GEOGRAFIA DAS DROGAS: FRONTEIRA BRASIL-PARAGUAI

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
GEOGRAFIA DAS DROGAS: FRONTEIRA BRASIL-PARAGUAI
Autores
  • Stéfanny Ferreira Dias
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 3: Fronteiras e Limites em Múltiplas Escalas
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/676231-geografia-das-drogas--fronteira-brasil-paraguai
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Fronteira Brasil-Paraguai, Narcotráfico, Cidades gêmeas.
Resumo
Este trabalho tem o objetivo de trazer uma discussão sobre a geografia das drogas e seus impactos na fronteira do Brasil com o Paraguai. A fronteira entre os dois países possui 1.366 km de extensão, sendo composta por 929 km de rios e canais e 437 km de divisores de águas (FURTADO, 2013). Nesta fronteira existem doze aglomerados urbanos transfronteiriços que são classificados como localidades fronteiriças vinculadas no Acordo entre a República Federativa do Brasil e a República do Paraguai sobre Localidades Fronteiriças Vinculadas, de 2017. A importância de tais localidades está no fato de constituírem locais-chave na rede do narcotráfico internacional. De acordo com Almeida et al. (2015), o Paraguai é um país estratégico nos circuitos sul-americanos do narcotráfico, possuindo um papel singular ainda no tráfico de armas. Nesse sentido, os referidos autores recordam que entre 2000 e 2014 as principais apreensões de cocaína ocorridas em rodovias e estradas na fronteira entre o Brasil e o Paraguai ocorreram concomitantemente a apreensões de armas e maconha. Estando Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai e a Argentina, entre os municípios que mais registraram essas apreensões. O Brasil faz parte de redes de organizações criminosas que trazem cocaína dos Estados produtores (Bolívia, Colômbia e Peru) para redistribuí-la a outros países. Corroborando este entendimento, em março de 2023 um helicóptero proveniente do Paraguai carregado com 300 quilos de cocaína foi interceptado pela Polícia Federal do Brasil na cidade de Buri, interior de São Paulo. A carga teria como destino final países europeus. Nas exportações de cocaína para fora da América do Sul, organizações criminosas usam com muita frequência o porto de Santos, o maior do subcontinente e um dos principais pontos de partida da droga que abastece a Europa. Segundo Manso e Dias (2018), o trajeto da cocaína rumo à Europa tem na fronteira Brasil-Paraguai um nó estratégico de uma rede planetária. Os autores destacam que essa rede se originou no início do século XXI, quando o Comando Vermelho (CV) se estabeleceu na fronteira Brasil-Paraguai por meio de criminosos como Fernandinho Beira-Mar. A partir de então, o CV passou a impactar o cotidiano de cidades gêmeas como Capitán Bado/Coronel Sapucaia e Ponta Porã/Juan Caballero, que registraram o aumento dos homicídios. Após a prisão de Beira-Mar, em 2001, e o enfraquecimento do CV, outro grupo criminoso, o Primeiro Comando da Capital (PCC), passou a impor o controle na região. Para tanto, em 2016, assassinou Jorge Rafaat, conhecido na altura como “O Rei da Fronteira” (MANSO; DIAS, 2018). Corroborando este entendimento, autoridades paraguaias afirmam que atualmente o PCC busca a liderança do tráfico de drogas e de armas por intermédio de assassinatos, com o objetivo de expulsar integrantes do Comando Vermelho e do Primeiro Grupo Catarinense, que disputam o controle do tráfico de drogas, cigarros e armas na fronteira Brasil-Paraguai (D’ANGELO; SANTOS, 2017). Por sua vez, no Brasil, o dinheiro obtido pelas organizações criminosas através de suas atividades ilícitas é “lavado” por quadrilhas que atuam na fronteira Brasil-Paraguai, em lojas comerciais de cidades como Ciudad del Este (CARNEIRO, 2016). Além disso, para agravar o cenário, no Brasil, o tráfico de drogas, atualmente está associado a policiais, membros do judiciário e do legislativo. Face à complexidade do tema, cabe à Geografia, em virtude da sua característica de ciência de síntese, em especial à Geografia Política, trazer uma narrativa multiescalar que contemple diferentes aspectos da dinâmica do narcotráfico na fronteira Brasil-Paraguai. Assim, inicialmente o texto apresenta a zona de fronteira entre os dois países. Na sequência, é analisada a questão do narcotráfico na economia da fronteira. Por fim, são explicitados os fluxos de drogas ilícitas provenientes da América do Sul com destino a outros continentes. Já em relação à metodologia, o presente trabalho configura uma pesquisa qualitativa, pautada em análise bibliográfica e documental, com recorte temporal que abrange o período entre 2001 e 2023.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

DIAS, Stéfanny Ferreira. GEOGRAFIA DAS DROGAS: FRONTEIRA BRASIL-PARAGUAI.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/676231-GEOGRAFIA-DAS-DROGAS--FRONTEIRA-BRASIL-PARAGUAI. Acesso em: 22/06/2025

Trabalho

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