DISFUNÇÃO INFLAMATÓRIA PANCREÁTICA CANINA: CONDIÇÃO E MANEJO CLÍNICO-TERAPÊUTICO

Publicado em 16/12/2021 - ISBN: 978-65-5941-477-2

Título do Trabalho
DISFUNÇÃO INFLAMATÓRIA PANCREÁTICA CANINA: CONDIÇÃO E MANEJO CLÍNICO-TERAPÊUTICO
Autores
  • Amanda Lorene Rabelo
  • Felipe Gaia de Sousa
  • Ana Cristina Ribeiro Mendes
Modalidade
Revisão de Literatura
Área temática
Clínica e Cirurgia
Data de Publicação
16/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivjavetunipaclafaiete/414521-disfuncao-inflamatoria-pancreatica-canina--condicao-e-manejo-clinico-terapeutico
ISBN
978-65-5941-477-2
Palavras-Chave
condição inflamatória, doença pancreática, gravidade, pâncreas
Resumo
RABELO, Amanda Lorene*1; De Sousa, Felipe Gaia ¹*; Mendes, Ana Cristina Ribeiro 2* ¹ Graduando em Medicina Veterinária, UNIPAC – Lafaiete, MG ² Professora do curso de Medicina Veterinária, UNIPAC – Lafaiete, MG e-mail: fgaias@outlook.com A pancreatite é uma das doenças gastrointestinais mais agravantes para os cães, tanto pelo seu potencial deletério quanto pela existência de subdiagnósticos, podendo ser classificada em aguda ou crônica. A doença é alvo de intensas pesquisas e estudos no que diz respeito a sua definição, patofisiologia e mecanismos terapêuticos. Associa-se ao fato de que os sinais clínicos apresentados pelos animais são inespecíficos, variando desde apresentações brandas a graves como vômitos, dores abdominais, quadros de apatia e prostração (Okanish et al., 2019). O objetivo do respectivo material é caracterizar a doença e mostrar a importância do diagnóstico precoce e correto para médicos veterinários. O estudo foi realizado com base em pesquisas feitas em bases de dados online de artigos e materiais que abordam a pancreatite canina. REVISÃO DE LITERATURA: A pancreatite é caracterizada pela presença de um quadro inflamatório, de intensidade variável, que envolve o pâncreas e estruturas adjacentes, com a possibilidade de modificação das capacidades morfofuncionais orgânicas (Sousa et al., 2021). Dessa forma, o clínico veterinário deve estar atento as possibilidades para sua ocorrência e manifestação. Pode ser definida como um quadro inflamatório (Jericó et al., 2015) que acomete principalmente o pâncreas sendo também capaz de afetar estruturas próximas e pode ser subdividida em aguda e crônica. Nos quadros agudos da pancreatite é possível observar o estabelecimento de um processo inflamatório rápido com possibilidade de recidivas mesmo após o protocolo terapêutico ter sido efetuado. A apresentação clínica pode ser leve a intensa e afetar ou não a função vascular, e dessa forma caso haja a redução perfusional do órgão, a capacidade funcional do mesmo poderá ser afetada com repercussão sistêmica. Nos casos brandos, não há alteração dos mecanismos vasculares pancreáticos e nem acometimento em outros órgãos, e em grande parte dos casos é observado melhora sem necessidade de tratamento. Estes casos não costumam ser notados pelos tutores, uma vez que os sinais apresentados são mínimos, e por isso estes animais nem são encaminhados para atendimento veterinário. No entanto, nas situações de acometimento intenso, especialmente para quadros agudos, a vasculatura pancreática está gravemente prejudicada, são observadas alterações generalizadas, os sinais clínicos podem ser confundíveis com demais doenças de localização abdominal e os quadros tendem a piora progressiva. Quadros de pancreatite crônica são marcados por disfunções lesivas no órgão afetado e adjacências de forma cronificada, e dessa forma, podem ser categorizados de acordo com o aparecimento das lesões. Estes quadros podem ser classificados em diversos tipos como: alteração de acometimento gradual e persistente, encoberto ou inaparente, intervalado e ocasional. Diante desta classificação, é possível a observação de quadros lesivos e de magnitude distintos, e por isso, as repercussões derivadas destes são diferentes segundo as estruturas e funções acometidas (Birchard & Sherding, 2008; Jericó et al., 2015; Watson, 2003). Segundo Jericó et al. (2015), determinar o grau de acometimento e diferenciar os quadros agudos e crônicos pode ser uma tarefa dificultosa, o que demanda auxílio de exames histopatológicos da região afetada. Quadros agudizados podem ser marcados pela presença e instalação de um processo inflamatório de rápido estabelecimento, que pode recidivar mesmo após o início do protocolo terapêutico medicamentoso e dietético. No entanto, nos casos crônicos observa-se a presença de alterações que já estão vigentes a mais tempo com disfunções orgânicas variáveis (Mansfield, 2020). Diversas complicações, localizadas ou sistêmicas, podem estar presentes em associação ou consequência da ocorrência da pancreatite canina. Dentre estas, cita-se os quadros de injúria renal por redução da capacidade funcional, alterações de condução elétrica, bem como distúrbios coagulativos, entre outras. O processo de origem e progressão da pancreatite ainda é alvo de intensos estudos devido à falta de elucidação quanto ao processo patofisiológico. Acredita-se que a localização do pâncreas na região abdominal, esta bem vascularizada e de limite com o fígado possa propiciar a dissipação da doença e de seus agravos (Nelson & Couto, 2015). Estudos apontam que exista um processo em que a tripsina sofra uma ativação precoce, e dessa forma, por se tornar mais disponível, ocorre também a estimulação dos grânulos de zimogênio (pré-enzimas de digestão), e mediante esta ativação prematura, ocorre um processo digestivo pancreático que incita um quadro inflamatório (Watson, 2003; Watson & Bunch, 2015). A descrição da ativação da tripsina, com capacidade de incitar demais pre-enzimas digestivas é conhecida como teoria da colonização e está descrita por Feldman (1997). Para Xenoulis & Steiner (2010), o tripsinogênio é o responsável pela ativação da tripsina e sua origem está associada ao papel de enzimas lisossomais. Dessa forma, há uma superativação de tripsina que supera os limites protetivos, e dessa forma, como resposta há uma maior ativação de tripsina e de outras enzimas pré-digestivas (Watson & Bunch, 2015). Os pacientes mais afetados são aqueles de meia idade a idosos, embora possa-se constatar a ocorrência em qualquer outra faixa etária. Algumas raças apresentam predisposição para as manifestações, porém sem inclinações para determinado sexo. O diagnóstico pode ser uma tarefa bastante difícil, seja pela sintomatologia variável apresentada pelos afetados, a depender da gravidade, como também pelos impasses vivenciados no momento da realização de exames complementares. No entanto, para que o diagnóstico seja estabelecido é necessário reunir dados referentes ao histórico, anamnese, exame clínico, exames laboratoriais e de imagem, para que seja possível determinar a melhor conduta terapêutica a ser estabelecida. Dentre os exames laboratoriais, pode-se citar hemogramas e sorologias, ensaios enzimáticos de imunorreatividade da tripsina, atividade da lipase sérica, além de testes mais específicas como aqueles que possibilitam a determinação da lipase pancreática canina (Sousa et al., 2021). Dentre as ferramentas de imagem, a ultrassonografia é considerada como um dos melhores exames para diagnóstico da doença, porém é dependente da experiência e manuseio do profissional responsável. O manejo terapêutico é estabelecido com base na sintomatologia apresentada pelos animais desde que sejam necessários. Dentre os fármacos que podem ser utilizados citam-se: reposições volêmicas a base de soluções cristaloides (ex. ringer com lactato), antiácidos e antiulcerosos (ex. famotidina e omeprazol) (Marks et al., 2018), antieméticos (ex. inibidores dopaminérgicos, bloqueadores de NK1, agonistas e antagonistas de 5HT), antibióticos com ação em bactérias gram-negativas e com alta capacidade de permeabilidade em parênquima hepático, dietas especiais, entre outros a depender da condição clínica do paciente. Dessa forma, uma vez que o manejo terapêutico tenha sido definido e pré-estabelecido, pode-se observar reduções na morbimortalidade dos pacientes afetados pela pancreatite. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os profissionais devem verificar por meio de exames clínicos e laboratoriais a possibilidade da ocorrência de pancreatite quando um paciente apresentar sintomas sugestivos. Dessa forma, é ideal que os animais sejam acompanhados rotineiramente através de exames laboratoriais e de imagem quando houverem possíveis alterações e/ou suspeitas. Ainda faz-se necessário que novos estudos sejam realizados para que novas descobertas sobre a melhor terapia a ser instituída sejam determinadas, uma vez que a sintomatologia apresentada pelos animais é variável.
Título do Evento
II Web Congresso Mineiro de Medicina Veterinária – COMVET e IV Jornada Acadêmica de Medicina Veterinária (JAVET)
Título dos Anais do Evento
Anais do II Web Congresso Mineiro de Medicina Veterinária: COMVET e IV Jornada Acadêmica de Medicina Veterinária (JAVET)
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

RABELO, Amanda Lorene; SOUSA, Felipe Gaia de; MENDES, Ana Cristina Ribeiro. DISFUNÇÃO INFLAMATÓRIA PANCREÁTICA CANINA: CONDIÇÃO E MANEJO CLÍNICO-TERAPÊUTICO.. In: Anais do II Web Congresso Mineiro de Medicina Veterinária: COMVET e IV Jornada Acadêmica de Medicina Veterinária (JAVET). Anais...Conselheiro Lafaiete(MG) UNIPAC, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVJAVETUNIPACLAFAIETE/414521-DISFUNCAO-INFLAMATORIA-PANCREATICA-CANINA--CONDICAO-E-MANEJO-CLINICO-TERAPEUTICO. Acesso em: 08/05/2025

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