A GEOGRAFIA CRÍTICA DE MILTON SANTOS COMO SUPERAÇÃO DA GEOGRAFIA DE CUNHO POSITIVISTA DE FRIEDRICH RATZEL

Publicado em 14/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0268-4

Título do Trabalho
A GEOGRAFIA CRÍTICA DE MILTON SANTOS COMO SUPERAÇÃO DA GEOGRAFIA DE CUNHO POSITIVISTA DE FRIEDRICH RATZEL
Autores
  • Paulo Henrique Rosa
Modalidade
Resumo/Trabalho completo - Apresentação oral
Área temática
Eixo 1: Geografia Política e Geopolítica: dos Enfoques Clássicos às Renovações Contemporâneas
Data de Publicação
14/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/ivcongeo/653522-a-geografia-critica-de-milton-santos-como-superacao-da-geografia-de-cunho-positivista-de-friedrich-ratzel
ISBN
978-65-272-0268-4
Palavras-Chave
Geografia crítica, Espaço Geográfico, Positivismo, Marxismo, Formação sócioespacial.
Resumo
O presente trabalho tratará de analisar as concepções geográficas de Ratzel - fortemente influenciadas pelo positivismo da época e que deram base às concepções clássicas de geopolítica - e o da Geografia proposta por Milton Santos, buscando identificar na elementos de idealismo e naturalismo, na última, uma geografia socializante e emancipatória, a rigor, uma geografia crítica, que supera a geografia tradicional incorporando categorias do marxismo, como totalidade e formação sócio-espacial, às noções de espaço geográfico. Este esforço vai no sentido de aprofundar os estudos da dialética espacial com fins de contribuir para a superação das influências positivistas na disciplina geográfica. O geografo alemão Friedrich Ratzel, foi um dos introdutores do método positivista na ciência Geográfica, “que posteriormente se assentou como dominante” nessa área do conhecimento (MORAES, 1990, p.7). A adesão ao positivismo pode ser explicada pelas interpretações que, se deram na época, ao progresso das ciências físicas e da natureza em geral, ficando as ciências humanas à reboque destas. A importância de sua obra também se revela no fato de que foi Ratzel quem trouxe a tona o que “viria ser a principal via de indagação dos geógrafos, ou seja, a questão da relação entre a sociedade e as questões ambientais” (MORAES, 1990, p. 7), ou seja, propôs como objeto da ciência geográfica, as relações entre sociedade e natureza. Estas posições teóricas referentes ao objeto antropogeográfico que, “são, sem dúvida materialistas”, segundo Moraes (1990, p. 11), uma vez que “a questão das influências das condições naturais sobre a história da humanidade é apreendida no quadro da produção e reprodução da vida material dos homens” (MORAES, 1990, p. 11), levaram a alguns autores da II Internacional Socialista, principalmente Plekhânov – eminente teórico da II Internacional - , a tentarem identificar a produção ratzeliana como “complementares e não conflitantes” (MORAES, 1990, p. 11) com o materialismo histórico de Marx. Apesar de neste sentido o discurso de Ratzel ser bastante próximo da “da conceitualização da superestrutura de Marx e da filiação dos elementos materiais em relação aos dados da produção” (SANTOS, 2012, p. 53) e, ficar que claro Ratzel entende que as ideias filosóficas, políticas e religiosas refletem o sistema econômico da sociedade, apenas isto não é suficientes para que as classifiquemos como históricas ou dialéticas (MORAES, 1990, p.11), isso devido a própria filiação ao método positivista do geógrafo alemã As tentativas de aproximação entre Ratzel e Marx escoimaram-se sobretudo na influência que o positivismo exerceu sobre o marxismo oficial da II Internacional Socialista de então. Além da pouca atenção que, conforme aponta Lênin (1976), Plekhânov deu ao estudo da dialética quando buscou relacionar Ratzel e Marx. Mesmo se no objeto, há certo cunho materialista, pois considera a “influência das condições naturais sobre a história da humanidade”, a visão ratzeliana não pode ser avaliada “como histórica ou dialética” (MORAES, 1990, p. 12), e isto precisamente pela forte influência do positivismo no método, que “introduz um acentuado ranço naturalista na sua proposta de geografia humana, à medida que descaracteriza as qualidades próprias dos fenômenos humanos e impele sua análise para a analogia com os procedimentos das ciências naturais” (MORAES, 1990, p. 12-13). Diferentemente de Ratzel, que considera o espaço mais como o palco dos homens e suas ações, Milton Santos eleva o espaço à categoria de instância social, como estrutura subordinada-subordinante “que dispõe de uma certa autonomia”, a se manifestar “por meio de leis próprias que terminam por influenciar o curso da história, cumprindo um “papel ativo na evolução das sociedades” (SANTOS, 2012, p. 189). O geografo Milton Santos, buscou por lado a lado as noções de espaço humano com a ideia marxismo de formação social, de forma que nos permite “uma análise do espaço segundo uma problemática que privilegia a totalidade social” (SANTOS, 2012, p. 238). A ideia de Formação Social surgiu no marxismo. Milton Santos percebeu a importância desta categoria e buscou introduzi-la “para a condução e desenvolvimento dos estudos geográficos”. Na medida em que o geografo baiano põe “lado a lado as noções de espaço humano e de formação social” (SANTOS, 2012, p. 239), termina também por elevar esta categoria do marxismo a um novo patamar teórico. Trata-se da consolidação de uma geografia nova ou geografia crítica.
Título do Evento
IV Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território (CONGEO)
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ROSA, Paulo Henrique. A GEOGRAFIA CRÍTICA DE MILTON SANTOS COMO SUPERAÇÃO DA GEOGRAFIA DE CUNHO POSITIVISTA DE FRIEDRICH RATZEL.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território - CONGEO. Anais...Sao Paulo(SP) USP, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IVCONGEO/653522-A-GEOGRAFIA-CRITICA-DE-MILTON-SANTOS-COMO-SUPERACAO-DA-GEOGRAFIA-DE-CUNHO-POSITIVISTA-DE-FRIEDRICH-RATZEL. Acesso em: 02/05/2025

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