O PROGRESSO COMO AMEAÇA: O TERRITÓRIO DA ILHA DA MADEIRA E A ATIVIDADE DE PESCA ARTESANAL

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
O PROGRESSO COMO AMEAÇA: O TERRITÓRIO DA ILHA DA MADEIRA E A ATIVIDADE DE PESCA ARTESANAL
Autores
  • Leila Claudia Monteiro de Castro dos Santos Braga
  • Marta Cristiane Ferreira dos Santos
  • GABRIEL EDUARDO SCHUTZ
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 2: (Geo)Políticas do Meio Ambiente, Gestão de Recursos e Sustentabilidades
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/660613-o-progresso-como-ameaca--o-territorio-da-ilha-da-madeira-e-a-atividade-de-pesca-artesanal
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
zona de sacrifício, justiça ambiental, pesca artesanal.
Resumo
Introdução: Banhado pelas águas da baía de Sepetiba encontra-se a o bairro da Ilha da Madeira, no município de Itaguaí (RJ). Entendido como zona de sacrifício ambiental, o território é marcado por um histórico de desenvolvimento econômico predatório, com importantes danos ambientais e conflitos socioambientais. Sua localização próxima ao distrito industrial de Santa Cruz, somada à potencialidade geográfica para o escoamento de produtos, tornaram a região um destino cobiçado por grandes indústrias. As modificações em sua paisagem e o dano ambiental tiveram início com a chegada da Cia Siderúrgica Ingá Mercantil, na década de 1960, cujos efeitos de seu estabelecimento se fazem sentir até os dias de hoje, tanto pela memória do sofrimento causado aos moradores mais antigos da região (com desapropriação de moradias, assédio e ameaças), quanto pelo histórico de contaminação proveniente do passivo ambiental deixado no território: um dique argiloso de 40.000 m2, contendo altas concentrações de Cádmio e Zinco e que passou por vazamentos documentados em 1996 e 2003. As décadas posteriores foram caracterizadas pela chegada de empreendimentos de potencial impacto ambiental, como a Porto Sudeste do Brasil S.A., a Base de Submarinos da Marinha do Brasil, a Itaguaí Construções Navais (ICN), a Construtora Norbert Odebrecht S.A., o Porto de Itaguaí, a Sepetiba Tecon S.A. (terminal da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN), dentre outros. Em meio a tal contexto, resiste na região uma comunidade de pesca artesanal, cujo modo de vida, estreitamente ligado a natureza e ao território, encontra-se ameaçado pela poluição e restrição no uso do espaço marítimo e de manguezal. Objetivo: O objetivo do presente estudo é analisar como os impactos socioambientais determinam as condições de trabalho, saúde e qualidade de vida de mulheres da comunidade de pesca artesanal do bairro da Ilha da Madeira, no município de Itaguaí (RJ). Metodologia: O percurso metodológico contou com a utilização de metodologia qualitativa, com diário de campo para registro das experiências; a aplicação de entrevistas semiestruturadas à agentes comunitários de saúda da região, a fim de identificar as lideranças comunitárias e conhecer as principais demandas em saúde das pescadoras artesanais; e realização de grupo focal com as pescadoras artesanais, no intuito de analisar os desdobramentos dos impactos socioambientais na condição de vida, trabalho e saúde deste coletivo. Resultados parciais: Como resultados parciais, foram identificadas as situações de impossibilidade de manutenção da atividade pesqueira devido a ausência de peixe; criação de novas atividades para garantia de renda, como os taxi boat; perda da possibilidade de plantio próprio, e consequente encarecimento de vida, devido às desapropriações de moradias; restrição de áreas de manguezal impactando a atividade de marisqueiras; e queixas de problemas de saúde relacionados à poluição ambiental, em vias respiratórias e na pele. Considerações finais: Observa-se que o impacto ocasionado no território a partir da atividade industrial e portuária tem afetado a manutenção do modo de vida da pesca artesanal, com importante redução de peixes e mariscos, ocasionando na mudança de ofício. A impossibilidade de plantio para subsistência devido a remoção dos moradores do território para construção de pátios, túneis para escoamento de minério e outras atividades relacionadas às empresas, com o possível empobrecimento deste coletivo. Além dos desdobramentos da poluição ambiental na vida marinha, observa-se o possível impacto na saúde dos moradores do bairro da Ilha da Madeira.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BRAGA, Leila Claudia Monteiro de Castro dos Santos; SANTOS, Marta Cristiane Ferreira dos; SCHUTZ, GABRIEL EDUARDO. O PROGRESSO COMO AMEAÇA: O TERRITÓRIO DA ILHA DA MADEIRA E A ATIVIDADE DE PESCA ARTESANAL.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/660613-O-PROGRESSO-COMO-AMEACA--O-TERRITORIO-DA-ILHA-DA-MADEIRA-E-A-ATIVIDADE-DE-PESCA-ARTESANAL. Acesso em: 08/08/2025

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