ESCALA, JOGO DE ESCALAS E POLÍTICAS DE ESCALA: CONCEITOS DA GEOGRAFIA PARA APRIMORAR ANÁLISES SOBRE A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA ELEIÇÃO DE MULHERES NO BRASIL

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
ESCALA, JOGO DE ESCALAS E POLÍTICAS DE ESCALA: CONCEITOS DA GEOGRAFIA PARA APRIMORAR ANÁLISES SOBRE A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA ELEIÇÃO DE MULHERES NO BRASIL
Autores
  • Ana Carolina Oliveira Tessmann
  • BRENNO VINICIUS BRITO RODRIGUES
  • Sinara Carvalho de Sá
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 6: Geografia Eleitoral e escalas de representação e participação: democracia e território
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/676335-escala-jogo-de-escalas-e-politicas-de-escala--conceitos-da-geografia-para-aprimorar-analises-sobre-a-influencia-
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
escala – redes sociais - eleição de mulheres
Resumo
Uma análise recente da participação política, resumida por Sani (1998) como o voto, a militância num partido, a participação em manifestações, comícios, campanha eleitoral, a discussão sobre política, o apoio a candidatos etc (SANI, 1998, p. 888), sem reconhecê-la atravessada, em maior ou menor grau, pelo avanço tecnológico e virtual seria anacrônica e incompleta. No Brasil muito tem se investigado sobre a relação da política com os ambientes virtuais. Esse estudo visa corroborar tal esforço, mas entrelaçando-o à premissa da sub-representação de mulheres na política institucional brasileira, analisando o uso de redes sociais para fins eleitorais por este grupo minoritário (em arenas de poder). Respalda-se, portanto, também nos dados acerca da participação de mulheres na política, que ainda que sejam 51,1% (IBGE, 2022) da população brasileira, estão longe de terem presença proporcional nos assentos congressistas. Em 2020, 24% dos parlamentares no mundo eram mulheres, enquanto no Brasil o percentual caia para 16% (Elas No Poder, 2020). Não prescindindo da ciência política e da sociologia, que comumente investigam o tema, mas respaldado no dado de que no Brasil apenas 4% da produção cientifica é encabeçada por geógrafos (AZEVEDO, 2023), esse artigo argumenta a relevância teórico-metodológica da Geografia Eleitoral para aprimorar tal análise. Dessa maneira, o objetivo geral é aplicar os conceitos de escala, salto de escala e política de escala para interpretar o uso das redes sociais para eleição de mulheres no Brasil. Cabe ressalvar que este esforço é uma porção que integra uma pesquisa mais aprofundada, em nível de mestrado, cujo objetivo é analisar o uso de redes sociais como política de escala para mulheres negras socioeconomicamente desfavorecidas que concorreram às eleições para a Câmara Legislativa do Distrito Federal em 2022. Um levantamento sobre as principais fontes de informação sobre política no Brasil da Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais de 2022, apontou que 50% dos eleitores se inteiram sobre as eleições e seus candidatos pelo noticiário de televisão e rádio. Em seguida, as redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram) despontam como meio preferido por 47% da população. O contraste com os dados sobre os tradicionais, agora preteridos, outros meios informativos (jornais, revistas, blogs, debate entre candidatos, propaganda eleitoral etc), além da popularização de termos como “lives”, “impulsionamento”, “transmissão ao vivo”, “engajamento”, que passaram a integrar os manuais de marketing eleitoral, sinalizam uma ruptura na forma de fazer política e campanha eleitoral no país. À medida que atuam para candidatos e eleitores ampliarem a esfera pública de informação e debate, numa difusão mais horizontal, dinâmica e célere, as redes sociais possuem potencial de impactar a escala de uma campanha política. Sendo assim, é imprescindível para esse estudo, conceituar escala, afinal, “a escala introduz o problema da polimorfia do espaço, sendo o jogo de escalas um jogo de relações entre fenômenos de amplitude e natureza diversas” (CASTRO, 1995, p. 138). Através de levantamento bibliográfico sobre o conceito, esse artigo sugere-o como mediador para analisar a influência das redes sociais no pleito de mulheres, uma vez que se sabe que candidatos(as) recorrem a tal ferramenta para potencializarem o alcance de suas campanhas eleitorais. Ademais, a pesquisa lança mão do conceito de “políticas de escala” respaldada em Smith (1992) que, conforme explica, são instrumentos em prol da expansão e inclusão, capazes de solucionar, por exemplo, a exclusão e limitações impostas pelas fronteiras entre lugares e locais de experiência (SMITH, 1992). A intenção é observar as redes sociais como aparato para traspassamento de escala, reiterando a ideia de que estão conectadas as reproduções sociais do dia a dia e a construção espacial em escalas (SMITH, 1992). Cox (1998) contribui com este texto ao versar sobre a existência de espaços de dependência, onde se estabelecem relações sociais que determinam a realização de interesses locais essenciais e se configura um senso de pertencimento, e espaços de engajamento. O autor lança luz sobre a possibilidade de que, para saltar escalas, os agentes, que até então limitavam sua atuação a seu espaço de dependência, estabeleçam associações de rede para a construção de espaços de engajamento e, por fim, realizem seus interesses (COX, 1998). Como consequência, reitera a relevância do espaço geográfico para o fenômeno aqui considerado. Sendo assim, o estudo preconiza a observância da política de escala como uma articulação premeditada (como é o uso deliberado de redes sociais) de agentes e ações (como é o caso de candidaturas femininas no Brasil) que operam em diferentes níveis escalares, para fins de tornar suas ações mais ou menos potentes e efetivas (como almeja-se numa disputa eleitoral), numa construção que é inexoravelmente socio-espacialmente relacional.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

TESSMANN, Ana Carolina Oliveira; RODRIGUES, BRENNO VINICIUS BRITO; SÁ, Sinara Carvalho de. ESCALA, JOGO DE ESCALAS E POLÍTICAS DE ESCALA: CONCEITOS DA GEOGRAFIA PARA APRIMORAR ANÁLISES SOBRE A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA ELEIÇÃO DE MULHERES NO BRASIL.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/676335-ESCALA-JOGO-DE-ESCALAS-E-POLITICAS-DE-ESCALA--CONCEITOS-DA-GEOGRAFIA-PARA-APRIMORAR-ANALISES-SOBRE-A-INFLUENCIA-. Acesso em: 26/06/2025

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