AS CONTRIBUIÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL PARA O ACESSO DE USUÁRIOS TRAUMATO-ORTOPÉDICOS ÀS REDES DE SERVIÇOS DE SAÚDE EM SANTARÉM/PA: UM OLHAR DE ASSISTENTES SOCIAIS RESIDENTES

Publicado em 07/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0256-1

Título do Trabalho
AS CONTRIBUIÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL PARA O ACESSO DE USUÁRIOS TRAUMATO-ORTOPÉDICOS ÀS REDES DE SERVIÇOS DE SAÚDE EM SANTARÉM/PA: UM OLHAR DE ASSISTENTES SOCIAIS RESIDENTES
Autores
  • Hívila De Oliveira da Silva
  • Ivone Domingos e Silva
  • Udimere Lemos Matos
  • Alexsandro Bararuá Maia
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
4. Assistência a populações tradicionais no contexto amazônico
Data de Publicação
07/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/iicofs/780997-as-contribuicoes-do-servico-social-para-o-acesso-de-usuarios-traumato-ortopedicos-as-redes-de-servicos-de-saude-e
ISBN
978-65-272-0256-1
Palavras-Chave
Redes de Serviços em Saúde; Traumato-Ortopedia; Serviço Social.
Resumo
Contextualização: A Residência Multiprofissional em Saúde, especificamente o Programa de Atenção Integral em Ortopedia e Traumatologia da Universidade do Estado do Pará – UEPA, que tem como instituição executora o Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará Dr. Waldemar Penna – HRBA em Santarém/PA, atualmente constituído por 06 categorias profissionais: Enfermagem, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Psicologia, Farmácia e Serviço Social, torna-se fundamental no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, em especial no âmbito hospitalar. A categoria de Serviço Social, por sua vez, faz-se imprescindível, pois possibilita que o Assistente Social democratize informações necessárias concernentes aos direitos dos usuários traumato-ortopédicos de forma a instrumentalizá-los a buscarem os seus direitos, bem como contribuem para o acesso dos usuários às redes de serviços de saúde, como será exemplificado no decorrer do estudo, o trajeto de uma usuária da traumato-ortopedia que necessitou percorrer pela rede de saúde de seu município de origem e na cidade de Santarém/Pa, sendo norteada, muitas vezes, pelo profissional de Serviço Social, em diferentes instituições. Objetivo: Relacionar o trabalho do assistente social com a viabilização do acesso aos serviços de saúde pelos usuários da traumato-ortopedia. Métodos: Trata-se de um estudo de caráter qualitativo em formato de relato de experiência com base na prática interventiva do Serviço Social, com uso de pesquisa bibliográfica. O método utilizado consiste no materialismo histórico-dialético o qual visa a compreensão e interpretação da totalidade social e aproximações que permitem decifrar a realidade concreta. Resultados: No HRBA, diariamente, internam pessoas vítimas de traumas decorrentes de acidentes automobilísticos, ferimentos por armas de fogo, ferimentos por armas brancas, agressões, acidentes esportivos, acidentes de trabalho, quedas, atropelamentos, entre outros, necessitando, dessa forma, de assistência multiprofissional no decorrer da internação hospitalar. Sabendo disso, o conhecimento da Rede de Serviços em Saúde e dos fluxos de referência e contrarreferência é essencial durante a execução do Programa, possibilitando a formação do residente com visão holística, humanista e reflexiva para atuação nos diversos cenários de prática do SUS. Sobretudo, esse conhecimento torna-se fundamental, especialmente aos Assistentes Sociais residentes os quais avaliam, orientam e encaminham os usuários traumato-ortopédicos às redes de serviço em saúde e demais redes de serviços socioassistenciais, visando a garantia de efetivação dos direitos sociais da população usuária. Para exemplificar as contribuições do trabalho do assistente social nesse contexto, tomemos como exemplo, os “caminhos” percorridos por uma usuária da traumato-ortopedia, a qual esteve em período de internação no HRBA, e passou pelo processo de amputação de membro inferior, necessitando percorrer pela rede de serviços em saúde. Devido a um acidente ofídico no membro inferior direito, a paciente oriunda de Alenquer/PA, procurou o serviço de emergência do hospital de sua cidade, que após a avaliação médica e receber medicações, recebeu alta daquela unidade hospitalar. Algum tempo depois, a usuária sentiu uma piora significativa, dores intensas no membro, decidindo buscar atendimento médico e assistência farmacêutica na Unidade Básica de Saúde – UBS próximo à sua residência. Contudo, não havendo melhora, decidiu, por decisão e custeio próprio, deslocar-se a Santarém à procura de tratamento, dando entrada no Hospital Municipal, onde recebeu os primeiros cuidados. Posterior a avaliação da equipe médica e constatação da gravidade do caso, foi identificada a necessidade de transferência da paciente para o HRBA. Após ser devidamente transferida ao HRBA, por meio da central de regulação, recebeu assistência de toda a equipe multiprofissional, e de modo particular, do Assistente Social, que no primeiro momento, após Avaliação Social com a usuária, identificou a necessidade de realizar uma intervenção social com o seu Município de origem, em razão da usuária não encontrar-se, naquele momento, cadastrada e/ou amparada pelo Programa de Tratamento Fora de Domicílio – PTFD, preconizado pela Portaria n° 55 de 1999 da Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde. Efetuado o contato com o Município da usuária, realizou-se, com êxito o processo de regulação do TFD, sendo possível, dessa forma, receber suporte do Município de origem via Programa de TFD, o qual preconiza, conforme a Portaria, suporte com passagens, transportes (aéreo, terrestre ou fluvial), ajuda de custo para alimentação e pernoite, casa de apoio, e em casos de óbito do usuário em TFD, a Secretaria de Estado/Município se responsabiliza pelas despesas decorrentes. Durante a internação hospitalar no HRBA, foi diagnosticada com neoplasia maligna da pele com lesão invasiva não especificada, tendo que ser submetida a uma amputação transtibial. Logo após o referido procedimento, o Serviço Social se fez relevante, especialmente por prestar orientações acerca dos trâmites para o acesso a prótese e meios auxiliares de locomoção, orientando quanto às redes de serviços em saúde disponíveis ao paciente traumato-ortopédico no âmbito do SUS, bem como os direitos aos quais devem ter acesso devido a deficiência física, tendo como base normativa a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – LBI, Lei n° 13.146/2015. Assim, a usuária recebeu alta hospitalar, recebendo, dentre outras documentações, o guia de encaminhamento para o retorno ambulatorial, visando a continuidade do tratamento; além da prescrição da prótese transtibial, tendo sido orientada pelo assistente social a direcionar-se ao Centro Especializado em Reabilitação – CER II da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE para início da reabilitação. No CER II/APAE, a paciente passou por atendimentos com algumas especialidades, dentre elas, novamente o Serviço Social, o qual realizou o acolhimento, escuta social e a avaliação social da usuária, com a finalidade de identificar os determinantes sociais e promover o acesso aos direitos e benefícios garantidos por meios das políticas sociais, como o Benefício de Prestação Continuada – BPC, Passes Livres, atendimentos prioritários, habilitação e reabilitação, transporte e mobilidade, acesso à informação, à comunicação, e outros, conforme as legislações vigentes. Por seguinte, a usuária foi direcionada à Oficina Ortopédica, equipe composta por fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais e Técnico em Órtese e Prótese. Nesse momento a usuária foi submetida novamente a avaliação pelos especialistas, foram realizadas atividades como enfaixamento do coto para obtenção de um melhor formato, uso de bola, faixa elástica, esteira, uso de eletroterapia para o fortalecimento do coto e da perna “sadia”, visando uma boa deambulação, marcha e protetização. Assim como o molde em gesso, confecção, encaixe e montagem da prótese. Após todo esse processo, com aproximadamente dois meses, em reabilitação e protetização, veio a receber alta, orientada a retornar à instituição em casos de ajustes ou troca da prótese. Discussão: De acordo com as literaturas científicas, os determinantes sociais estão relacionados às condições sociais que as pessoas vivem e trabalham, e à possibilidade de acesso a determinados bens e serviços no âmbito da saúde, trabalho, renda, habitação, saneamento básico e meio ambiente, transporte, alimentação e nutrição, cultura, esporte, lazer e outros fatores. Mediante a compreensão desses aspectos, o profissional assistente social realiza a democratização dos direitos sociais dos usuários e orienta-os de como acessá-los, além de encaminhá-los para as redes de serviços de saúde, redes socioassistenciais e outras políticas sociais. Em resposta às demandas dos pacientes, os assistentes sociais realizam “encaminhamentos internos” para outros serviços da Instituição; “encaminhamentos externos” para a previdência social (Instituto Nacional de Seguro Social), assistência social (Centro de Referência da Assistência Social/Centro de Referência Especializado de Assistência Social), defensoria pública, ministério público, intervenção social com outras unidades de saúde, especialmente quando os pacientes são provenientes de outros municípios, como no caso da referida usuária. Além de orientações previdenciárias, trabalhistas, seguro social, benefícios sociais, programas assistenciais, acesso a documentações, esclarecimentos acerca dos fluxos institucionais, acesso a recursos sociais, TFD, fluxo de acesso a órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, e diversas outras. Conclusão: Diante disso, foi notório o trajeto da usuária em vários pontos da rede de saúde, desde o Município de origem (Alenquer), até o Município em que realizou o tratamento (Santarém), passando pela Atenção Primária, nas UBS, e pelas Unidades Hospitalares, de média e alta complexidade, e percorreu, por último, pela Atenção Especializada em Reabilitação, além do acesso a outras políticas e serviços socioassistenciais, tais como a Assistência Social. Durante o trajeto, cabe enfatizar a importância do profissional de Serviço Social, embora haja diversos serviços de saúde e de outras políticas sociais, muitos usuários desconhecem seus direitos e de como acessá-los, sendo crucial as orientações quanto ao acesso aos serviços de saúde, de assistência social, de educação, da previdência social e outros, tendo em vista a garantia dos direitos desses usuários, especialmente dos pacientes traumato-ortopédicos. É evidente as múltiplas possibilidades de atenção à saúde e várias dimensões das políticas sociais que perpassam os usuários da traumato-ortopedia na cidade de Santarém. No entanto, se faz necessário que as políticas dialoguem entre si, de forma “integral e integrada”, possibilitando que de fato esses usuários perpassem por toda a Rede de Serviços. É nessa perspectiva, que se considera essencial o papel do assistente social no âmbito hospitalar ou em qualquer espaço sócio-ocupacional, enquanto profissional disseminador de informações atinentes aos direitos sociais de seus usuários e viabilização desses direitos, contribuindo, com a autonomia, independência, participação plena e efetiva destes na sociedade.
Título do Evento
II CONGRESSO DE FORMAÇÃO EM SAÚDE DA REGIÃO NORTE: DA GRADUAÇÃO A PÓS-GRADUAÇÃO
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso de Formação em Saúde da Região Norte: da graduação a pós-graduação
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Hívila De Oliveira da et al.. AS CONTRIBUIÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL PARA O ACESSO DE USUÁRIOS TRAUMATO-ORTOPÉDICOS ÀS REDES DE SERVIÇOS DE SAÚDE EM SANTARÉM/PA: UM OLHAR DE ASSISTENTES SOCIAIS RESIDENTES.. In: Anais do Congresso de Formação em Saúde da Região Norte: da graduação a pós-graduação. Anais...Santarém(PA) UEPA, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IICOFS/780997-AS-CONTRIBUICOES-DO-SERVICO-SOCIAL-PARA-O-ACESSO-DE-USUARIOS-TRAUMATO-ORTOPEDICOS-AS-REDES-DE-SERVICOS-DE-SAUDE-E. Acesso em: 16/07/2025

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