MIGRAÇÃO COMPULSÓRIA E VOLUNTÁRIA EM ALTAMIRA, APÓS A INSTALAÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE, NO ESTADO DO PARÁ.

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
MIGRAÇÃO COMPULSÓRIA E VOLUNTÁRIA EM ALTAMIRA, APÓS A INSTALAÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE, NO ESTADO DO PARÁ.
Autores
  • Rubia Gabriela Esquerdo Monteiro
  • Paulo Maykon Lacerda da Silva
  • MARKUS VENICIUS AMORAS FERREIRA
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 8: Geografia Política e Geopolítica Urbanas
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/668691-migracao-compulsoria-e-voluntaria-em-altamira-apos-a-instalacao-da-usina-hidreletrica-de-belo-monte-no-estado-d
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Dinâmica demográfica, grandes projetos, mobilidade do trabalho
Resumo
No estado do Pará, a migração voluntária é um fenômeno ocorre com grande expressão a partir do século XIX, passando pelas fases de exploração do látex até os momentos atuais, onde os grandes projetos mobilizam enormes contingentes de trabalhadores para o estado do Pará, mas também em toda a região amazônica. Por outro lado, milhares de pessoas migram compulsoriamente para dar lugar à grandes projetos, em especial aos faraônicos projetos hidrelétricos, que por sua natureza inundam enormes áreas. Os impactos causados por estes grandes empreendimentos tem merecido análises, tanto no que está relacionado a detectar os problemas oriundos de sua inserção propriamente dita, quanto à respeito da criação de políticas de reordenamento territorial dentro de um plano de inserção regional a fim de amortecer os impactos que reverberaram em toda a Região de Integração do Xingu, em especial Altamira, por se tratar da cidade que mais sofreu impactos relacionados à pressões demográficas. Por se tratar de uma cidade com localização estratégica, articulada entre o Rio Xingu e a rodovia Transamazônica, Altamira foi a cidade que mais sofreu com a pressão demográfica durante o período de construção do evento Belo Monte. Estima-se que mais de 100.000 migrantes estiveram em Altamira durante o período de construção da usina (MIRANDA NETO, 2016). Desde total, 45.000 mil foram os trabalhadores contratados diretamente pela empresa responsável pela construção da usina, e 20.000 pessoas deslocadas compulsoriamente de seus locais de origem para reassentamentos coletivos criados para receber pessoas diretamente afetadas pelo lago da usina (NORTE ENERGIA, 2020). E milhares de outras pessoas voluntariamente migraram para Altamira em busca de possíveis oportunidades de trabalho. O capitalismo tem como uma das questões mais proeminentes para o funcionamento de seu sistema, a forma com que o capital assume, em seu ímpeto por acumular. Este fenômeno provoca o descarte em massa de trabalhadores do processo produtivo, com consequências negativas importantes para a sociabilidade em geral, sendo a mais grave delas a questão do desemprego (GOMES, 2009). Neste sentido, o descarte de trabalhadores em massa ocasiona favelização, violência, fome, marginalização, entre outras barbáries sociais como o aumento da exploração da mais-valia Para o Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (IPEA, 1979), a investigação dos fluxos migratórios na Amazônia é indissociável da análise da ocupação econômica da região, a qual está fortemente relacionada as flutuações do mercado internacional e as transformações que ocorrem no âmbito da economia nacional. É através desta premissa que este artigo pretende apresentar os impactos da migração compulsória e voluntária em Altamira. Deslocamentos compulsórios são fenômenos que afetam diversos aspectos das vidas dos indivíduos atingidos, resultando em perdas sociais e econômicas, coletivas e individuais. Este fenômeno promove transformações socioespaciais que se refletem em alterações do uso e ocupação do solo, na desterritorialização de grupos sociais e nas relações interpessoais (OLIVER- SMITH, 2009). Para a realização deste artigo, foi utilizado um percurso metodológico descritivo e exploratório. Também foram utilizadas fontes primárias e secundárias, bem como dados extraídos em campo. Além da revisão bibliográfica e documental, foram entrevistados pesquisadores da Universidade Federal do Pará que discutem em seus trabalhos, as implicações da construção da usina na região. Também foram entrevistadas lideranças do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), onde na oportunidade fui apresentada aos moradores do bairro Jardim Independente, mais especificamente os que pertencem à comunidade da lagoa, área que somente anos após anos de protestos junto à empreiteira foram reconhecidos como atingidos pela construção da barragem e assim realocados para o local destinado aos atingidos pelo lago da usina. Durante o trabalho de campo, visitei quatro dos cinco denominados Reassentamentos Urbanos Coletivos (RUC) construídos pela empresa responsável pela construção da barragem, com a finalidade de realocar a população diretamente afetada pelo lago da usina de Belo Monte nas margens do Rio Xingu, na porção que compreende o município de Altamira. Tive também acesso à alguns dados estatísticos de índices, dos mais variados tipos de violência, pois, no presente trabalho, estes fenômenos são compreendidos enquanto mazelas sociais oriundas da mobilidade do trabalho. Utilizei também diversas fontes de de arquivos vetoriais para a construção dos mapas, bem como imagens de satélites obtidas através do google earth para mostrar através de recortes temporais a ocupação da região da lagoa.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MONTEIRO, Rubia Gabriela Esquerdo; SILVA, Paulo Maykon Lacerda da; FERREIRA, MARKUS VENICIUS AMORAS. MIGRAÇÃO COMPULSÓRIA E VOLUNTÁRIA EM ALTAMIRA, APÓS A INSTALAÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE, NO ESTADO DO PARÁ... In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/668691-MIGRACAO-COMPULSORIA-E-VOLUNTARIA-EM-ALTAMIRA-APOS-A-INSTALACAO-DA-USINA-HIDRELETRICA-DE-BELO-MONTE-NO-ESTADO-D. Acesso em: 01/05/2025

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