DESIGUALDADE ESPACIAL: A ARQUITETURA HOSTIL NO CONTEXTO URBANO DE GUARAPUAVA – PR

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
DESIGUALDADE ESPACIAL: A ARQUITETURA HOSTIL NO CONTEXTO URBANO DE GUARAPUAVA – PR
Autores
  • Alison Buava
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 8: Geografia Política e Geopolítica Urbanas
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/670345-desigualdade-espacial--a-arquitetura-hostil-no-contexto-urbano-de-guarapuava--pr
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Espaço urbano, Arquitetura, Aporofobia, Desigualdades
Resumo
A Geografia, em sua dimensão política, busca pesquisar como os eventos, fatos e processos políticos que influenciam a produção do espaço. Assim, a “[...] política nunca deixou de estar em evidência na Geografia” (CASTRO, 2005, p. 31). Daí, a produção do espaço ser política e sendo política, “é um espaço humano que se realiza como domínio sobre o espaço produzido” (SILVA, 1984, p. 103). Então, para nós, a Geografia é, por excelência, política, estabelecendo-se a partir das relações de poder em consonância com o viés espacial. Em vista disso, o presente trabalho tem por objetivo identificar os dispositivos construtivos de arquitetura hostil no espaço urbano em Guarapuava, PR. Para isso, foi possível desenvolver um caminho metodológico baseado na leitura de importantes referenciais teóricos para a compreensão do conceito de aporofobia e informações acerca da temática da arquitetura hostil. Além disso, foram realizadas pesquisas em sites e revistas acadêmicas para auxílio na fundamentação teórica. O estudo utiliza como recorte espacial o município de Guarapuava, localizado na região Centro-Sul do Paraná, especialmente o perímetro urbano e as interrelações socioespaciais que o permeiam, nesse caso, construções que apresentam resquícios de hostilidade e segregação ou exclusão espacial para com os grupos menos favorecidos da sociedade e que residem nas ruas. A rejeição e a aversão aos pobres ocorrem, indica Cortina (2017) porque estes representam aqueles indivíduos que atrapalham o crescimento socioeconômico dos demais, visto que demandam uma quantidade grande de recursos públicos (políticas públicas) que poderiam, segundo os aporófobos, ser destinados a outras demandas. Assim, os pobres seriam os incapazes de contribuir para o desenvolvimento econômico dos países. Os fluxos migratórios e os movimentos de xenofobia, em vários países, se sustentam nesses argumentos, demonstrando que o sentimento de rejeição não é direcionado apenas à raça e etnia, mas especificamente ao perigo em potencial que esses indivíduos pobres representam para o bem-estar social geral das sociedades. O termo aporofobia ganhou importante destaque a partir da condição de desigualdade e de opressão oriunda da rejeição, aversão e medo do estrangeiro, a denominada xenofobia. As mudanças na ordem capitalista impõem diferenças significativas entre pessoas ricas e pobres, assim como na relação destes com o mercado de consumo. Segundo Escorel (1999), a pobreza pode ser compreendida a partir de dois conceitos: a pobreza relativa, que diz sobre a falta de recursos ou de consumo em relação aos padrões usuais ou considerados essenciais pela sociedade para uma vida digna; e a pobreza absoluta, que é a falta de acesso aos bens e serviços essenciais, ou seja, o afastamento do mínimo necessário para sobrevivência. Assim, a utilização das ruas como local de moradia e fonte primordial de subsistência tem sido recorrente no Brasil, em especial a partir da decadência da capacidade (ou da eficiência de gestão) de manutenção da empregabilidade e da geração de novos empregos (dentre outros muitos argumentos, como a ausência de incentivos e políticas públicas governamentais) que fizeram com que diversas outras famílias passassem a residir em barracas, em meio às ruas de cidades do país. A partir disso, é importante destacar os casos de construções hostis e que segregam ainda mais aquele grupo em específico que já em situação de rua e segregação socioespacial, segundo Rosaneli (2019, p. 224) a arquitetura hostil é um “fenômeno de proteção, fortificação e afirmação social de status, que geram segregação, exclusão, conflitos e alterações estéticas no ambiente urbano e conduzem os usos do espaço público”. De acordo com Tavares (2012) esse modelo de construção arquitetônica está voltado para o distanciamento e exclusão dos grupos formados por moradores de ruas, as construções possuem cercas elétricas, muros, grades, bancos com braços ou divisórias para impedir que pessoas sem-teto durmam neles, tornando a vivência nas ruas ainda mais desumana. Esse cenário confirma a imensa desigualdade socioeconômica do país, em curso desde a formação social do povo brasileiro. O capital passou, ao longo dos séculos, a ter um grande domínio social, transformando, inclusive, as políticas sociais em mercadorias, disponíveis para as pessoas que possuem renda para consumi-las. Essa realidade tornou-se um divisor de águas entre aquelas/es que podem consumir e aquelas/es para quem o consumo é limitado ou inexistente, expressando, em última instância, uma mercantilização da vida.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BUAVA, Alison. DESIGUALDADE ESPACIAL: A ARQUITETURA HOSTIL NO CONTEXTO URBANO DE GUARAPUAVA – PR.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/670345-DESIGUALDADE-ESPACIAL--A-ARQUITETURA-HOSTIL-NO-CONTEXTO-URBANO-DE-GUARAPUAVA--PR. Acesso em: 21/06/2025

Trabalho

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