A ITÁLIA COMO UM CEMITÉRIO DE MIGRANTES: UMA ANÁLISE DOS ACORDOS POLÍTICOS DOS GOVERNOS ITALIANO E LÍBIO PERANTE A CRISE MIGRATÓRIA NO MEDITERRÂNEO

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
A ITÁLIA COMO UM CEMITÉRIO DE MIGRANTES: UMA ANÁLISE DOS ACORDOS POLÍTICOS DOS GOVERNOS ITALIANO E LÍBIO PERANTE A CRISE MIGRATÓRIA NO MEDITERRÂNEO
Autores
  • Micheli Hederiki Alves
  • Vinicius Modolo Teixeira
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 3: Fronteiras e Limites em Múltiplas Escalas
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/675350-a-italia-como-um-cemiterio-de-migrantes--uma-analise-dos-acordos-politicos-dos-governos-italiano-e-libio-perante-
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Mediterrâneo, Migração, Crise Humanitária.
Resumo
O estabelecer de uma fronteira determina a dimensão territorial de um Estado. Dentro da ciência geográfica muito se discute sobre o que é um território, como ele é demarcado. Contudo, mais importante ainda é: quem tem o poder dentro do território além desta linha imaginária? E quem pode ultrapassar? O fluxo de pessoas migrando tem se alastrado nos últimos anos. Os conflitos gerados e a insegurança têm sido gatilhos determinantes para que a crise migratória que vem ocorrendo aumente cada vez mais. Segundo a ONU, o número de migrantes no mundo em maio de 2023 chegou a 110 milhões de pessoas. É determinante que se estabeleça, cada vez mais, debates não apenas sobre o porquê de as pessoas migrarem, mas como estão agindo politicamente os países que recebem essas pessoas. O fluxo migratório na Europa tem sido elevado nos últimos anos com a crise no mediterrâneo. O número de mortos aumenta, à medida que as dificuldades para traçar rotas até os países de destino tem ficado cada dia mais delimitado. Inicia-se, dessa forma, o início das discussões sobre os países destinos desses imigrantes com foco na Itália a partir da perspectiva de que o governo italiano impõe medidas mais complexas e com discursos anti-migratórios se alastrando. Além disso, o número de corpos de refugiados que chegam em terras italianas aumenta a cada dia. No ano de 2023, após o naufrágio de um barco de refugiados no sul da Itália, morrem 79 pessoas. Neste mesmo ano, até maio, foram reportados mais de 900 mortos ao tentarem fazer a travessia. Encaixando-se no Eixo III do IV CONGEO, o trabalho visa relatar a crise migratória do mediterrâneo dentro da perspectiva do que engatilhou esse movimento e os impactos geopolíticos gerados, resgatando ideias proposta por Yves Lacoste em a Geopolítica do Mediterrâneo (2006) e análises sobre os atuais eventos. Lopes (2019) faz um levantamento sobre os impactos gerados pela crise dos refugiados na geopolítica do mediterrâneo. Segundo dados do autor 53% diz que sim, os refugiados potenciam o terrorismo nos países da Europa. Apenas 26% diz que não. Nesse contexto, torna-se importante parafrasear George Friedman em Focos de Tensão. A Crise Emergente na Europa (2015), quando ele pontua sobre a violência do Mediterrâneo, sendo um local que é propenso para guerra e o ressalta na moldação da história mundial. Segundo RAE (2002), na perspectiva da necessidade de se gerar um Estado e na homogeneização deste, nasce um discurso de ameaça sobre aqueles que vem de fora e não pertence a àquele local. O histórico recorrente de países da Europa com o forte prevalecer do nacionalismo e da rejeição do diferente parafraseia a ideia imposta por Rae perfeitamente. A Líbia é uma das principais rotas dos migrantes para chegar até a Itália. O país europeu mantém acordos com a Líbia devido à rota do mar Mediterrâneo Central, com a assinatura do Memorando de Entendimento entre ambos. Ressalta-se que a Líbia não é signatária da Convenção de Refugiados de 1951 e do Protocolo Adicional de 1967, no controle de refugiados, além de que o governo líbio, atual e passado, não é conhecido por aplicar as normas dos direitos humanos, e no relatório S.O.S. Europe: Human Rights and Migration da Anistia Internacional (2012), os acordos estabelecidos entre ambos os países não visavam a proteção dos refugiados ou a aplicação dos direitos humanos. Neste viés, o trabalho segue quatro seções. A primeira aborda a geopolítica do mediterrâneo, os conflitos e como se deu o gatilho da crise migratória no mediterrâneo. Na segunda seção, é tratado as principais rotas dos refugiados e a barreira que encontram ao longo da jornada. Na terceira parte, é analisado o trabalho da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (FRONTEX), criada em 2004, propondo forças para proteger as fronteiras externas do espaço de livre circulação da União Europeia. Por fim, na quarta e última seção, são discutidos os acordos estabelecidos entre a Itália e a Líbia para contenção de migrantes e até que ponto o direito de ir e vir é permitido e respeitado.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ALVES, Micheli Hederiki; TEIXEIRA, Vinicius Modolo. A ITÁLIA COMO UM CEMITÉRIO DE MIGRANTES: UMA ANÁLISE DOS ACORDOS POLÍTICOS DOS GOVERNOS ITALIANO E LÍBIO PERANTE A CRISE MIGRATÓRIA NO MEDITERRÂNEO.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/675350-A-ITALIA-COMO-UM-CEMITERIO-DE-MIGRANTES--UMA-ANALISE-DOS-ACORDOS-POLITICOS-DOS-GOVERNOS-ITALIANO-E-LIBIO-PERANTE-. Acesso em: 10/08/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes