculação na pele, o fungo torna-se de micelar para leveduriforme. Nos felinos, a esporotricose aparece desde uma forma subclínica até alterações sistêmicas fatais (Santos, 2019). Os sinais mais comuns são diversas: lesões cutâneas e nas mucosas nasais, bucais, conjutivais ou geniais (Santos, 2019). As regiões mais afetadas são os membros posteriores, região cefálica, cauda, cabeça e principalmente o nariz e orelhas (Cagnini, 2012). O diagnóstico decisivo da doença é feito por meio do isolamento do agente em cultura e o reconhecimento da espécie é realizada pelo estudo morfológico e fenotipagem fisiológica do isolado (Cagnini, 2012). Visto que se tem grande sensibilidade nos exames de histopatologia e citologia, são de grande utilidade para o diagnóstico prévio (Gremião et al., 2014). Para o tratamento de esporotricose em felinos, temos uma quantidade pequena de medicamentos orais que são usados, além de tudo, contém vários efeitos adversos, sendo o itraconazol a droga de escolha para o tratamento (Cagnini, 2012). Os resultados vão variar de acordo com alguns aspectos como: o número de áreas afetadas, grau de implicação do sistema imunológico e estado clínico geral do animal (Santos, 2019). A esporotricose acomente em especial pessoas que pertencem à classe social baixa, que vivem em comunidades sem saneamento básico e que possuem contato com felinos acometidos pela doença. Médicos veterinários e estagiários, também estão sujeitos a serem infectados, uma vez que ao se aproximarem do animal, podem levar arranhões ou mordidas, tanto por conviver com animais infectados devido a profissão quanto por falta de conhecimento sobre a enfermidade (Ministério da Saúde, 2020). Um dos motivos que dificulta o controle de esporotricose e que acaba contribuindo para sua disseminação é o tratamento demorado dos felinos infectados. Os tutores por medo de se infectarem acabam abandonado os gatos em bairros distantes ou aqueles que morrem em decorrer da doença, são enterrados ou jogados em terrenos baldios, contribuindo para a multiplicação do agente na natureza ocasionando um aumento de casos (Barros et al., 2010). Para evitar a disseminação da esporotricose é muito importante que a população tenha conhecimento sobre a forma certa de se prevenir contra a doença: limpar o quintal frequentemente; evitar ter um número grande de gatos em casa, principalmente aqueles que não são castrados e vivem na rua, brigando por fêmeas no cio; aprender a manejar adequadamente os animais infectados e realizar campanhas mostrando que existe tratamento para a doença (Ministério da Saúde, 2020). CONSIDERAÇÕES FINAIS Não existe ainda uma forma de prevenção exclusiva para a esporotricose, porém há formas para tentar impedir uma provável contaminação entre animais e humanos. É dever dos órgãos públicos (centro de controle de zoonoses juntamente com as secretarias de saúde) conscientizar os tutores e a população, além de realizarem sistemas de vigilância, visto que essa enfermidade é uma zoonose, acarretando um problema de Saúde Pública. . REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BARROS, M. B. L. et al. Esporotricose: a evolução e os desafios de uma epidemia. Revista Panamericana de Salud Publica, Washington, v. 27, n. 6, p. 455-460, 2010 BASIL, Ministério da Saúde. Manual de vigilância, prevenção e controle de zoonoses. Brasília, 2020. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_ prevencao_controle_zoonoses.pdf. Acessado em 18 set. 2021. CAGNINI, DQ. et al. Diagnóstico citológico e tratamento da esporotricose felina: Relato de caso. Vet. e Zootec. 2012 jun.; 19(2): 186-191. CRUZ, L.C.H. Sporothrix schenckii. Micologia Veterinária. 2ª ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2010. p. 142-151. RODRIGUES, A. M. et al. Emerging sporotrichosis is driven by clonal and recombinant Sporothrix species. Emerging Microbes and Infection, Shanghai, v. 3, n. e32, 2014. Disponível em: http://go.nature.com/TgBknP. Acessado em 18 set. 2021. SANTOS, K. K. F. Esporotricose felina: relato de caso. 2019. 31 f. Trabalho de Conclusão de Curso - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Garanhuns, 2019.
Título do Evento
II Web Congresso Mineiro de Medicina Veterinária – COMVET e IV Jornada Acadêmica de Medicina Veterinária (JAVET)
Título dos Anais do Evento
Anais do II Web Congresso Mineiro de Medicina Veterinária: COMVET e IV Jornada Acadêmica de Medicina Veterinária (JAVET)
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CAMPOS, Eduarda Nunes; REHFELD, Izabelle. ESPOROTRICOSE FELINA NO BRASIL E SEU IMPACTO NA SAÚDE PÚBLICA.. In: Anais do II Web Congresso Mineiro de Medicina Veterinária: COMVET e IV Jornada Acadêmica de Medicina Veterinária (JAVET). Anais...Conselheiro Lafaiete(MG) UNIPAC, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVJAVETUNIPACLAFAIETE/424553-ESPOROTRICOSE-FELINA-NO-BRASIL-E-SEU-IMPACTO-NA-SAUDE-PUBLICA. Acesso em: 03/05/2025

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