A GEOESTRATÉGIA PORTUGUESA DAS GRANDES NAVEGAÇÕES SOB O PONTO DE VISTA DA TEORIA GEOPOLÍTICA DO PODER MARÍTIMO DO ALMIRANTE MAHAN.

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
A GEOESTRATÉGIA PORTUGUESA DAS GRANDES NAVEGAÇÕES SOB O PONTO DE VISTA DA TEORIA GEOPOLÍTICA DO PODER MARÍTIMO DO ALMIRANTE MAHAN.
Autores
  • Thiago Cardoso
  • Leonardo da Silva Lima
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 1: Geografia Política e Geopolítica: dos Enfoques Clássicos às Renovações Contemporâneas
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/664475-a-geoestrategia-portuguesa-das-grandes-navegacoes-sob-o-ponto-de-vista-da-teoria-geopolitica-do-poder-maritimo-do
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Portugual; Poder Marítimo; Território
Resumo
Este trabalho tem por objetivo estudar os fundamentos da Teoria Geopolítica do Poder Marítimo, de Mahan que nortearam a geoestratégia portuguesa durante sua expansão marítimo-territorial-comercial promovida entre 1415 e 1560, com foco no desenvolvimento de novas tecnologias para conquista e manutenção do Império colonial. No seu transcurso, obteve-se como resultado que os lusitanos foram os primeiros a construir um Império global, utilizando-se de preceitos que viriam a se tornar os fundamentos dessa teoria clássica da geopolítica, a qual viria a surgir somente alguns séculos depois. O método de estudo utilizado foi o histórico-dedutivo, amparado na lente epistemológica de “tempo longo”, de Braudel. Como técnica de pesquisa, empregou-se a pesquisa bibliográfica. A lente epistemológica de “tempo longo” foi focada nas imposições geo-históricas que conduziram os portugueses à sua expansão marítima. Destacam-se, dentro da pesquisa bibliográfica, reflexões geopolíticas baseadas nos estudos do Mahan e de Therezinha de Castro. Além disso, os fatos referentes à história da expansão marítima portuguesa foram obtidos da historiografia lusitana, brasileira, norte-americana e inglesa, inclusive, com consultas a cronistas da época. Para construir seus resultados, a pesquisa foi dividida em eixos, que, ao final da coleta de dados, foram transformados em seções do trabalho, sistematizando os aspectos relevantes. O primeiro deles versa sobre a Vocação Marítima Portuguesa, estudando a sua predestinação geo-histórica para a maritimidade, em virtude de sua posição espremida entre uma região montanhosa e o oceano Atlântico, apresentando uma vocação similar àquela dos fenícios durante a Antiguidade. Portugal era considerado como a finisterra do ocidente conhecido, porém empregou essa condição para desenvolver suas atividades marítimas, como a de se tornar o elo entre as rotas comerciais do Mediterrâneo e do Mar do Norte. O próximo eixo da pesquisa é o Espírito Navegador Português e complementa o primeiro, ao canalizar as forças psicossociais lusitanas, criadas com as guerras de Reconquista, para um processo de expansão, o qual, em seu conjunto, criou um ciclo virtuoso de desenvolvimento de novas tecnologias na área da navegação. Ele seria o herdeiro do espírito cruzadístico, amalgamado durante quatro séculos de guerras contra os mulçumanos para a consolidação territorial de Portugal. Como resultado das inovações tecnológicas, surgiram novos tipos de embarcações, como a Caravela e a Nau; o sistema de cartografia foi aprimorado; instrumentos de navegação, como o astrolábio e as tabelas de posição solares de Abraão Zacuto, foram criados; e novos armamentos, como canhões de bronze, foram desenvolvidos. O terceiro eixo estuda a Teoria do Poder Marítimo, aplicando seus conceitos ao caso português durante os séculos XV e XVI. Nesse trecho, observa-se que Portugal se constituiu como a primeira potência marítima do Ocidente. Os lusitanos conseguiram conjugar o binômio esquadra e fortaleza. Eles aprenderam que o domínio de pontos chaves em terra, como estreitos, penínsulas ou rotas de passagem, por meio do emprego de embarcações de guerra e da proteção das fortalezas, é capaz de projetar poder em vastas áreas. Essa geoestratégia permitiu o acúmulo de riqueza que, por sua vez, converteu-se em mais poder e se refletiu em mais capacidade de projetá-lo em caráter global. O último eixo trata sobre a construção do Império Colonial Português e apresenta a expansão marítimo-territorial-comercial que se iniciou com a conquista de Ceuta (1415) e finalizou com a aquisição de um entreposto comercial em Macau (1557). A primeira fase da expansão, delimitada pelo período entre a conquista de Ceuta (1415) e a de Tânger (1471), caracterizou-se pelo desejo de controlar o acesso ao mar Mediterrâneo, expandir as terras portuguesas para áreas próximas ao território continental e canalizar o espírito nacional contra o mulçumano. Neste período, ocorreu a conquista dos arquipélagos das Madeiras (1419) e dos Açores (1427). Em seguida, Portugal conquista os arquipélagos de Cabo Verde (1456) e de São Tomé e Principe (1470), pois possuíam importância no acesso e controle do golfo da Guiné. O contato com as riquezas africanas em ouro, especiarias e escravos, após o seu estabelecimento na África, conduziu o Estado português a construir o “Plano das Índias", com o objetivo de chegar à fonte das especiarias. A geoestratégia portuguesa de contornar a África para chegar às Índias teve como base o domínio de pontos chaves na costa Ocidental e Oriental africana, como Angola (1482), Cabo da Boa Esperança (1488) e Moçambique (1501); bem como a posse de rotas de passagem obrigatória na Ásia, como Ceilão (1505), Ormuz (1507), Goa (1510) e Málaca (1511). Esta lógica conduziu a expansão até o Extremo Oriente, com a incorporação de feitorias no Timor Leste (1511), no Japão (1543) e em Macau (1557).
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CARDOSO, Thiago; LIMA, Leonardo da Silva. A GEOESTRATÉGIA PORTUGUESA DAS GRANDES NAVEGAÇÕES SOB O PONTO DE VISTA DA TEORIA GEOPOLÍTICA DO PODER MARÍTIMO DO ALMIRANTE MAHAN... In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/664475-A-GEOESTRATEGIA-PORTUGUESA-DAS-GRANDES-NAVEGACOES-SOB-O-PONTO-DE-VISTA-DA-TEORIA-GEOPOLITICA-DO-PODER-MARITIMO-DO. Acesso em: 13/05/2025

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