FATORES RELACIONADOS A TAXA DE MORTALIDADE POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO BRASIL COM BASE EM DADOS EPIDEMIOLÓGICOS

Publicado em 21/09/2022 - ISBN: 978-65-5941-810-7

Título do Trabalho
FATORES RELACIONADOS A TAXA DE MORTALIDADE POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO BRASIL COM BASE EM DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
Autores
  • Eloana Ferreira D'Artibale
  • Lennon Rodrigues Silva
  • Victor Henrique Fontoura Evangelista
  • vitoria zabotte barbosa
  • Aretusa Arcanjo Gonçalves Santos
Modalidade
Resumo Expandido
Área temática
Emergências Clínicas
Data de Publicação
21/09/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/iiijornada2022/513203-fatores-relacionados-a-taxa-de-mortalidade-por-infarto-agudo-do-miocardio-no-brasil-com-base-em-dados-epidemiolog
ISBN
978-65-5941-810-7
Palavras-Chave
Infarto Agudo do Miocárdio. Mortalidade. Fatores de Risco.
Resumo
RESUMO Diante de alta taxa de mortalidade por infarto agudo no miocárdio (IAM), tem-se como objetivo analisar os fatores associados a essa patologia. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, exploratório, ecológico, de 2000 a 2020, com base no Sistema de Informações de Mortalidade. Como resultados, foi observado a mortalidade geral de 24.219.915 casos, sendo desses, 6.709.301 decorrente de doenças do sistema circulatório. No que se relaciona a esse sistema, 2.077.716 casos foram de óbito por doença isquêmica do coração, sendo que 79,09% foram em decorrência de IAM, com maior incidência em pacientes com 70 a 79 anos, local de ocorrência mais frequente de incidência o hospital, prevalente no sexo masculino, no ano de 2019, na região Sudeste e estado de São Paulo. Destarte, é importante a avaliação dos fatores relacionados ao óbito, para estruturar medidas preventivas, como programas e ações de orientação, prevenção e diagnóstico e tratamento precoce relacionados a doença. PALAVRAS-CHAVE: Infarto Agudo do Miocárdio. Mortalidade. Fatores de Risco. ÁREA TEMÁTICA: Emergências Clínicas. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 17,9 milhões de pessoas vão a óbito anualmente devido doenças cardiovasculares (DCV), representando 32% de todas as mortes globais. Assim, as doenças cardíacas continuam sendo a principal causa de morte em nível global nos últimos 20 anos. Dentre as DCV está o infarto do miocárdio (IAM), que implica a presença de lesão miocárdica aguda em um contexto clínico de isquemia miocárdica, que pode ser sem elevação do segmento ST e com elevação do segmento ST. (BETT et al., 2022; WHO, 2019). Pacientes com suspeita de IAM tem troponinas como biomarcadores para a escolha no diagnóstico, além de exames clínicos, avaliando sinais e sintomas e o ECG de 12 derivações que é a primeira ferramenta diagnóstica no manejo de pacientes com Síndromes Coronariana Aguda (SCA). O tratamento envolve o uso de fibrinolíticos, antitrombóticos, angioplastia ou revascularização cirúrgica, dependendo da demanda e recurso do local, sendo extremamente importante o diagnóstico e tratamento precoce, pois impacta no prognóstico, complicações e mortalidade (BETT et al., 2022; REED; ROSSI; CANNON, 2017). Neste contexto, observa-se fatores intrínsecos e extrínsecos que predispõem o IAM, tais como: a hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, dislipidemia, obesidade, sedentarismo, alcoolismo, etilismo e dieta pouco saudável, sexo, idade e histórico familiar, sendo importante intervir estimulando ações que altere os hábitos não saudáveis e doenças associadas e medidas de acompanhamento e controle em pacientes de risco devido perfil genético (SCHMIDT et al, 2015; NICOLAU et al., 2021). Deste modo, é essencial conhecer fatores associados a mortalidade no decorrer dos anos, tendo entendimento do perfil de pacientes com IAM, para que estratégias de prevenção sejam readequadas, mantidas e potencializadas, para consequente redução da morbimortalidade. Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo analisar os fatores epidemiológicos associados a taxa de mortalidade por IAM. METODOLOGIA Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, exploratório, ecológico de série temporal, retratando os fatores relacionados aos óbitos por infarto agudo no miocárdio na população brasileira, no período de 2000 a 2020, avaliando a taxa de mortalidade por faixa etária, local de ocorrência do óbito, sexo, ano de incidência e região e estado com os dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Estudos ecológicos comtemplam análise de estatísticas oficiais publicadas ou de dados disponíveis em órgãos públicos de sistemas de informação de uma população em específico. Deste modo, esta investigação dispensa avaliação de Comitê de Ética, pois se trata de informações de domínio público. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após análise no banco de dados, identificou-se no período de 2000 a 2020 a mortalidade geral de 24.219.915 casos, sendo desses, 6.709.301 decorrente de doenças do sistema circulatório. No que se relaciona a esse sistema, 2.077.716 casos foram de óbito por doença isquêmica do coração, sendo que 1.643.333 (79,09%) foram em decorrência de IAM, tendo maior incidência quanto maior a faixa etária, sendo prevalente principalmente nos três seguintes grupos: 80 anos ou mais, 394.921 casos (24,03%); 70 a 79 anos 418.901 casos (25,49%); 60 a 69 anos, 385.986 casos (23,48%). Desses casos, o local de ocorrência mais frequente foi o hospital 882.601 casos (53,70%), seguido do domicílio 545.142 casos (33,17%). Em relação ao sexo, a maioria foi masculino 970.239 casos (59,04%). O ano de maior incidência foi de 2020, 94.148 casos (5,72%) e 2019, 95.557 casos (5,81%), e os anos de menor incidência 2000, 59.297 casos (3,60%) e de 2001, 60.126 casos (3,65%). A região com maior taxa de mortalidade por IAM foi o Sudeste, 790.215 casos (48,08%) e com menor foi o Norte, com 73.880 casos (4,49%) e em relação a estados, São Paulo teve maior taxa, 423,903 casos (25,79%) e Roraima a menor, 1.726 casos (0,10%). A associação com a idade se dá devido o IAM ser uma doença crônico-degenerativa, logo, maior tempo de exposição aos fatores de risco ao longo da vida, eleva a incidência quanto maior as faixas etárias. Também deve ser considerado a mudança do perfil epidemiológico brasileiro, que mostra redução das doenças infecto-parasitárias e aumento de doenças crônicas não transmissíveis (DUCAN et al.. 2012; MEDEIROS et al., 2018). Apesar de grande parte dos casos de óbito por IAM terem ocorridos nos hospitais, o domicilio apresenta alto índice, o que pode ser em decorrência da não valorização, pelo paciente, dos sintomas de dor torácica como sendo de infarto, atribuição dos sintomas a condições crônicas preexistentes ou a uma doença comum, ausência de conhecimento dos benefícios que podem ser obtidos com o tratamento rápido e atendimento extra-hospitalar de urgência não disponível a todos de forma homogênea (PIEGAS et al, 2015). A maior incidência do IAM em pacientes do sexo masculino vai de encontro a outros estudos epidemiológicos em outros estados, que pode estar associado a uma busca menor por acompanhamento e assistência médica (COSTA et al., 2018 e MARCOLINO et al., 2014). O cuidado de pacientes com SCA avançou nas últimas três décadas e continua a evoluir. A adesão às diretrizes baseadas em evidências para o cuidado desses pacientes se correlaciona com melhores resultados, apesar da incidência estar se elevando no decorrer dos anos, o que pode estar associada a evolução tecnológica que favorece a ampliação de conhecimento, protocolos, diagnósticos, bem como registros, além do aumento da população (ANDERSON; MORROW, 2017). Considerando que a distribuição percentual da população, segundo as grandes regiões de 1940/2000, último censo publicado, na região Sudeste esse valor por de 42,6% no ano de 2020 e na região Norte de 7,6%. Assim o maior índice de mortalidade é consequência do número populacional, pois como já citado, a expectativa de vida, predispõe a maior tempo de exposição a riscos. Essa justificativa se aplica quando é avaliado o estado, uma vez que, a população de Roraima (RR) é de 661.039 habitantes e a de São Paulo (SP) de 46.997.082 habitantes, além de haver uma expectativa de vida maior na região Sudeste e em SP, em comparação com o Norte e RR (IBGE, 2007,2022). Ademais, hábitos de vida, como o tabagismo, é um fator de risco importante para doenças cardiovasculares, principalmente o IMA. Cabendo assim, destacar que segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde – PNS, observa-se que pessoas com 18 anos ou mais de idade, usuárias atuais de produtos derivados do tabaco se concentra no Sudeste (9.314 pessoas) em relação ao Norte (1.340 pessoas) no ano de 2019, tornando a população dessa área mais susceptível (IBGE,2020). CONCLUSÃO Desta forma, conclui-se que as doenças cardiovasculares, ainda são um das principais causas de óbito no Brasil, em especial o IAM, e por ser prevalente em pacientes idosos, do sexo masculino, em ocorrências hospitalares e em regiões do Sudeste, esses fatores devem ser considerados no momento de estruturar medidas preventivas, como programas e ações de orientação, prevenção e diagnóstico e tratamento precoce relacionados a doença, reduzindo assim a taxa de mortalidade e alocação de recursos de forma assertiva. Por fim, considerando que o tabagismo é um fatores de risco, sobretudo para o IAM, é válido que seja proposto medidas que promovam o menor uso de tabaco, principalmente pelos jovens, que irão compor a futura população adulta do Brasil, por exemplo, o reforço da Lei nº 12.921, que proíbe a fabricação, a comercialização, a distribuição e a propaganda de produtos nacionais e importados, de qualquer natureza, bem como embalagens, destinados ao público infanto juvenil, reproduzindo a forma de cigarros e similares, que pode resultar em menor incidência de DCV ligadas ao tabagismo, (BRASIL 2013). PRINCIPAIS REFERÊNCIAS ANDERSON JL, MORROW DA. Acute Myocardial Infarction. N Engl J Med, v.376, n.21, p. 2053-2064, 2017. BRASIL. Lei n. 12.921, de 26 de dezembro de 2013. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 dez. 2013. BETT, M.S. et al. Infarto agudo do miocárdio: Do diagnóstico à intervenção. Research, Society and Development, v.11, n.3, 2022. COSTA, F.A.S. da. et al. Perfil Demográfico De Pacientes Com Infarto Agudo Do Miocárdio No Brasil: Revisão Integrativa. SANARE - Revista de Políticas Públicas, v. 17, n. 2, 2018. DUNCAN, B.B. et al. Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: prioridade para enfrentamento e investigação. Rev Saúde Pública, v. 46, n.supl. 1, p. 126-134, 2012. IBGE. Pesquisa nacional de saúde: 2019: percepção do estado de saúde, estilos de vida, doenças crônicas e saúde bucal : Brasil e grandes regiões / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. - Rio de Janeiro:IBGE, 2020. IBGE. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/?ag=14&type=small. Acesso em: 28, jun. 2022. IBGE. Tendências Demográficas. uma análise da população com base nos resultados dos censos Demográficos - 1940 e 2000. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. MARCOLINO, M.S. et al. Implantação da linha de cuidado do infarto agudo do miocárdio no Município de Belo Horizonte. Arq. Bras. Cardiol. v. 100, n.4; p.307-314. 2013. MEDEIROS, T.L.F. de. et al. Mortalidade por infarto agudo do miocárdio Rev. enferm. UFPE, v.12, n.2, p. 565-573, 2018. NICOLAU, J.C. et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio sem Supradesnível do Segmento ST – 2021. Arq Bras Cardiol. 2021. PARK K.S. Factors affecting awareness of myocardial infarction symptoms among the general public in Korea. Epidemiol Health, v.42, n.e2020032, 2020. PIEGAS LV, et al.. Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre tratamento do infarto agudo do miocárdio com supra desnível do segmento ST. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v.105, n.2, Suplemento 1, 2015. REED G.W., ROSSI J.E., CANNON C.P. Acute myocardial infarction. The Lancet. v.389, n.10075, p.197- 210, 2017. SCHMIDT, M.M. et al. Prevalência, etiologia e características dos pacientes com infarto agudo do miocárdio tipo 2. Rev Bras Cardiol Inv, v.23, n.2, p.119-123, 2015. WHO | Cardiovascular diseases (CVDs). 2019. WHO. Disponível em: https://www.who.int/cardiovascular_diseases/en/. Acesso em: 20, jun. 2022.
Título do Evento
III Jornada Nacional de Urgência e Emergência LAUEC
Título dos Anais do Evento
Anais da III Jornada Nacional de urgência e emergência LAUEC
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

D'ARTIBALE, Eloana Ferreira et al.. FATORES RELACIONADOS A TAXA DE MORTALIDADE POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO BRASIL COM BASE EM DADOS EPIDEMIOLÓGICOS.. In: Anais da III Jornada Nacional de urgência e emergência LAUEC. Anais...Manaus(AM) Evento Online, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IIIJORNADA2022/513203-FATORES-RELACIONADOS-A-TAXA-DE-MORTALIDADE-POR-INFARTO-AGUDO-DO-MIOCARDIO-NO-BRASIL-COM-BASE-EM-DADOS-EPIDEMIOLOG. Acesso em: 27/08/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes