OS IMPACTOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA MANUTENÇÃO DA COGNIÇÃO EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Publicado em 07/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0256-1

DOI
10.29327/1367314.2-2  
Título do Trabalho
OS IMPACTOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA MANUTENÇÃO DA COGNIÇÃO EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Autores
  • MARCOS WALBER DA SILVA MATOS SOBRINHO
  • Giovanna tavares De Oliveira silva
  • naum guilherme duarte pinheiro neto
  • lays piethra de sena barbosa
  • Ian Fernando Costa Maramaldo
  • Davi Silva de Sousa
  • Renata Pessoa Portela
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
3. Gerontologia e Geriatria;
Data de Publicação
07/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/iicofs/781087-os-impactos-do-exercicio-fisico-na-manutencao-da-cognicao-em-idosos--uma-revisao-de-literatura
ISBN
978-65-272-0256-1
Palavras-Chave
Cognição; Exercício físico; Envelhecimento; Idoso
Resumo
CONTEXTUALIZAÇÃO: Durante o processo de envelhecimento, os idosos estão suscetíveis a manifestar déficits das funções cognitivas: de memória, linguagem, função visuoespacial, função executiva, desenvolvimento psicomotor e, consequentemente, um declínio no desempenho em suas funções diárias, como: leitura, raciocínio lógico, abstrato e capacidades verbais. O comprometimento cognitivo leve (CCL) tem sido considerado como um estado de transição do envelhecimento normal para a demência, mas com as funções da vida diária praticamente inalteradas. O CCL é uma deficiência cognitiva que reduz as capacidades de um indivíduo com base no que é esperado para uma determinada idade e nível de educação. Indivíduos com CCL constituem um grupo de alto risco para a doença de Alzheimer (DA). Segundo a Associação Mundial de Alzheimer, a cada 3 segundos haverá uma pessoa com demência. Não há medicamentos eficazes contra essa doença, portanto é fundamental evitar fatores de risco como o sedentarismo e do mesmo modo que são imprescindíveis práticas preventivas como exercícios físicos (EF). A prática regular de EF desenvolve alterações positivas, desencadeando a angiogênese, o aumento do fluxo sanguíneo cerebral, a sinaptogênese e a neurogênese, além de potencializarem a produção de IGF-1, hormônio relacionado ao crescimento neuronal e desempenho cognitivo. Assim, diversos estudos evidenciam a prática de EF moderada ou intensa como um tratamento não farmacológico para a melhora da cognição, podendo aumentar a atenção seletiva e a memória de curto prazo. OBJETIVO: Identificar os efeitos do exercício físico na cognição em idosos. MÉTODOS: O presente estudo consiste em uma revisão literária baseada nas plataformas “PubMed”, com os descritores “reserva cognitiva” e “exercício físico”, e no banco de dados “Scielo” com os descritores “cognição” e “exercício físico”, utilizando o operador Booleano “AND”. Foram utilizados os artigos compreendidos no período entre 2017 e 2023 nos idiomas inglês e português, assim como estudos de ensaio clínico e testes controlados aleatórios, sendo descartados aqueles que não abordassem a temática proposta ou fossem revisão de literatura. Com isso, foram selecionados ao todo, 4 artigos para a análise e discussão, 2 da “PubMed” e 2 da “Scielo”. RESULTADOS: Um estudo randomizado e não cego, realizou a comparação dos efeitos de um programa de exercícios multicomponentes – múltiplas formas de exercícios combinados e treinamento cognitivo – com um programa de exercícios aeróbicos por 45 minutos mais nutrição, usando a suplementação do peptídeo de soja e as intervenções foram realizadas em um período de 3 meses. Inicialmente aderiram ao estudo 74 idosos, entretanto sendo finalizado apenas com 67, os indivíduos foram divididos em dois grupos: 37 no grupo de EF e 37 no grupo de exercício mais nutrição (EF+NT), antes da aplicação de exercícios aeróbicos, eles foram analisados por meio do: teste de trilhas (TMT) dividido em duas partes, o TMT-A em que era solicitado ligar números circulados e espalhados pela folha e o TMT-B, onde era necessário ligar intercalando letras e números. O teste de força também foi utilizado para mensurar a força de preensão manual, sendo medida através do dinamômetro Grip-D. Por último foi utilizado o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) que é amplamente usado para avaliação da função e comprometimento cognitivo de idosos, a pontuação do MEEM varia de 0-30, sendo as pontuações mais baixas indicativo de função cognitiva mais fraca. Através dos testes analisados neste estudo foram evidenciados efeitos positivos na função fisiológica, como velocidade de marcha, aderência de força em idosos e também a função cognitiva apresentou melhora significativa, apontado pelo teste TMT-A, mas não no pelo TMT-B, assim como a aplicação do peptídeo de soja associado ao EF é capaz de promover a síntese e metabolismo de noradrenalina no cérebro, possibilitando um melhor desempenho cognitivo. Portanto, o estudo demonstrou melhor efetividade de parte do funcionamento intelectual e físico de idosos e a combinação EF+NT pode ser eficaz na melhoria da função de cálculo nessa população específica. Em outro estudo, epidemiológico descritivo, foram analisados 654 idosos de ambos os sexos, com idade igual ou acima de 60 anos. Como testes pré-intervenção, foi utilizado o MEEM e o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), para mensurar o nível de prática de EF, sendo utilizada as caminhadas, classificando-os em sedentários, irregularmente ativos, ativos ou muito ativos, foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov, para a análise de veracidade do dados, foi possível constatar que os idosos que não realizam exercícios físicos vigorosos e poucos exercícios moderados durante a semana, quando comparados com idosos muito ativos/ativos apresentam menor escore no estado mental, na atenção, em cálculos, na recordação e no estado cognitivo geral, em comparação aos idosos fisicamente ativos, ou seja, pessoas moderadamente ativas têm menor risco de serem acometidas por desordens mentais e apresentam um processamento cognitivo mais rápido do que as sedentárias. O terceiro estudo trata-se de um estudo randomizado com a análise de 58 mulheres idosas, divididas em três grupos: grupo controle (CON), grupo de efeitos do treinamento de força de alta velocidade (TFAV) e o grupo treinamento de força de baixa velocidade (TFBV), ambos utilizando faixas elásticas durante os exercícios físicos resistidos. Entretanto, o grupo CON foi submetido a realização de uma rotina de equilíbrio e tônus. Os testes utilizados para a avaliação foram: MEEM, o teste de Montreal Cognitive Assessment (MoCA-K), para avaliar uma ampla gama de funções cognitivas, como: funções executivas, habilidades visuoespaciais, recuperação de memória e de raciocínio abstrato; o teste de bateria curta de desempenho físico (SPPB), utilizado para avaliação do desempenho físico (equilíbrio, força, marcha e resistência), assim como o teste Timed Up & Go (TUG), que avalia a mobilidade e o equilíbrio funcional, e por último, foi feito o uso do dinamômetro isocinético HUMAC NORM para analisar a força dinâmica concêntrica dos membros inferiores. Cada grupo foi submetido a realizar uma hora de exercícios resistidos independentes duas vezes por semana, durante doze semanas. Conclui-se desse estudo que o grupo TFAV e TFBV obtiveram melhores resultados nos testes cognitivos e aumento significativo na função física, no TFAV houve melhoria significativa na pontuação MoCA-K e na força de preensão palmar, o grupo TFBV obteve melhora na força dos flexores de joelhos de ambas as pernas, enquanto o grupo CON teve diminuição significativa na pontuação MoCA-K e na força de preensão palmar. O último estudo realizou a análise em 31 idosas com idade igual ou acima de 60 anos, sendo o grupo CON 16 idosas que não realizam exercícios físicos e o grupo de treinamento resistido (GTR), 16 idosas, por 8 semanas. Foi utilizado os testes MEEM e o de Avaliação de Força Máxima (IRM) no qual tem o objetivo de determinar a quantidade máxima de peso que o examinado pode levantar uma vez. O estudo concluiu que a capacidade cognitiva houve uma melhora em idosas que praticam exercícios resistidos. DISCUSSÃO: Os 4 artigos encontrados mostram que idosos com maiores níveis de EF possuem melhores escores de estado cognitivo geral se comparados com sujeitos que demonstraram baixo nível de EF. Assim, de acordo com tais estudos, pessoas moderadamente ativas têm menor risco de serem acometidas por desordens mentais do que as sedentárias, mostrando que a participação em programas de exercícios físicos exerce benefícios na esfera física e psicológica, e que indivíduos fisicamente ativos provavelmente possuem um processamento cognitivo mais rápido. Além disso, os grupos TFAV e TFBV obtiveram melhoria nos testes cognitivos e aumento significativo na função física após a intervenção física, mas não houve melhora explícita no teste TUG. Por conseguinte, a utilização de exercícios multicomponentes durante 3 meses teve efeitos positivos na função fisiológica. Paralelamente, a inserção do peptídeo de soja na alimentação, associado ao EF pode promover a síntese e metabolismo de noradrenalina no cérebro, possibilitando um melhor desempenho cognitivo. Os exercícios resistidos, além de gerarem um aumento de força e benefícios ao sistema cardiorrespiratório, previnem um declínio cognitivo exacerbado ao potencializarem a produção de IGF-1, hormônio relacionado ao crescimento neuronal e desempenho cognitivo. Dessa forma, na avaliação de capacidade cognitiva, em que se aplicou o teste MEEM, houve uma diferença significativa entre os períodos de pré e pós intervenção no grupo de treino resistido e quando feita a comparação entre GTR e CON, demonstrando, portanto, uma melhora na capacidade cognitiva das idosas que realizaram os exercícios resistidos. Em um estudo paralelo, evidenciou-se a falta de benefícios relacionados à prática regular de exercícios físicos tanto na melhora funcional quanto intelectual em idosos quando comparado a idosos sedentários. Tal estudo mostrou insignificância na relação exercício físico-cognição pelo uso inadequado do protocolo de intervenção, realizando testes sem planejamento e em períodos insuficientes para a obtenção de resultados. CONCLUSÃO: Portanto, infere-se que pessoas moderadamente ativas, ou seja, aquelas praticantes de exercícios aeróbico e/ou EF apresentam risco diminuído, em até metade, de serem acometidas por desordens mentais como demência e declínios cognitivos, quando comparadas com indivíduos sedentários. A participação em programas de EF e exercícios aeróbicos exerce benefícios na esfera física e psicológica proporcionando um processamento cognitivo mais rápido. Assim, os hábitos saudáveis e a prática de exercícios físicos habitual são fundamentais para reduzir os riscos da incidência de atrasos cognitivos e problemas funcionais na terceira idade.
Título do Evento
II CONGRESSO DE FORMAÇÃO EM SAÚDE DA REGIÃO NORTE: DA GRADUAÇÃO A PÓS-GRADUAÇÃO
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso de Formação em Saúde da Região Norte: da graduação a pós-graduação
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

SOBRINHO, MARCOS WALBER DA SILVA MATOS et al.. OS IMPACTOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA MANUTENÇÃO DA COGNIÇÃO EM IDOSOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA.. In: Anais do Congresso de Formação em Saúde da Região Norte: da graduação a pós-graduação. Anais...Santarém(PA) UEPA, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IICOFS/781087-OS-IMPACTOS-DO-EXERCICIO-FISICO-NA-MANUTENCAO-DA-COGNICAO-EM-IDOSOS--UMA-REVISAO-DE-LITERATURA. Acesso em: 06/07/2025

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