MANEJO DA CRISE DE ASMA AGUDA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS NO DEPARTAMENTO DE EMERGÊNCIA

Publicado em 05/10/2023 - ISBN: 978-65-5941-943-2

Título do Trabalho
MANEJO DA CRISE DE ASMA AGUDA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS NO DEPARTAMENTO DE EMERGÊNCIA
Autores
  • Elielson Felix Gonçalves
  • Magno Brandão Alves
  • Paulo Valter Nóbrega Soares
  • Zades Lira Ribeiro Filho
  • Antonio Claudio Rocha Mesquita Formiga
  • Késia Hadassa Albuquerque Matias
  • Lucas Bronzeado Cavalcanti Coutinho
  • Carlos Alberto Gurgel de Faria
  • Flavia Luana Lopes Tenorio
  • Pamela Valeska Nóbrega Soares
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Emergências respiratórias
Data de Publicação
05/10/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/iv-jornada-nacional-de-urgencia-e-emergencia-lauec-am-354897/671309-manejo-da-crise-de-asma-aguda-em-pacientes-pediatricos-no-departamento-de-emergencia
ISBN
978-65-5941-943-2
Palavras-Chave
Asma, Crianças, Emergência.
Resumo
INTRODUÇÃO: A asma é uma condição respiratória crônica comum em crianças, caracterizada por distúrbio obstrutivo das vias aéreas e manifestações clínicas como sibilância, dispneia, desconforto torácico e tosse (MARTIRE, 2012). Com relação a sua etiologia, sabe-se que a interação entre fatores genéticos, imunológicos, inflamatórios crônicos e a exposição ambiental precoce contribui para o desenvolvimento e persistência dos sintomas (SANTANA; BARRETO; CARVALHO, 1997). A asma aguda grave é caracterizada por diversos autores como uma crise de broncoespasmo súbito capaz de causar sofrimento respiratório significativo, sendo de difícil controle com o uso de oxigênio, broncodilatadores e corticosteroides e, consequentemente, produz uma situação de risco de vida considerável (SANTANA; BARRETO; CARVALHO, 1997; SOCIEDADE PEDIÁTRICA CANADENSE, 2021). No Brasil, a asma afeta um número significativo de crianças, resultando em hospitalizações frequentes, elevados custos socioeconômicos e impacto na qualidade de vida, configurando um sério problema de saúde pública (RIBEIRO; BARACAT; REIS, 2001). No entanto, a identificação precoce, classificação da gravidade e prevenção de exacerbações são medidas essenciais para reduzir a morbidade e mortalidade associadas à essa doença (MARTIRE, 2012). Nesse contexto, o objetivo do presente estudo é sistematizar as informações a respeito do manejo da crise de asma aguda em pacientes pediátricos no departamento de emergência, a fim de identificar as melhores práticas e estratégias terapêuticas, a partir de evidências científicas atualizadas. Esses resultados podem contribuir para aprimorar a prática médica em cenários de urgência e emergência, garantindo um atendimento adequado e melhorando os desfechos clínicos de pacientes pediátricos que vivenciam crises de asma aguda. METODOLOGIA: O trabalho em questão trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, que possibilita, por meio da análise dos artigos selecionados, atingir o objetivo proposto pelos autores, contribuindo direta ou indiretamente para melhorar a abordagem e manejo da crise de asma em pacientes pediátricos no departamento de emergência, a partir da sistematização das informações relativas ao tema. O repertório bibliográfico foi construído a partir da utilização das bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), através de consulta avançada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram selecionados artigos publicados nos últimos 10 anos, que disponham dos seguintes descritores em ciências da saúde (DeCS): Asma; Crianças; Emergência; que foram cruzados entre si com uso do operador booleano AND. Como critérios de inclusão foram utilizados: disponibilidade dos textos completos, estudos publicados de 2013 a 2023, artigos escritos no idioma português e inglês, estudos com objetivo principal ou secundário de relatar o manejo da crise de asma aguda em pacientes pediátricos no departamento de emergência. Já como critérios de exclusão, foram propostos os seguintes filtros: duplicidade na plataforma, artigos que não foram publicados em algum periódico e incongruência com o objetivo principal da pesquisa. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: O manejo da crise de asma aguda em pacientes pediátricos no departamento de emergência é baseado em uma combinação de estratégias diagnósticas, tratamento farmacológico e medidas de suporte respiratório, com o objetivo principal de restabelecer a função respiratória normal e estabilizar o paciente (JONES et al., 2016; SOCIEDADE PEDIÁTRICA CANADENSE, 2021). Para o diagnóstico faz-se necessário a combinação de uma anamnese detalhada, um exame físico completo e, quando possível, testes de função pulmonar e de broncoprovocação (SOCIEDADE PEDIÁTRICA CANADENSE, 2021). Apesar da disponibilidade de exames complementares, o diagnóstico da asma é essencialmente clínico, especialmente em situações de emergência, sendo os sintomas característicos, como dispneia, tosse e desconforto torácico, aliados à presença de fatores de risco como histórico familiar, alergias ou exposição a agentes irritantes, e um exame físico que revele sinais de obstrução das vias aéreas, como sibilos audíveis e diminuição dos sons respiratórios, suficientes para direcionar a um tratamento especifico (HUDGINS et al., 2019; MARTIRE, 2012). O tratamento da asma aguda grave no cenário de emergência envolve o uso de broncodilatadores de curta ação, como os beta2-agonistas (e.g. Salbutamol), administrados através de inaladores dosimetrados ou nebulizadores, dependendo da idade e capacidade de cooperação da criança, para relaxar os músculos das vias aéreas e aliviar a obstrução (JONES et al., 2016; HUDGINS et al., 2019). Além disso, a administração precoce de corticosteroides é crucial, idealmente na primeira hora após a chegada, uma vez que estudos demonstraram que seu uso precoce resulta em melhorias significativas na função pulmonar e redução da necessidade de hospitalização, sendo a droga de escolha a metilprednisolona (MACEDO et al., 2021). Medidas de suporte respiratório também desempenham um papel importante nesse cenário, devendo fornecer oxigênio por meio de máscara facial ou cânulas nasais, em casos de hipoxemia (SpO2 <92%) (JONES et al., 2016). É importante mencionar também como terapia alternativa o sulfato de magnésio administrado por via intravenosa, uma vez que tem sido apontado por diversos estudos como um tratamento eficaz em crianças com exacerbações moderadas a graves da asma, proporcionando melhorias na função respiratória e reduzindo as internações hospitalares (JONES et al., 2016). Dessa forma, sua utilização deve ser considerada para pacientes que apresentam resposta incompleta à terapia convencional nas primeiras 1 a 2 horas após a administração (SOCIEDADE PEDIÁTRICA CANADENSE, 2021). Além do tratamento agudo da crise, é essencial fornecer educação e orientações claras aos pacientes e suas famílias sobre o manejo apropriado da asma e a prevenção de crises futuras, incluindo o uso correto dos dispositivos inalatórios, adesão ao tratamento medicamentoso e evitar fatores desencadeantes (CRAIG, S. et al., 2022). CONSIDERAÇÕES FINAIS: O manejo da crise de asma aguda em pacientes pediátricos no departamento de emergência requer uma abordagem clínica e terapêutica rápida e precisa, com diagnóstico baseado em sinais e sintomas, aliados a uma anamnese detalhada e exame físico completo. Ademais, o tratamento envolve o uso de broncodilatadores de curta ação, como os beta2-agonistas, e a administração precoce de corticosteroides, como a metilprednisolona, para melhorar a função pulmonar e reduzir a necessidade de hospitalização. Por fim, medidas de suporte respiratório, como oxigenoterapia e o uso de sulfato de magnésio IV em casos selecionados, são essenciais para estabilizar o paciente, enquanto a educação do paciente e da família sobre o manejo da asma e a prevenção de crises futuras são cruciais para obter melhores prognósticos. PRINCIPAIS REFERÊNCIAS: CRAIG, S. et al. Padrões de tratamento e frequência dos principais desfechos na asma aguda grave em crianças: um estudo de coorte multicêntrico de Pesquisa Pediátrica em Departamentos de Emergência International Collaborative (PREDICT). BMJ Respir Aberto Res, v. 9, n. 1, 2022. HUDGINS, J. D. et al. Provision of Guideline-Based Pediatric Asthma Care in US Emergency Departments. Pediatric Emergency Care, 2019. JONES, B. P. et al. Pediatric acute asthma exacerbations: evaluation and management from emergency department to intensive care unit. J Asthma, p. 1-11, 2016 MACEDO, L. A. et al. Effect of pharmacists’ interventions on health outcomes of children with asthma: A systematic review. Review, v. 61, n. 3, 2021. MARTIRE, T. M. Asma Aguda na Infância. Revista de Pediatria SOPERJ. v. 13, n. 2, p. 43-53, 2012. RIBEIRO, J. D.; BARACAT, E. C. E.; REIS, M. C. Asma na criança: tratamento da crise. Pulmão, v. 10, n. 2, p. 50-63, 2001 SANTANA, J. C. B; BARRETO, S. S. M; CARVALHO, P. R. A. Fatores associados com asma aguda grave na infância - aspectos epidemiológicos e clínicos. Jornal de Pediatria, v. 73, n. 5, 1997. SOCIEDADE PEDIÁTRICA CANADENSE. Manejo de uma exacerbação aguda da asma em crianças. 2021. Disponível em: < https://cps.ca/en/documents/position/managing-an-acute-asthma-exacerbation>. Acesso em 18 jul 2023.
Título do Evento
IV JORNADA NACIONAL DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA LAUEC-AM
Título dos Anais do Evento
Anais da IV Jornada de Urgência e Emergência Lauec 2023
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

GONÇALVES, Elielson Felix et al.. MANEJO DA CRISE DE ASMA AGUDA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS NO DEPARTAMENTO DE EMERGÊNCIA.. In: Anais da IV Jornada de Urgência e Emergência Lauec 2023. Anais...Manaus(AM) Am, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/iv-jornada-nacional-de-urgencia-e-emergencia-lauec-am-354897/671309-MANEJO-DA-CRISE-DE-ASMA-AGUDA-EM-PACIENTES-PEDIATRICOS-NO-DEPARTAMENTO-DE-EMERGENCIA. Acesso em: 02/05/2025

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