A CARTOGRAFIA SOCIAL NO MAGISTÉRIO INDÍGENA COMO DIAGNÓSTICO SOCIOCULTURAL GUARANI MBYA: RELAÇÕES ENTRE ESCOLA, CURRÍCULO E TERRITÓRIO.

Aline Atthie de Souza Pinto; Pedro Henrique dos Santos Neves; Vinicius Guimarães Ribeiro

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Resumo

Título do Trabalho

A CARTOGRAFIA SOCIAL NO MAGISTÉRIO INDÍGENA COMO DIAGNÓSTICO SOCIOCULTURAL GUARANI MBYA: RELAÇÕES ENTRE ESCOLA, CURRÍCULO E TERRITÓRIO.

Autores

Aline Atthie de Souza Pinto
Pedro Henrique dos Santos Neves
Vinicius Guimarães Ribeiro

Modalidade

Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral

Área temática

Eixo 7: Geografia Política e Ensino: Inovações Temáticas, Conceituais e Metodológicas

Data de Publicação

14/02/2024

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/675550-a-cartografia-social-no-magisterio-indigena-como-diagnostico-sociocultural-guarani-mbya--relacoes-entre-escola-c

ISBN

978-65-272-0268-4

Palavras-Chave

Cartografia social, Guarani Mbya, Educação Diferenciada.

Resumo

A aldeia Sapukai, localizada em Angra dos Reis-RJ, é composta pela etnia Guarani Mbya. O Guarani Mbya é um subgrupo dos Guarani e sua língua pertence ao tronco Tupi e à família linguística Tupi-Guarani. Apesar dos processos de colonização na América, a população Guarani Mbya conseguiu preservar sua língua materna, devido à forte relação espiritual vinculada à língua e aos mecanismos próprios de resistência. A Baía da Ilha Grande reúne a maior concentração de população de terras indígenas do estado do Rio de Janeiro e em Angra dos Reis foi aberto, pela Secretaria Estadual de Educação, em parceria com o IEAR/UFF, o primeiro curso de ensino médio com habilitação em magistério indígena do Estado do Rio de Janeiro. Nossa pesquisa foi realizada por meio de oficinas de Cartografia Social no Colégio Indígena Estadual Guarani Karai Kuery Renda (CIEGKKR), com os alunos do Curso de Magistério Indígena da aldeia Sapukai. Ao analisar e produzir material didático audiovisual e bilíngue, dentro de um contexto cultural Guarani Mbya é claramente diferente de uma produção não-indígena, sendo assim é importante saber e quais são suas particularidades socioculturais que influenciam na construção do material cartográfico no qual ajudará não apenas para promover a inclusão e o respeito à cultura, mas também para elaboração de um currículo diferenciado. Portanto, é importante envolver os membros da comunidade na elaboração do material cartográfico, garantindo que suas perspectivas sejam representadas e respeitadas. A produção da Cartografia Social envolveu a interdisciplinaridade curricular, fazendo dialogar na prática as áreas de Língua Guarani, Língua Portuguesa, História, Artes, Ciências, além é claro, da Geografia. As oficinas tiveram benefícios importantes para os alunos, pois eles puderam estudar o próprio território de uma forma diferente e ao olharem para os lugares comuns do dia a dia através dos mapas, refletiram sobre a importância desses espaços para a comunidade. Ao mapear a aldeia, os alunos também identificaram as áreas invadidas por pessoas não-indígenas, os quais são denominados por eles de jurua. Isso abriu espaço para debater soluções para esse problema. Essa experiência mostrou como a Cartografia Social pode fortalecer a conexão dos alunos com seu território e aumentar a compreensão das questões que afetam a comunidade. Ela também encoraja a participação ativa dos estudantes na busca por soluções e na defesa de seus direitos e interesses. O objetivo da cartografia social dentro do território Guarani Mbya foi buscar aspectos culturais, sociais e entender a estrutura da organização social para a realização de um diagnóstico sociocultural na etapa de estudo da realidade no PPP – Projeto Político-Pedagógico do Colégio Indígena Estadual Guarani Karai Kuery Renda (CIEGKKR), desenvolvido no âmbito do Programa Escolas do Território (IEAR/UFF). O programa busca desenvolver a formação dos professores que atuam em escolas localizadas em territórios de comunidades tradicionais, como indígenas, caiçaras e quilombolas, assessorando essas escolas a desenvolverem projetos pedagógicos participativos, que incluem currículos integrados, interdisciplinares e diferenciados. Para isso, é realizado acompanhamento regular, através de programas de formação contínua para as redes públicas de ensino na região da Baía da Ilha Grande. O programa é acompanhado pelo Grupo de Pesquisa (CNPQ) "Espaços Educativos e Diversidade Cultural" do IEAR/UFF, por meio de atividades de pesquisa, ensino e extensão. Realizamos um estudo para entender a relação dos Guarani-Mbya com o território em que vivem e como isso afeta o espaço ao seu redor. Também buscamos sistematizar essas informações usando a linguagem cartográfica e, para isso, fizemos uma pesquisa bibliográfica sobre cartografia, especialmente a cartografia social, que é uma ferramenta importante nesse contexto. Além disso, estudamos a organização social dos Guarani Mbya, utilizamos o método da Pesquisa-Ação Participante, que é uma abordagem que combina conhecimento acadêmico e popular. Essa metodologia nos permitiu entender a realidade dos participantes e dialogar com suas diferentes formas de conhecimento. Nosso objetivo não foi apenas fazer a pesquisa, mas também estimular a intervenção deles na realidade de sua comunidade. Buscamos trazer problemas para serem discutidos e contribuir com possíveis soluções propostas pela própria população local. É importante respeitar as cosmovisões e as formas de conhecimento dos diferentes povos. Ao adotar abordagens participativas e coletivas, promovemos a autonomia e valorizamos as diferenças de maneira positiva, sem considerá-las como atraso ou inferioridade.

Título do Evento: IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento: São Paulo
Título dos Anais do Evento: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

PINTO, Aline Atthie de Souza; NEVES, Pedro Henrique dos Santos; RIBEIRO, Vinicius Guimarães. A CARTOGRAFIA SOCIAL NO MAGISTÉRIO INDÍGENA COMO DIAGNÓSTICO SOCIOCULTURAL GUARANI MBYA: RELAÇÕES ENTRE ESCOLA, CURRÍCULO E TERRITÓRIO... In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/675550-A-CARTOGRAFIA-SOCIAL-NO-MAGISTERIO-INDIGENA-COMO-DIAGNOSTICO-SOCIOCULTURAL-GUARANI-MBYA--RELACOES-ENTRE-ESCOLA-C. Acesso em: 05/06/2025