DESCONTRUINDO A REGIONALIZAÇÃO DA AMÉRICA LATINA POR MEIO DE UMA ABORDAGEM DECOLONIAL

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
DESCONTRUINDO A REGIONALIZAÇÃO DA AMÉRICA LATINA POR MEIO DE UMA ABORDAGEM DECOLONIAL
Autores
  • Mariana Vasconcelos de Araújo
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 1: Geografia Política e Geopolítica: dos Enfoques Clássicos às Renovações Contemporâneas
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/659546-descontruindo-a-regionalizacao-da-america-latina-por-meio-de-uma-abordagem-decolonial
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Abya Yala, América Latina, decolonialidade, geografia, regionalização.
Resumo
Ao decorrer dos anos e de acordo com as correntes geográficas, a definição de região apresentou diferentes variações. A nomenclatura dos países, dos continentes, suas configurações territoriais e representações cartográficas também sofreram modificações. Com o conceito e com a regionalização da América Latina aconteceu o mesmo. A definição dirigida à América Latina carregou vários sentidos, sendo a maioria pejorativos. A problemática do conceito e da regionalização dessa perpassa o sentido a ela atribuído, a questão começa na sua regionalização e nomenclatura. A América Latina foi uma criação dos colonizadores que visou enriquecê-los em detrimento de deixar os povos originários em uma situação deplorável. A criação dessa região se desdobrou ignorando a diversidade e pluralidade dos povos originários que já habitavam esse continente há milhares de anos. Esses foram agrupados como se fossem homogêneos, desconsiderados das tomadas de decisões, foram escravizados e mortos. Portanto, como forma de reinvindicação de seu território, surge Abya Yala, enquanto movimento epistemológico, territorial, político e social. O conceito de Abya Yala se populariza em 2003 como forma de reconhecer todo o continente americano como um território de resistência dos povos originários. A utilização desse vem em detrimento da de América, que homenageia o colonizador Américo Vespúcio. Através de revisões bibliográficas, buscou-se entender a construção da regionalização e do conceito de América Latina e, a partir da decolonialidade, apontar suas problemáticas visando combater o colonialismo e o eurocentrismo, de modo que Abya Yala e seus povos estejam em uma posição de sujeitos de sua própria história. Para tanto utilizou-se de obras de geógrafos que trabalham com o conceito de região e de América Latina, além de expoentes da decolonialidade. Os autores mais trabalhados nessa pesquisa foram: Aime Cesaire, Aníbal Quijano, Enrique Dussel, Frantz Fanon, Nelson Maldonado Torres, Ramon Grosfoguel, Walter Mignolo. Os geógrafos lidos que trabalham com a perspectiva decolonial foram Carlos Walter Porto Gonçalves, Pedro de Araújo Quental e Rogério Haesbaert. As obras que auxiliaram na discussão foram “1492 O encobrimento do outro” de Enrique Dussel, “Decolonialidade e pensamento afro diaspórico” compilado por Joaze Bernardino-Costa, Nelson Maldonado-Torres e Ramon Grosfoguel”, “Histórias Locais/Projetos Globais”, “Colonialidade o lado mais escuro da modernidade” de Walter Mignolo, “Regional-Global” do Rogério Haesbaert, “Discurso sobre o colonialismo” de Aimé Cesaire, “Abya Yala” de Moema Viezzer e Edgardo Lander no livro “A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais Perspectivas latino-americanas”. Os artigos mais utilizados foram “A latinidade do conceito de América Latina” de Pedro Quental, “Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina” do Aníbal Quijano, “Para que Abiayala viva, las Américas deben morir: Hacia uma Indigeneidad transhemisférica” de Emil Keme. A abordagem decolonial auxilia no entendimento dos malefícios causados pelos séculos de colonização e, ao mesmo tempo, postula formas outras de pensar e entender essa região. Com ela os povos subalternizados têm a possibilidade de contar a sua própria história. Como resultado, foi possível identificar a raiz do conceito de América Latina, entender a invenção da América e suas diversas problemáticas, perceber os malefícios da modernidade e evidenciar as colonialidades presentes no cotidiano. Concluiu-se que as formas de colonialidades se caracterizam como pilares estruturantes da sociedade, de forma que, por conta dos diversos séculos de colonialismo, já foram naturalizadas. Romper com a colonialidade é uma árdua e lenta tarefa, que deve ser cultivada dia a dia, sempre pautando a possibilidade da pluralidade de mundos outros.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ARAÚJO, Mariana Vasconcelos de. DESCONTRUINDO A REGIONALIZAÇÃO DA AMÉRICA LATINA POR MEIO DE UMA ABORDAGEM DECOLONIAL.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/659546-DESCONTRUINDO-A-REGIONALIZACAO-DA-AMERICA-LATINA-POR-MEIO-DE-UMA-ABORDAGEM-DECOLONIAL. Acesso em: 16/07/2025

Trabalho

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