ANÁLISE E ORIENTAÇÕES SOBRE A QUALIDADE BACTERIOLÓGICA DA ÁGUA EM BEBEDOUROS DE ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE CABEDELO, PB

Publicado em 05/11/2024 - ISBN: 978-65-272-1075-7

Título do Trabalho
ANÁLISE E ORIENTAÇÕES SOBRE A QUALIDADE BACTERIOLÓGICA DA ÁGUA EM BEBEDOUROS DE ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE CABEDELO, PB
Autores
  • Lucas Vitor Pereira da Costa Silva
  • Anderson de Oliveira Gomes Ferreira
  • Auranielly Maria Albuquerque Da Silva
  • Luiz Antonio de Aráujo Neto
  • Gabriel Medeiros Pordeus
  • Gabriela Cunha Borges
  • Izabella Lins Galvão
  • Isabela Oliveira do Nascimento
  • Maurivan Celestino De Oliveira Silva Junior
  • Leonor Alves
Modalidade
Resumo expandido - PÔSTER ou ORAL.
Área temática
MARROM - Foca na biotecnologia ambiental, desenvolve soluções para problemas ambientais, como tratamento de água, reciclagem e conservação.
Data de Publicação
05/11/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/iii-simbiotec-427979/856467-analise-e-orientacoes-sobre-a-qualidade-bacteriologica-da-agua-em-bebedouros-de-escolas-publicas-da-cidade-de-cab
ISBN
978-65-272-1075-7
Palavras-Chave
Água, Microbiologia, Escola, Infância.
Resumo
Introdução: A água é um dos recursos mais básicos para a sobrevivência de todas as criaturas viventes. Entretanto, sabe-se que, quando não tratada adequadamente ou mal acondicionada, ela pode ser um veículo para bactérias patogênicas e outros microrganismos, os quais podem causam uma série de doenças infecciosas, como as gastroenterites, a febre tifoide, o cólera, shigelose, além de diversas doenças parasitárias (Sampaio; Silveira, 2021; Santos et al., 2013 apud Moraes et al., 2018), que flagelam, sobretudo, o público infantil de países pobres, como o Brasil. Assim, de acordo com a Legislação brasileira (Brasil, 2021), a água disponibilizada para o consumo humano não pode, de modo algum, apresentar contaminação microbiana que configure risco à saúde da população, para assegurar isso, ela preconiza a ausência de bioindicadores específicos em 100 mL de água, sendo eles os coliformes totais e termotolerantes. Em relação aos bioindicadores recomendados, os coliformes são os mais consagrados, sendo essas bactérias divididas em coliformes totais e termotolerantes. Conceitualmente, os coliformes totais são bactérias bacilares gram-negativas, da família Enterobacteriaceae, resistentes a agentes tensoativos e a sais biliares que fermentam a lactose a 35°C com produção de gás, ácido e aldeído, por produzirem a enzima ß-Galactosidase, em um período de 24/48h. Os principais gêneros do grupo coliformes são Citrobacter, Enterobacter, Klebsiella e Escherichia. Outrossim, os coliformes termotolerantes são um seleto grupo de coliformes que fermentam a lactose a 44,5°C com liberação dos mesmos produtos metabólicos, por expressarem, além da ß-Galactosidase, a enzima ß-Glicuronidase, em um período de 24 horas, sendo o principal representante a bactéria Escherichia coli (FUNASA, 2013). Os biomarcadores acima referidos são, respectivamente, indicadores da eficiência do tratamento e de contaminação fecal (Brasil, 2021), logo são indicadores de potabilidade apreciáveis que ajudam a proteger a população humana, principalmente o público infantil, das doenças de veiculação hídrica, as quais são altamente debilitantes e, às vezes, letais (Alencar et al., 2020). Apesar da Legislação não recomendar mais a contagem de colônias de bactérias heterotróficas, uma classe de bactérias altamente ubíquas, esse bioindicador não é de todo indispensável, pois, além de indicar a qualidade geral da água, altas concentrações podem sugerir a presença de patógenos na água e, por serem mais resistentes ao cloro livre residual pode servir como indicador da eficiência da distribuição e do acondicionamento (Silva et al., 2019). Assim, a exclusão desse bioindicador aumentaria a parcialidade intrínseca da própria análise. Por esse motivo, sendo a água dos estabelecimentos de ensino público, os quais concentram um grande número de crianças, uma origem potencial de patógenos (Lima; Rios, 2020), o projeto “ANÁLISE E ORIENTAÇÕES SOBRE A QUALIDADE BACTERIOLÓGICA DA ÁGUA DE BEBEDOUROS DE ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE CABEDELO” propôs a análise bacteriológica e físico-química (pH) de amostras de água de bebedouros de 8 (oito) escolas públicas da cidade de Cabedelo, Paraíba, Brasil, quanto aos seus níveis de bioindicadores padrões, com o objetivo de garantir a potabilidade da água e, sem dúvidas, proteger a saúde do público infantil. Metodologia: A parte laboratorial empreendida nesse projeto foi realizada de acordo com o Manual Prático de Análise de Água da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) pelos discentes, os quais foram treinados previamente e supervisionados pela docente responsável e por um discente com mais experiência. Após permissão dos gestores das instituições de ensino e da Secretaria Municipal de Educação de Cabedelo, PB, a água foi coletada em dias diferentes em 8 (oito) escolas públicas da Cidade de Cabedelo em frascos de plástico estéreis com 100 (cem) µL de Tiossulfato de Sódio 10%, uma substância que neutraliza o cloro livre residual da água, logo em seguida do escoamento prévio e da desinfecção do bebedouro com etanol 70%. Com a conclusão do procedimento relatado, as amostras de água foram conduzidas em uma caixa isotérmica para o laboratório de Biologia de Microrganismos (BIOMICRO) do Departamento de Biologia Molecular (DBM) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e refrigeradas até a realização das análises, as quais ocorreram obrigatoriamente nas primeiras 24h após a coleta, segundo as normas da FUNASA. Nesse projeto, as técnicas escolhidas para realizar a análise bacteriológica da água foi, como recomenda o Manual Prático de Análise de Água (FUNASA, 2013), respectivamente, a técnica dos tubos múltiplos ou do Número Mais Provável (NMP), para coliformes totais e termotolerantes, onde volumes da amostra, em proporções especificas, são inseridos em meios enriquecidos e seletivos líquidos, e a técnica de contagem padrão em placa por Pour Plate ou técnica de profundidade, para bactérias heterotróficas, onde um volume específico de meio sólido fundido é vertido sobre 1 mL de água. Após a realização da análise de cada amostra, os resultados foram dados em Número Mais Provável (MNP) para coliformes totais e termotolerantes e em Unidades Formadoras de Colônias por mililitros (UFC/mL) para bactérias heterotróficas. O pH das amostras de água foi aferido utilizando-se pHmetro AK90, sendo considerado dentro dos padrões de normalidade todas as amostras com pH de 6 a 9 (Brasil, 2021). Para executar as análises, os discentes foram treinados previamente e supervisionados pela coordenadora do projeto e por um discente mais experiente. A Legislação Brasileira atual (Brasil, 2021), como dito a princípio, determina que uma água potável deve ter ausência de coliformes totais e termotolerantes em 100 mL da amostra e, até 2021, quando a última portaria suspendeu a obrigatoriedade da análise de bactérias heterotróficas, um indicador da qualidade geral da água, era permitido um número de até 500 UFC/mL das referidas. Nesse projeto, por esse e outros motivos, optou-se por contar apenas as colônias de bactérias heterotróficas com morfologia característica. Resultados e discussões: A priori, as amostras de água dos bebedouros de todas as 8 (oito) escolas públicas foram coletadas e analisadas. Apesar do número considerável de amostras de água analisadas, nenhuma, ou seja, 0%, apresentou positividade para coliformes termotolerantes, os quais são indicadores de contaminação fecal. Todavia, 50% (n=4) delas apresentaram positividade para coliformes totais e 75% (n=6) para bactérias heterotróficas, respectivamente, assim, de acordo com a legislação do país, 50% das escolas oferecem inconscientemente água imprópria para consumo para o público infantil. Além disso, a presença para coliformes totais e a ausência de termotolerantes sugere que, apesar de, por essa metodologia, não haver contaminação fecal, provavelmente o sistema de distribuição e/ou de acondicionamento, como caixas d’água e cisternas, da água das escolas está(ão) comprometidos e precisam de reparos e de limpeza adequada imediata (Sampaio; Silveira, 2021), pois a contaminação da água em sua origem, isto é em uma estação de tratamento especializada, por coliformes totais é improvável. Em algumas amostras, obteve-se uma contagem considerável de colônias de bactérias heterotróficas, um risco para a saúde dos alunos e funcionários das escolas públicas, pois isso pode indicar a presença de patógenos na água, ou seja, uma alta contagem de bactérias heterotróficas pode significar um maior risco de ingestão de microrganismos patogênicos. Como citado anteriormente, a contaminação de 50% das amostras por coliformes totais pode significar um possível comprometimento do sistema de armazenamento e/ou distribuição da água no interior das escolas, talvez a simples presença de matéria orgânica em decomposição em caixas d’água ou cisternas, pois essas mesmas amostras apresentaram negatividade para coliformes termotolerantes, o que exclui, conceitualmente, uma contaminação de origem fecal (Brasil, 2021), mas não exclui a presença de outras bactérias patogênicas, como as próprias bactérias do grupo coliformes ou de outros gêneros. Igualmente, é premente considerar que as altas concentrações de coliformes totais e bactérias heterotróficas podem também ter relação com o período de chuvas típico do litoral do Estado no segundo semestre do ano, período em que as amostras foram coletadas, pois o aumento das precipitações pode causar infiltrações nos encanamentos e reservatórios do edifício (Silva et al., 2016). Em relação ao pH, todas as amostras estão dentro dos padrões de normalidade definidos pela legislação brasileira, o que ajuda a garantir a eficiência do processo de cloração e mitigar os riscos de contaminação microbiana (FUNASA, 2014). Com todas as amostras analisadas, os resultados foram disponibilizados as escolas públicas, as quais foram mantidas em anonimato, e a Secretaria Municipal de Educação da Cidade de Cabedelo acompanhados de um folder produzido pelos discentes sobre os riscos de se ingerir uma água contaminada por coliformes e como reduzir os riscos de contaminação. Conclusões: Com o objetivo de prevenir doenças infecciosas e garantir o bem-estar e a qualidade de vida da infância brasileira, a detecção de níveis perigosos de contaminação biológica em água se faz necessária. Os resultados acima relatados representam um problema, pois altos níveis de coliformes em água pode comprometer a saúde do público infantil, sendo a prevenção de diversas doenças e agravos possível através da triagem da água ingerida e da disponibilização de informação aos responsáveis.
Título do Evento
III Simbiotec
Cidade do Evento
João Pessoa
Título dos Anais do Evento
Anais do Simbiotec
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Lucas Vitor Pereira da Costa et al.. ANÁLISE E ORIENTAÇÕES SOBRE A QUALIDADE BACTERIOLÓGICA DA ÁGUA EM BEBEDOUROS DE ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE CABEDELO, PB.. In: Anais do Simbiotec. Anais...João Pessoa(PB) UFPB, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/iii-simbiotec-427979/856467-ANALISE-E-ORIENTACOES-SOBRE-A-QUALIDADE-BACTERIOLOGICA-DA-AGUA-EM-BEBEDOUROS-DE-ESCOLAS-PUBLICAS-DA-CIDADE-DE-CAB. Acesso em: 03/08/2025

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