CRIANÇA, INFÂNCIA E EDUCAÇÃO INFANTIL DA AMAZÔNIA: QUEM ESCREVE? O QUE ESCREVE?

Publicado em 03/05/2023 - ISBN: 978-85-5722-738-5

Título do Trabalho
CRIANÇA, INFÂNCIA E EDUCAÇÃO INFANTIL DA AMAZÔNIA: QUEM ESCREVE? O QUE ESCREVE?
Autores
  • Maria Natalina Mendes Freitas
Modalidade
Comunicações Orais - Resumo Expandido
Área temática
GT 4 - Currículo, Formação de Professores, Relações éticos raciais, Infancias e cultura material nas territorialidades amazônicas
Data de Publicação
03/05/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/iii-silssa/616515-crianca-infancia-e-educacao-infantil-da-amazonia--quem-escreve-o-que-escreve
ISBN
978-85-5722-738-5
Palavras-Chave
Criança, Infância, Educação Infantil, Amazônia
Resumo
Não se pode negar a influência da cultura europeia nos estudos da criança e da infância, e de modo específico em nosso país, cultura essa trazida pelos portugueses desde a época do Brasil colônia. No entanto, [...] a criança é, em primeiro lugar, uma criança, uma pessoa única e irrepetível, que nenhuma clonagem conseguirá uniformizar (DINDONET, 2001, p. 11). Construir uma concepção de criança e infância com a face de nossa brasilidade, tem sido um dos grandes desafios da contemporaneidade. Nessa perspectiva, iniciamos a segunda década do século XXI, com crescentes debates, pesquisas e produções acerca da educação das crianças pequenas brasileiras. Esse cenário, só foi possível, a partir do reconhecimento dos direitos sociais das crianças e os avanços de estudos e pesquisas que valendo-se de diferentes aportes teórico epistemológicos, convergem na importância atribuída à educação de crianças desde 0 a 5 anos de vida. Nessa assertiva, as crianças, as infâncias e a educação infantil dos territórios rurais amazônicos vêm ganhando visibilidade nas últimas décadas, fruto das lutas de professores, pesquisadores e movimentos sociais, na assertiva da garantia de seus direitos. O seu reconhecimento direciona nosso olhar, para avançar principalmente na compreensão de quem são as crianças da Amazônia, que expressam suas infâncias através da brincadeira, da cultura, e outras formas de dizer, características próprias das crianças. Freitas (2020) alerta para não esquecer que a concepção de criança e de infância que carregamos, é fruto de um modelo burguês de infância, que inspirou, por muitos séculos, nossa sociedade, uma infância cercada de mimos, à maneira do estilo do mito romântico advindo da Europa, que povoou o nosso imaginário e as nossas concepções acerca da criança e sua infância. Considerando que as pesquisas sobre infância-educação-Amazônia são em geral de perspectiva empírica, há que se lançar um olhar em direção à análise que elas produzem, à lógica objetiva de explicação do fenômeno infância-educação. O desafio sobre o qual lançamo-nos nesta tese é capturar o modus operandi dessas pesquisas, colocá-lo em debate para compreender como infância-educação vem sendo tratada. Nessa perspectiva, o presente trabalho, analisa a produção acadêmica produzida em artigos de livros e periódicos brasileiros, que versam sobre a temática da criança, infância e a educação infantil, na Amazônia nortista, entre 2010 e 2022. A pesquisa encontra-se em andamento. Metodologicamente, trata-se de uma reflexão de natureza teórico-bibliográfica, à maneira dos estudos configurados como estado do conhecimento (MOROSINI, 2015; ROMANOWSKI E ENZ, 2006; FERREIRA, 2002. Segundo Morosini e Fernandes (2014, p. 155), o estado do conhecimento consiste na “identificação, registro, categorização que levem à reflexão e síntese sobre a produção científica de uma determinada área, em um determinado espaço e tempo [..]”. Para Ferreira (2002), os estudos configurados como estado da arte e/ou estado do conhecimento caracterizam-se pelo desafio de empreender mapeamentos da produção acadêmica sobre um campo de conhecimento, destacando as recorrências, convergências e lacunas que em síntese possibilitam o delineamento de “pistas” para novas pesquisas na perspectiva da complementariedade, aprofundamento, entre outros. A autora situa que metodologicamente tais estudos têm um caráter inventariante e descritivo da produção acadêmica e científica fomentada sobre um tema ou campo de conhecimento. Esse estilo de mapeamento possibilita o conhecimento ou reconhecimento de estudos que estão sendo, ou já foram realizados em diferentes épocas e lugares, possibilitando de serem mais uma vez visitados por novas investigações, favorecendo o acesso às produções científicas, e ao mesmo tempo, democratizando o conhecimento. É com essa assertiva que cotejamos que as crianças e as infâncias Amazônidas, constituem-se um vasto campo de investigação, revelador de aspectos universais e específicos. Para a realização da pesquisa, alguns procedimentos foram definidos previamente, tais como: definição dos descritores para direcionar as buscas a serem realizadas e localização dos bancos de pesquisas para o mapeamento das produções. Basicamente, desenvolvemos o trabalho em cinco fases: 1ª) Levantamento da produção sobre o tema em livros, capítulo de livros, ou artigo publicado em revista científica e estar acessível via internet; 2ª) Revisão do levantamento, com vistas à verificação da pertinência de cada artigo levantado; 3ª) Organização dos trabalhos levantados em grelhas, nas quais constam: autoria, título, ano de publicação, editora e o nome da revista; 4ª) Definição do corpus a ser analisado; 5ª) Análise dos artigos com base no aporte teórico dos estudos da sociologia da infância. Para os descritores, elegemos palavras-chave: Criança-Infância-Amazônia. Posteriormente usamos a palavra-chave Educação Infantil na Amazônia, em simultâneo. O levantamento inicial deu origem a um quantitativo de 52 artigos científicos, 6 capítulos de livros (em formato eletrônico) e 3 livros. No entanto, estes dados podem sofrer alterações até o final da pesquisa, visto que o mapeamento ainda está em andamento. No período de 2010 a 2022, de modo geral, os artigos e capítulos de livros abordam temas recorrentes, estando relacionados à educação da criança e da infância e a instituições educacionais, políticas públicas e pesquisas centradas na escuta dos adultos/educandos. Com o foco mais específico na região amazônica, os textos buscam compreender as especificidades socioculturais das crianças residentes nos territórios rurais amazônicos, tais como: ribeirinhos, quilombolas, indígenas entre outros territórios. Concluímos preliminarmente, que as crianças e suas infâncias, enquanto construção social, interagem com a história de ontem e de hoje. Assim, o dito nos discursos remete a temas que por muito tempo estiveram invisibilizados, tais como: ribeirinhos, quilombolas, Amazônia, indígenas, participação das crianças, entre outros. São avanços que demonstram que é possível a construção de um campo de trabalho multidisciplinar, como apontam os pesquisadores. Nesse sentido, as abordagens temáticas apresentam grande variedade de temas, sinalizando a ampliação do foco das investigações para além de elementos como as instituições educacionais, políticas públicas e pesquisas centradas na escuta dos adultos/educandos.
Título do Evento
III SILSSA - Seminário Internacional Linguagens Saberes e Sociobiodiversidade na Amazônia
Cidade do Evento
Bragança
Título dos Anais do Evento
Anais do III Silssa - Seminário Internacional de Linguagens, Saberes e Sociobiodiversidade na Amazônia
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FREITAS, Maria Natalina Mendes. CRIANÇA, INFÂNCIA E EDUCAÇÃO INFANTIL DA AMAZÔNIA: QUEM ESCREVE? O QUE ESCREVE?.. In: Anais do III Silssa - Seminário Internacional de Linguagens, Saberes e Sociobiodiversidade na Amazônia. Anais...Bragança(PA) UFPA, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/iii-silssa/616515-CRIANCA-INFANCIA-E-EDUCACAO-INFANTIL-DA-AMAZONIA--QUEM-ESCREVE-O-QUE-ESCREVE. Acesso em: 11/05/2025

Trabalho

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