ENCRUZILHADA NA AMAZÔNIA: A FERROVIA DA BORRACHA BELÉM-BRAGANÇA NA APROXIMAÇÃO GEOPOLÍTICA DO BRASIL COM OS ESTADOS UNIDOS (1883-1908)

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
ENCRUZILHADA NA AMAZÔNIA: A FERROVIA DA BORRACHA BELÉM-BRAGANÇA NA APROXIMAÇÃO GEOPOLÍTICA DO BRASIL COM OS ESTADOS UNIDOS (1883-1908)
Autores
  • Joserlane Oliveira da Silva
  • Victor Augusto Araújo de Jesus
  • Raimundo Jucier Sousa de Assis
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 2: (Geo)Políticas do Meio Ambiente, Gestão de Recursos e Sustentabilidades
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/670225-encruzilhada-na-amazonia--a-ferrovia-da-borracha-belem-braganca-na-aproximacao-geopolitica-do-brasil-com-os-estad
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Amazônia, borracha, ferrovia.
Resumo
O texto apresenta uma reflexão acerca da Província Belém-Pará, a partir da construção da ferrovia Belém-Bragança, cuja construção esteve ligada ao ciclo da borracha. A produção agrícola, o intenso extrativismo da madeira que era comercializada nos mercados internos e externos revelam um momento específico da abertura da Amazônia para o capital com implicações em novas formas de apropriação e controle da natureza. Dessa forma, a pesquisa baseia-se em duas vertentes operacionais, exploração bibliográfica e análise documental. A pesquisa bibliográfica foi realizada por meio de estudos e pesquisas em diversos materiais como, em livros e artigos que tratam da formação e integração do Brasil contemporâneo, em especial, da Região Norte (PRADO JÚNIOR, 1945; ASSIS, 2017). Em termos documentais, foram buscados levantar fontes que tratam da dinâmica da ferrovia, no recorte temporal de 1883 a 1964, com a finalidade de evidenciar como a reprodução econômica da Borracha provoca mudanças geográficas em parcela da Província do Grão Pará (LACERDA, 2018). Um dos principais argumentos utilizados para a construção da estrada de ferro residia no discurso do crescimento econômico, a necessidade de facilitar o escoamento da produção agrícola além de favorecer os processos de povoamento via migrações. E com essa perspectiva de crescimento, o governador Augusto Montenegro afirmava que a estrada de ferro ajudaria a levar a província para novos caminhos, em suas palavras necessitavam de “ordem, economia, disciplina e melhor distribuição de serviços (LACERDA, 2018, P.227)”. Com essas questões estabelecidas, inicia em 1883 a construção da estrada de ferro de Bragança, na esperança de um crescimento econômico baseado na expansão geográfica da província. Internamente, ´´as autoridades paraenses consideram a importância da Estrada de Ferro de Bragança, como um serviço público, que, para além de meio de transporte, era essencial para o desenvolvimento de projetos agrícolas, a partir da implementação de núcleos coloniais´´ (LACERDA, 2018, P.228) com esses fatos horizontais de crescimento, a Província ganharia uma nova configuração. Isto é, a estrada de ferro era vista como uma força produtiva capaz de acelerar os processos de apropriação da natureza pela agricultura, pelo extrativismo e pela reorganização da distribuição territorial da população regional e de imigrantes na Amazônia, integrando parcelas de seus “fundos territoriais” e da força de trabalho da dinâmica da acumulação de capital (MORAES, 2001; ASSIS, 2017) Prado Júnior (1945) destaca que, na década de 1870, a borracha da Amazônia definitivamente estava em uma esplêndida fase de ampliação de seu alcance de mercado, a exportação da borracha chegou a quase se emparelhar com a exportação de café. As ações geopolíticas da época, sobretudo, marcadas pela aproximação do Brasil com os EUA, ainda centralizavam o fruto do crescimento comercial com uma produção primária, vista que o Norte do Brasil, seria uma fonte fecunda para as organizações financeiras voltadas para o extrativismo. Parte então o processo de conversações e ideias para aproveitar as mudanças que eram evidentes para a expansão da província. As estratégias geopolíticas voltados para a região amazônica eram perspicazes, o processo de implantação da ferrovia é contextualizada no movimento de migrações internas, bem como de imigrantes europeus e norte-americanos que buscavam benefícios para uma economia primário-exportação da borracha para o continente, e demandaria uma mão de obra intensa para que os objetivos fossem alcançados. Segundo Furtado (2007), trata a expansão, acompanhada da elevação contínua dos preços, a riqueza produzida pela borracha crescia na medida em que ascendia a procura pela matéria-prima quase que exclusiva do vale amazônico. Contraditoriamente, os negócios da borracha eram limitados, como falamos, pela disponibilidade de mão de obra, embora a contínua expansão seja recorrentemente explicada pelo incremento demográfico nos seringais, uma vez que as técnicas de extração do látex continuavam as mesmas. Na falta de mão de obra, ocorre o pacto com seringueiros especialistas, todavia eram endividados, ocorre uma troca de interesses para a extração produtiva da borracha, fato marcado pela servidão do trabalho escravo, a fim de pagar suas dívidas acumuladas. Iniciada em 1883, a Ferrovia, partindo de Belém, chega a Bragança em 1908, com um Brasil que se transformava em República e com as novas unidades federativas que, ganhando autonomia, buscava operar geograficamente as melhores estratégias, nesse caso, traçadas para ampliação dos usos e da exploração do Vale Amazônico (ASSIS, 2017). Enquanto o mundo se preparava para as duas Guerra Mundiais e um projeto maciço de produção de automóveis, sem ter total consciência disso, parcelas da Amazônia eram forjadas para produzir e abastecer o mundo com artigos coloniais, entre elas, a Borracha da Amazônia que seria transportada pela ferrovia Belém-Bragança.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Joserlane Oliveira da; JESUS, Victor Augusto Araújo de; ASSIS, Raimundo Jucier Sousa de. ENCRUZILHADA NA AMAZÔNIA: A FERROVIA DA BORRACHA BELÉM-BRAGANÇA NA APROXIMAÇÃO GEOPOLÍTICA DO BRASIL COM OS ESTADOS UNIDOS (1883-1908).. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/670225-ENCRUZILHADA-NA-AMAZONIA--A-FERROVIA-DA-BORRACHA-BELEM-BRAGANCA-NA-APROXIMACAO-GEOPOLITICA-DO-BRASIL-COM-OS-ESTAD. Acesso em: 01/06/2025

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