CIRCULANDO – CRIATIVIDADE NO REAPROVEITAMENTO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

Publicado em 08/05/2020 - ISSN: 2674-6662

Título do Trabalho
CIRCULANDO – CRIATIVIDADE NO REAPROVEITAMENTO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS
Autores
  • Maria José Oliveira
Modalidade
Resumo Expandido
Área temática
Projetos de extensão e sua representatividade na Educação Profissional
Data de Publicação
08/05/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivenpaif/148765-circulando--criatividade-no-reaproveitamento-de-materiais-reciclaveis
ISSN
2674-6662
Palavras-Chave
Criatividade, Artesanato, Sustentabilidade, Extensão, IFAL.
Resumo
O ato de circular, girar, movimentar, transitar por outras searas, gera, consequentemente, transformação e pressupõe-se a evolução. Pautado neste conceito, o projeto CIRCULANDO – ofertado no ano de 2016 pelo Instituto Federal de Alagoas, IFAL/Campus Coruripe – buscou ressignificar objetos aparentemente descartáveis tornando-os lúdicos, decorativos e utilitários por meio do artesanato. Sendo assim, o objetivo principal do projeto consistiu na confecção de produtos artesanais a partir de materiais descartáveis. Papéis, papelão, caixas de leite, retalhos, aparas, cascas de coco, garrafas pet, copos e colheres descartáveis, tampas de refrigerantes, enfim, uma gama de resíduos constituiu a matéria prima e protagonista do projeto. Enquanto ação extensionista, este projeto buscou agregar a formação do aluno - tanto na esfera técnica/cognitiva quanto humanística - com os anseios da sociedade na qual está inserido. O projeto foi elaborado de forma a contemplar aspectos criativos e ambientais, em consonância com a demanda social. Segundo OLIVEIRA (2011), embora exista uma constante e errônea associação, o artesanato assume papel diferente dos trabalhos manuais. Entende-se por trabalho manual a atividade que se desenvolve a partir de uma destreza não necessariamente relacionada ao processo criativo. Já o artesanato surge em função da necessidade, seja ela prática ou estética e, geralmente, é caracterizado pela produção em pequena série. Apesar da semelhança, seus produtos são únicos e diferenciados entre si. Segundo o Termo de Referência do Sebrae, o artesanato pode ser considerado como “toda atividade produtiva que resulte em objetos e artefatos acabados, feitos manualmente ou com a utilização de meios tradicionais ou rudimentares, com habilidade, destreza, qualidade e criatividade”. Ações como esta se justificam à medida em que a humanidade cresce e se multiplica, e, por consequência, aumenta o acúmulo de resíduos, tanto orgânicos quanto inorgânicos, gerando diversas preocupações nas esferas da sociedade mundial. Conscientizar a população quanto ao destino destes resíduos é tarefa não apenas das instituições oficiais, mas também de todo cidadão consciente, que preocupa com seu habitat. Atualmente existe um forte apelo a respeito do postulado dos 3R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) amplamente difundidos. A velocidade e o imediatismo que caracterizam a sociedade contemporânea acarretam em atitudes práticas, aparentemente “convenientes” e “confortáveis”, negligenciando reflexões sobre nossa responsabilidade enquanto cidadãos. Além deste benefício ecológico, também encontramos no artesanato, um meio de explorar e desenvolver nosso potencial criativo que, apesar de muitas vezes atrofiado, é latente em todos nós. Concordamos com Gil da Costa à medida em que acreditamos que a criatividade se ensina e se aprende pela prática diária e reflexiva de todas as formas de expressão, unidas a uma imaginação transformadora e transgressora que converte o ser humano num crítico e transformador de seu contexto. Paralelamente, foi estimulada a consciência crítica, social e ecológica a partir de palestras e da própria prática ao utilizar resíduos que normalmente seriam descartados no meio ambiente de forma sustentável e criativa. A partir desta prática, acreditamos ter contribuído para o desenvolvimento do potencial crítico e criativo dos alunos envolvidos. Outro ponto a ser ressaltado se refere à economia criativa. Ao longo da história, economia e cultura sempre caminharam no mesmo ritmo, uma vez que ambos os conceitos são o reflexo de uma determinada época, seus valores e demais circunstâncias. Segundo Ana Carla Fonseca Reis, “bens e serviços culturais e criativos estão enraizados em nossas vidas e são consumidos sem necessariamente ser intermediados pelo mercado”. O ponto chave da questão é que a sustentabilidade da produção cultural está diretamente ligada à capacitação de talentos e competências, à necessidade de circulação de sua produção e ao fato de que seja garantido o acesso à sua produção. Estas premissas propiciou a aproximação destas duas esferas. O projeto contou com a participação de duas alunas bolsistas, Dainara Ferreira dos Santos e Gesiele Dias Lima, ambas na ocasião matriculadas no 2º ano do Ensino Médio Integrado do curso de Edificações, e contemplou um grupo de 20 alunos da Escola Municipal de Educação Básica Liege Gama Rocha, localizada no mesmo município. Ao iniciar o projeto, foram realizadas oficinas, palestras e dinâmicas sobre sustentabilidade, reciclagem e artesanato, a fim de iniciar o processo de conscientização dos alunos para as questões e urgências ambientais. Executado de março a novembro de 2016, o primeiro passo foi a capacitação das bolsistas, assim como definição das peças a serem produzidas e a produção de protótipos. Em seguida, os encontros foram realizados duas vezes por semana nas instalações do Instituto, com duração de duas horas e meia cada encontro. Vale ressaltar que, apesar de a maioria das peças terem sido sugeridas pelos proponentes, os próprios alunos tiveram a possibilidade de, não apenas sugerir, como também mediar estas ocasiões. Esta troca foi extremamente importante uma vez que foi oportunizado aos alunos assistidos presenciarem seus saberes e competências sendo reconhecidos e valorizados. No decorrer do projeto foram confeccionados vários objetos, entre eles jogos educativos, instrumentos musicais, cestaria de papel, tecelagem e flores, a partir de retalhos, potes, carteiras, porta copos, bijuterias, pastas e uma infinidade de produtos com a técnica do scrapbook. Conforme dito anteriormente, o projeto iniciou com 20 alunos e concluiu com 18, denotando excelente aceitação e satisfação dos envolvidos, dados estes que foram comprovados em questionário de satisfação aplicado aos alunos assistidos. No ano seguinte, 2017, na ocasião da data em que se comemora o Dia do Servidor, o Departamento de Gestão de Pessoas do IFAL, com sede na cidade de Maceió, preparou uma semana de atividades voltadas para a saúde, bem-estar, capacitação e atividades lúdicas, recreativas, desportivas e culturais para os servidores e colaboradores do IFAL. Em função do resultado positivo do projeto, a proponente foi convidada para compor parte desta programação, ministrando uma oficina de scrapbook. A aceitação foi igualmente satisfatória e, meses depois, tivemos o conhecimento de que uma colaboradora terceirizada da Instituição que, na ocasião exercia a função de recepcionista da reitoria, estava incrementando a renda familiar com a produção de lembrancinhas para festas de aniversário e batizado através das técnicas aprendidas na oficina. REFERÊNCIAS: GIL DA COSTA, Maria Helena. “Porque a Criatividade está na Moda, ou Porque antes de Ser Professor sou pessoa”. Revista Sonhar, v. 8, n. 1, pp. 125-141, Braga, setembro/dezembro de 2000. OLIVEIRA, Maria J. Artesanato: narrativa de um povo. In: Anuário Unesco/Metodista de Comunicação Regional. Ano 15 n.15, p. 129-145 jan/dez. 2011. REIS, Ana Carla F. (org). ECONOMIA CRIATIVA como estratégia de desenvolvimento: uma visão dos países em desenvolvimento. São Paulo : Itaú Cultural, 2008. 267 p. SEBRAE. Termo de Referência. Atuação do Sistema Sebrae no Artesanato. Brasília, mar. 2010.
Título do Evento
IV Encontro Nacional de Professores de Arte dos Institutos Federais
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
Anais do Encontro Nacional de Professores de Arte dos Institutos Federais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

OLIVEIRA, Maria José. CIRCULANDO – CRIATIVIDADE NO REAPROVEITAMENTO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS.. In: Anais do Encontro Nacional de Professores de Arte dos Institutos Federais. Anais...Curitiba(PR) IFPR, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/ivenpaif/148765-CIRCULANDO--CRIATIVIDADE-NO-REAPROVEITAMENTO-DE-MATERIAIS-RECICLAVEIS. Acesso em: 26/06/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes