ARTE DE RUA E CIDADANIA: ESPAÇO PÚBLICO COMO MEIO DE EXPRESSÃO DA PERIFERIA

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
ARTE DE RUA E CIDADANIA: ESPAÇO PÚBLICO COMO MEIO DE EXPRESSÃO DA PERIFERIA
Autores
  • Letícia de Souza Blanco
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 8: Geografia Política e Geopolítica Urbanas
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/670137-arte-de-rua-e-cidadania--espaco-publico-como-meio-de-expressao-da-periferia
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Espaço público, Arte de rua, Cidadania.
Resumo
Os jovens periféricos que vivem nas cidades estão à margem dos seus processos de ordenamento e planejamento, restando-lhes poucos espaços para exercerem sua cidadania e se expressarem, como são os espaços públicos urbanos, especialmente as praças. Conforme Oliveira (2007), a praça possui três premissas fundamentais que a tornam alvo de interesse: uso, convívio e acessibilidade. Como destaca a autora, “o uso considera o costume de ir à praça; o convívio considera a socialização; e a acessibilidade, o direito de livre acesso” (OLIVEIRA, 2007, p.180). Corroborando com essa análise Lamas (1992) define a praça como lugar do encontro, dos acontecimentos, de práticas sociais, de manifestações de vida urbana e comunitária. Dado isto, o espaço público neste trabalho é entendido como um espaço da ação política, do exercício da cidadania, acessível a todos àqueles que requerem seus direitos (civis, políticos e sociais) que foram negados, onde se organizam movimentos sociais urbanos. Uma das principais formas dos sujeitos periféricos ocuparem e se apropriarem dos espaços públicos, como as praças, é por meio das culturas de rua, intervenções urbanas e artísticas que fazem da cidade palco e cenário de suas artes. Segundo Bonnemaison (2002, p. 86) “a cultura hoje tende a ser compreendida como uma outra vertente do real, um sistema de representação simbólica existente em si mesmo [...] como uma visão de mundo”. Assim, analisando as práticas culturais que ocorrem no espaço da cidade entende-se o lado velado do cotidiano urbano. Como pontua o autor, o cultural revela a face oculta da realidade, sendo ao mesmo tempo herança e projeto, em ambos os casos indo contra a realidade sócio-histórica presente que o esconde ou o evidencia a depender do caso. Um dos fenômenos da arte urbana que tem crescido e possibilitado a insurgência da periferia, nas cidades, são as rodas culturais, que por meio da ocupação de praças, ressignificam os espaços que lhes são cedidos pelo poder público e dão protagonismo às vozes e corpos dos atores sociais silenciados na lógica hegemônica capitalista. Por meio das rimas e poesias, os artistas periféricos se tornam visíveis para a cidade, são reconhecidos, na medida em que produzem suas contra narrativas, e uma literatura marginal de baixo para cima (decolonial) que rompe com estereótipos e com uma visão dominante sobre a periferia, “criando um campo literário que tenciona lugares de fala, cultura, apropriação de território, a cidade” (ALVES, 2015, p. 118). Como pontua Viana (2020) a literatura que escutamos nas rodas (nas poesias e rimas) surgem das relações cotidianas da cidade que é a fonte de inspiração artística, “a via urbana veste-se de via literária diante dos olhos de um escritor” (VIANA, 2020, p. 72), possibilitando a construção de novos sentidos sobre os espaços, produzidos mediante o exercício da cidadania dos sujeitos, expresso na apropriação simbólica. São objetivos do trabalho compreender a potencialidade política e social das culturas de rua, utilizando como estudos de caso as rodas culturais, como meios de expressão dos jovens periféricos a partir do uso e apropriação dos espaços públicos urbanos; fazer o levantamento sobre o surgimento dos espaços públicos como as praças nas cidades; e destacar sua relação com a cidadania. Como metodologia foi realizado estudo exploratório com base em revisão de literatura nas bases de pesquisa Capes e Scielo, buscando a relação entre os conceitos fundamentais: cidadania, espaço público, periferia, cultura de rua. Conclui-se que as práticas culturais nas praças e ruas, evidenciam a importância dos espaços públicos urbanos para o exercício da cidadania da periferia e que estes se constituem como lugar de expressão cultural e lazer para os jovens que os ocupam, mas também são lugares em que por, meio de poesias e rimas, se denunciam questões sociais, como a falta de saneamento, de empregos, a violência policial etc., e são requeridos direitos sociais fundamentais que lhe são negados pelo poder público.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BLANCO, Letícia de Souza. ARTE DE RUA E CIDADANIA: ESPAÇO PÚBLICO COMO MEIO DE EXPRESSÃO DA PERIFERIA.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/670137-ARTE-DE-RUA-E-CIDADANIA--ESPACO-PUBLICO-COMO-MEIO-DE-EXPRESSAO-DA-PERIFERIA. Acesso em: 07/06/2025

Trabalho

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