A PISCICULTURA DO TAMBAQUI: UM POSSÍVEL CAMINHO PARA A SUSTENTABILIDADE NA AMAZÔNIA?

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
A PISCICULTURA DO TAMBAQUI: UM POSSÍVEL CAMINHO PARA A SUSTENTABILIDADE NA AMAZÔNIA?
Autores
  • Thiago José Arruda de Oliveira
  • Marta Eichemberger Ummus
  • Diego Neves de Sousa
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 2: (Geo)Políticas do Meio Ambiente, Gestão de Recursos e Sustentabilidades
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/664908-a-piscicultura-do-tambaqui--um-possivel-caminho-para-a-sustentabilidade-na-amazonia
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
piscicultura; sustentabilidade; Amazônia.
Resumo
A piscicultura obteve poucos incentivos durante o processo de dominação da Amazônia brasileira, ainda que os recursos hídricos sejam uma importante fonte de alimentação, renda e transporte para a população local. Ao contrário, priorizou-se o modelo primário-exportador desintegrado com as especificidades regionais (BECKER, 2005; MELLO, 2006), promotores de efeitos danosos à vida silvestre, povos originários e às comunidades tradicionais. A partir da enorme perda de biodiversidade no solo amazônico, iniciou-se uma forte pressão para que o governo brasileiro formulasse políticas públicas socioambientais para esse território. Em resposta, surgiram propostas inovadoras em torno do conceito da bioeconomia. Diferente das abordagens prévias, essa linha segue os preceitos da sustentabilidade ao incorporar as riquezas genuínas da região em processos tecnológicos inclusivos e agregadores de valores, capazes de gerar bens comercializáveis derivados de bioprocessos e bioprodutos (CNI, 2020). Por outro lado, os seus reais benefícios, especialmente no campo da aquicultura, encontram-se longe de um consenso categórico, mesmo diante de uma demanda crescente pelo tambaqui (Colossoma macropomum) cultivado na Amazônia (PEDROZA FILHO, 2016). Trata-se de um peixe redondo nativo com rápido ganho de peso e pouca necessidade de espaço, a tornando uma alternativa às outras proteínas animais. No entanto, antes de determinar o seu potencial bioeconômico, é primordial compreender as suas relações socioespaciais a fim de evitar os erros do passado. Para tanto, analisou-se a formação de aglomerações especializadas na produção da espécie em estudo, seu nível de crescimento intertemporal e os fatores socioeconômicas que se associaram com a atividade. Para a primeira etapa, adotou-se o I de Moran Global e Local, um indicador cuja variável dependente se correlaciona consigo mesma, possibilitando a formulação de hipóteses contra uma série de alternativas prévias utilizando somente um parâmetro (ANSELIN; REY, 2014). No caso, o volume produzido de tambaqui entre os anos de 2013 e 2020. Ademais, o método categoriza os resultados em cinco grupos (Alto-alto, Alto-baixo, Baixo-alto, Baixo-Baixo e Sem correlação), por meio de uma matriz de distância “w” com nível de significância acima de 95%, além de ilustrá-los em um LISA map. Com isso, visualiza-se os lugares onde se concentram os valores em curso que estão positivamente correlacionados (“Alto-alto” ou “High-high”) com os seus vizinhos. Mensurou-se a taxa de crescimento da produção de tambaqui (2013-2020) ignorando os valores nulos e discrepantes para obter uma amostra próxima da distribuição normal. Novamente, empregou-se o I de Moran Global e Local para identificar as aglomerações que apresentaram elevados níveis de expansão ou contração no período analisado. Por fim, selecionaram-se 14 variáveis socioeconômicas como variáveis dependentes no modelo Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). A variável independente foi a quantidade produzida de tambaqui em 2017, ano do último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Efetivou-se seguidas regressões para obter as melhores estimativas, rejeitando aquelas com baixo nível de significância e agrupando-as de acordo com a sua capacidade produtiva. O banco de dados constituiu de informações provenientes do Sistema de Inteligência Territorial Estratégica para Aquicultura (SITE Aquicultura), além do Banco de Tabelas Estatísticas (SIDRA/IBGE). A escala geográfica adotada foi a municipal, e considerou-se somente aqueles que de alguma forma estão inseridos no bioma amazônico. Os resultados apontaram áreas de expansão da atividade em Rondônia, consolidadas em Roraima, estagnadas ao redor de Manaus, Amazonas, e com potencial de crescimento em partes do Pará, Maranhão e Mato Grosso. Para as demais regiões amazônicas, inexistem significativas interações espaciais entre as variáveis em estudo. A considerável presença de trabalhadores com formação básica e o acesso limitado aos serviços de extensão rural se configuram em um entrave na incorporação de inovações tecnológicas no processo de produção do peixe redondo. Apesar disso, a espécie prospera no Vale do Jamari-RO, por exemplo, graças à atuação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e das cooperativas de créditos. Diante dessas observações, o principal entendimento sobre a capacidade do tambaqui em gerar bioprocessos e bioprodutos, e assim se tornar um modelo de sustentabilidade desvinculado das ações governamentais anteriores, passa, necessariamente, pela qualificação profissional, incentivos financeiros e orientações técnicas permanentes. Locais onde a produção está consolidada ou em consolidação possuem uma maior aptidão para receber esses suportes, e, assim, promover a sustentabilidade na Amazônia gerando tecnologias condizentes com as interações presentes na floresta tropical.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

OLIVEIRA, Thiago José Arruda de; UMMUS, Marta Eichemberger; SOUSA, Diego Neves de. A PISCICULTURA DO TAMBAQUI: UM POSSÍVEL CAMINHO PARA A SUSTENTABILIDADE NA AMAZÔNIA?.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/664908-A-PISCICULTURA-DO-TAMBAQUI--UM-POSSIVEL-CAMINHO-PARA-A-SUSTENTABILIDADE-NA-AMAZONIA. Acesso em: 02/05/2025

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