O DOMÍNIO TERRITORIAL LATINOAMERICANO: DESDE O COMANDO SUL AO PLANO COLÔMBIA

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
O DOMÍNIO TERRITORIAL LATINOAMERICANO: DESDE O COMANDO SUL AO PLANO COLÔMBIA
Autores
  • Diogo Chaves Leiras dos Santos
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 5: Integração Regional, Regionalismo e Novos Espaços de Cooperação e Conflito Internacional
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/675642-o-dominio-territorial-latinoamericano--desde-o-comando-sul-ao-plano-colombia
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Rede, Comando Sul, Plano Colômbia, espacialidade da dominação, instrumentalização dos espaços.
Resumo
A importância da América Latina para a ideologia imperialista estadunidense se encontra em três áreas gerais: comércio, margens de lucro e controle energético e de outros recursos estratégicos (PETRAS, 2005). A dependência dos Estados Unidos da América (EUA) em relação à esses recursos, como o petróleo por exemplo, é essencial para a sua reprodução de capital e poder bélico, sendo assunto de segurança nacional que envolvem operações militares, com tecnologias de ponta, abrangendo uma grande área de cobertura nos setores e rotas de comunicação e transportes. O ciclo produtivo é acelerado por meio de mecanismos espaciais como nós, tramas e redes cujo objetivo é dar mobilidade e flexibilidade ao capital (ARZATE, 2022). Nesse contexto, as regiões andina e amazônica, com rica biodiversidade, são controladas pelo Comando Sul dos EUA por bases militares de operação à distância, sendo parte dos Comandos Unificados de Combate do país, conectadas por redes e pontos no espaço, constituindo-se como um aparato para a implantação do Plano Colômbia. Dessa forma, para Caycedo (2005) e Pina (2007), a principal questão na zona de responsabilidade do Comando Sul é a da presença guerrilheira na Colômbia, país onde os EUA, a partir de Miami, aplicou um plano estratégico no final da década de 1990. Logo, o conceito de rede, na geografia crítica, vem sendo destaque em inúmeras discussões quando se trata da reconfiguração do espaço e, no pensamento de Santos (1996), “a existência das redes é inseparável da questão de poder. A palavra poder deve ser aqui reconhecida como a capacidade de uma organização para controlar os recursos necessários ao funcionamento de uma outra organização”. Dessa maneira, “a densificação das redes – internas a uma organização ou compartilhada em diferentes parceiros – regionais, nacionais ou internacionais, surge como condição que se impõe à circulação crescente de tecnologias, de capitais e de matérias-primas. Em outras palavras, a rede aparece como instrumento que viabiliza exatamente essas duas estratégias: circular e comunicar” (DIAS, 1995). Raffestin (1993) colabora com o debate quando alega que “a circulação e a comunicação são as duas faces da mobilidade. Por serem complementares, estão presentes em todas as estratégias que os atores desencadeiam para dominar as superfícies e os pontos por meio da gestão e do controle das distâncias”. Assim, o Plano Colômbia é um plano dentro de outro plano denominado de Iniciativa Regional Andina (IRA), criado ainda na década de 1980 supostamente como um plano estratégico antidrogas e antiinsurgente. Ao analisar o Plano Colômbia e seus impactos regionais, os EUA, em suas intervenções, mantêm uma prática de “guerra pela prevalência, assossiada à guerra preventiva”, através da forte militarização implementada na América Latina, que é parte de uma “guerra pelo predomínio mundial”. Assim, como metodologia será usado o “Novo Mapa do Pentágono”, elaborado por Barnette (2003) e complementado por Ceceña (2005), que revela o cinturão estratégico para a dominação de territórios e recursos naturais. Nesse mapa é feita uma subdivisão do mundo em três regiões: o centro (the core); os países “costura ou elo” (seam states); e a chamada “brecha” (the gap). Então, a reflexão a ser feita no que se refere às redes que atendem as iniciativas infraestruturais, militares e de segurança dos EUA, e a responsabilidade do Comando Sul, tem como objetivo ter acesso ao uso e vigilância das riquezas e fontes naturais, além de controlar sujeitos, povos e a força de trabalho. E quanto a isso, caracterizamos ser o que Ceceña (2007), acompanhada por Arzate (2022), denominou de “espacialidade da dominação”, na qual o Plano Colômbia é uma de suas estratégias de dominação e apropriação de recursos através da militarização na América Latina. A espacialidade da dominação é um tipo de práxis orientada para garantir a acumulação por meio da dominação e da instrumentalização dos espaços. É uma estratégica, funcional, violenta e repressiva, onde o conflito rege a reprodução social. A espacialidade da dominação é transformar o espaço, adaptá-lo a novas mercadorias, novas tecnologias e novos negócios. Articular o território, ordená-lo, torná-lo funcional e produtivo. A espacialidade da dominação do sujeito hegemônico é a base material e imaterial da superioridade dos EUA em nível global. O acesso irrestrito aos chamados recursos estratégicos da América Latina são condição necessária para o desdobramento militar-estratégico, econômico e político em nível mundial. A competição do sujeito hegemônico contra outros capitalistas (como a China ou a Rússia) depende do controle do espaço latino-americano. A instrumentalização espacial traz como consequência a produção de espaços estratégicos, que por seu valor, resultado das relações de poder, são objetos de disputas e conflitos territoriais em que as implicações locais são de alcance global, é dizer, são geopolíticos.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, Diogo Chaves Leiras dos. O DOMÍNIO TERRITORIAL LATINOAMERICANO: DESDE O COMANDO SUL AO PLANO COLÔMBIA.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/675642-O-DOMINIO-TERRITORIAL-LATINOAMERICANO--DESDE-O-COMANDO-SUL-AO-PLANO-COLOMBIA. Acesso em: 07/07/2025

Trabalho

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