SÍNDROME DA HIPOVENTILAÇÃO CENTRAL CONGÊNITA - ANÁLISE DOS TIPOS DE MUTAÇÃO DO GENE PHOX2B

Publicado em - ISBN: 978-65-272-0871-6

Título do Trabalho
SÍNDROME DA HIPOVENTILAÇÃO CENTRAL CONGÊNITA - ANÁLISE DOS TIPOS DE MUTAÇÃO DO GENE PHOX2B
Autores
  • Henrique Fernando Guerra Souza
  • Camile Barbosa Maia De Almeida
  • Isis Machado Da Conceição Silva
  • lucas rios ribeiro
  • Camila Ferreira Da Silva
  • Ingridy Gabrielly Reis Ribeiro
  • Carlos Danilo Cardoso Matos Silva
Modalidade
Resumo Expandido
Área temática
Genética e Biologia Molecular
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/iv-congresso-de-biomedicina-da-regiao-nordeste-i-jornada-de-hematologia-e-hemoterapia-do-nordeste-344269/743594-sindrome-da-hipoventilacao-central-congenita---analise-dos-tipos-de-mutacao-do-gene-phox2b
ISBN
978-65-272-0871-6
Palavras-Chave
Hipoventilação. Hipoxemia. Homeobox. Mutações.
Resumo
RESUMO A Síndrome da Hipoventilação Central Congênita (SHCC) é uma doença rara, de carácter autossômico dominante, cuja manifestação se dá pela desregulação do sistema nervoso autônomo (SNA), marcada pelo comando desordenado do sistema respiratório. Sabendo que o SNA é responsável pelo controle involuntário de órgãos do corpo, e afetado pelo gene PHOX2B, justifica-se o fato da hipoventilação ser mais evidente durante o período do sono que em vigília. O diagnóstico da SHCC está diretamente associado a mutações no gene PHOX2B, Homeobox 2B, encontrados no cromossomo 4. Essas alterações afetam o desenvolvimento das células da crista neural. A mesma pode ter início já no período neonatal, bem como num outro momento da vida do indivíduo. Abrangendo a classificação de síndrome, possui manifestações sistemáticas, podendo causar outros problemas, tais como atonia muscular e aceleração do ritmo cardíaco, dentre outros. Apesar do fato da principal causa está associada as mutações do gene PHOX2B, há estudos recentes que relacionam sua origem, também, as mutações nos genes MYO1H e LBX1. Palavras-chave: Hipoventilação. Hipoxemia. Homeobox. Mutações. 1 INTRODUÇÃO A Síndrome de Hipoventilação Central Congênita (CCHS), também conhecida como a síndrome ou "maldição de Ondine", recebeu esse nome inspirado em uma obra literária do autor Friedrich La Motte Fouqué, que narra a história de uma ninfa chamada Ondine. Na trama, Ondine renuncia à sua imortalidade em nome do amor por um humano. No entanto, quando seu amado a trai, ela lança uma maldição sobre ele, fazendo com que ele esqueça de respirar enquanto dorme. Assim como na narrativa mitológica, indivíduos afetados pela Síndrome de Hipoventilação Central Congênita (CCHS) experimentam episódios de apneia, devido a uma disfunção no sistema nervoso autônomo (SNA). Esse distúrbio do SNA se dá através de mutações de genes que fazem parte do arranjo estrutural do nosso corpo, principalmente na fase do desenvolvimento embrionário. Além disso, pode estar associado a outras síndromes com características semelhantes. As manifestações clínicas, normalmente, aparecem no período neonatal, entretanto podem ter o seu surgimento tardio. A hipoventilação crônica resulta em uma persistente elevação dos níveis de dióxido de carbono no sangue, denominada hipercapnia. Isso, por sua vez, conduz à hipoxemia crônica, levando a uma cianose, que se caracteriza pela coloração azulada ou arroxeada da pele e membranas mucosas. Além disso, frequentemente, pacientes apresentam um comprometimento intelectual, tanto a nível físico como cognitivo. Como o sono prejudicado pode afetar diretamente na saúde mental do indivíduo, problemas como ansiedade e depressão tem a possibilidade de aparecer. Sabendo disso, é necessário maior atenção em situações clínicas em relação a esses sinais e sintomas, pelo fato de ser uma síndrome pouco conhecida, que advém da alteração associada de vários genes. Na espécie humana, estão associados 11 genes que sofrem mutações e que dão origem a síndrome, sendo que uma parte significante dessas mutações está acompanhada do aparecimento de outras doenças que provocam a hipoventilação. Alguns dos genes conhecidos são PHOX2B, LBX1, MYO1H, RET, MECP2. O gene PHOX2B é o de maior relevância clínica, pelo fato de ser mais frequente em casos graves da CCHS. Além disso, é possível que as mutações sofridas nele, provoquem mais de uma síndrome, como é o caso da Síndrome Hirschsprung, que afeta, principalmente, o sistema nervoso parassimpático. PHOX2B é uma proteína composta por 314 aminoácidos com duas repetições de polialanina curtas e estáveis de 9 e 20 resíduos no terminal C. Ele codifica um fator de transcrição de homeodomínio altamente conservado que é essencial no desenvolvimento dos neurônios de controle respiratório e do SNA. O PHOX2B apresenta 3 mutações somáticas. O presente trabalho tem como objetivo, analisar as principais mutações do gene PHOX2B, associado ao surgimento da Síndrome Hipoventilatória Central. 2 METODOLOGIA Para a realização deste estudo foi utilizado como base de dados principal o National Center for Biotechnology Information (NCBI) no qual os bancos de dados selecionados foram PubMed, Gene e Online Mendelian Inheritance in Man (OMIM). Os descritores utilizados com base nos descritores de ciências da saúde (DeSC) para a realização da pesquisa foram “congenital central hypoventilation syndrome” e “congenital central hypoventilation syndrome AND PHOX2B”, dos anos 2013-2023, nos idiomas inglês e português. Para a busca das mutações do gene PHOX2B, utilizou-se o banco SNP, com os filtros de importância clínica “patogênica’” e anotação “somática”. Como a CCHS é uma doença rara, a maioria das evidências é descritiva e de baixo grau de recomendação. Este artigo foi baseado nas evidências publicadas e combinado com experiência clínica. Essa diretriz visa apresentar métodos para estudos aprofundados de casos de mutações raras no gene PHOX2B que levam a expressão da síndrome. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Pacientes acometidos pela CCHS, geralmente, apresentam no período neonatal hipoxemia, sensibilidade a hipercapnia e hipoventilação, principalmente, durante o sono, em que muitos casos, necessitam de ventilação assistida. Uma série de estudos fisiológicos sugere que a anormalidade no CCHS está localizada na área do tronco cerebral, envolvida na integração de entradas de quimiorreceptores centrais e periféricos. Os quimiorreceptores desempenham o papel de detectar a concentração de dióxido de carbono (CO2) nos tecidos e monitorar o pH. Os quimiorreceptores enviam entradas para os controladores ventilatórios no bulbo e na ponte. Logo, não ocorre sinalização química para os músculos respiratórios, fazendo com que as respostas ventilatórias não sejam retransmitidas nessas estruturas, provocando acúmulo de gases tóxicos nos tecidos e ausência de resposta ventilatória autônoma. O PHOX2B é um gene mestre para funcionamento da rede neural e controle autônomo de ventilação. Mutações de expansão da polialanina tem como uma das principais causas a troca cromática irmã desigual durante a espermatogênese. A adição de alaninas extras ao segundo trato de polialanina na proteína PHOX2B, é conhecida como expansão repetida da polialanina. De 8 a 10% dos indivíduos com CCHS, especialmente heterozigotos, apresentam diferentes mutações no gene PHOX2B como a duplicação em diferentes comprimentos do trecho de polialanina no exón 3. Essas mutações incluem outras silenciosas, sem sentido e frame shift que provocaram mudanças na sequência da fita de mRNA, provocando o truncamento de proteínas, devido a existência de códons de parada antes da formação completa do aminoácido. Além disso, em casos mais frequentes, ocorre a mudança da matriz de leitura da fita, seja por uma inserção, seja por deleção de genes na fita de DNA. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em vista do exposto, pode-se concluir que as mutações sofridas no gene PHOX2B promovem alterações a níveis sistêmicos no corpo humano, gerando processos de hipóxia e hipercarbia graves, que caracterizam a Síndrome da Hipoventilação Central. 5 REFERÊNCIAS Amiel, J., Laudier, B., Attié-Bitach, T., Trang, H., de Pontual, L., Gener, B., Trochet, D., Etchevers, H., Ray, P., Simonneau, M., Vekemans, M., Munnich, A., Gaultier, C., & Lyonnet, S. (2003). Polyalanine expansion and frameshift mutations of the paired-like homeobox gene PHOX2B in congenital central hypoventilation syndrome. Nature genetics, 33(4), 459–461. https://doi.org/10.1038/ng1130 Apresentações atípicas associadas a mutações PHOX2B repetidas sem polialanina, onlinelibrary, 2018. 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Guidelines for diagnosis and management of congenital central hypoventilation syndrome. Orphanet journal of rare diseases, 15(1), 252. https://doi.org/10.1186/s13023-020-01460-2
Título do Evento
IV CONGRESSO DE BIOMEDICINA DA REGIÃO NORDESTE I JORNADA DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA DO NORDESTE
Cidade do Evento
Fortaleza
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso de Biomedicina da Região Nordeste - Quarta Edição
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SOUZA, Henrique Fernando Guerra et al.. SÍNDROME DA HIPOVENTILAÇÃO CENTRAL CONGÊNITA - ANÁLISE DOS TIPOS DE MUTAÇÃO DO GENE PHOX2B.. In: Anais do Congresso de Biomedicina da Região Nordeste - Quarta Edição. Anais...Fortaleza (CE) Fábrica de Negócios, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/iv-congresso-de-biomedicina-da-regiao-nordeste-i-jornada-de-hematologia-e-hemoterapia-do-nordeste-344269/743594-SINDROME-DA-HIPOVENTILACAO-CENTRAL-CONGENITA---ANALISE-DOS-TIPOS-DE-MUTACAO-DO-GENE-PHOX2B. Acesso em: 16/07/2025

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