DESAFIOS DE SAÚDE EM COMUNIDADES INDÍGENAS NO CONTEXTO AMAZÔNICO: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Publicado em 07/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0256-1

Título do Trabalho
DESAFIOS DE SAÚDE EM COMUNIDADES INDÍGENAS NO CONTEXTO AMAZÔNICO: UMA REVISÃO DA LITERATURA
Autores
  • VICTOR ALEXANDRE SANTOS GOMES
  • Pollyanna Ribeiro Damasceno
  • Lívia de Aguiar Valentim
  • SHEYLA MARA SILVA DE OLIVEIRA
  • TATIANE COSTA QUARESMA
  • FRANCIANE DE PAULA FERNANDES
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
4. Assistência a populações tradicionais no contexto amazônico
Data de Publicação
07/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/iicofs/780892-desafios-de-saude-em-comunidades-indigenas-no-contexto-amazonico--uma-revisao-da-literatura
ISBN
978-65-272-0256-1
Palavras-Chave
palavras-chave: Saúde Indígena; Acesso aos Serviços de Saúde; Medicina Tradicional.
Resumo
Contextualização: A região amazônica brasileira, com sua vasta extensão de floresta tropical e rica diversidade cultural, é o lar de inúmeras comunidades indígenas que desempenham um papel fundamental na tapeçaria multicultural do Brasil. No entanto, apesar de suas tradições ancestrais e sua forte conexão com a natureza, essas comunidades indígenas enfrentam desafios significativos relacionados à saúde. A vastidão ecológica e riqueza cultural ampliam a singularidade desses desafios. Com uma miríade de grupos étnicos, línguas e tradições, as comunidades indígenas na Amazônia brasileira desempenham um papel crucial na preservação da cultura e da biodiversidade. No entanto, uma interação complexa entre esses ecossistemas frágeis e as comunidades indígenas cria desafios únicos em termos de acesso a cuidados de saúde e bem-estar, no qual as distâncias geográficas, a infraestrutura limitada e as ameaças ambientais complicam ainda mais o cenário da saúde nessas áreas remotas. Assim, os desafios de saúde enfrentados pelas comunidades indígenas na Amazônia brasileira são multifacetados e incluem questões como o acesso limitado a serviços médicos de qualidade, doenças endêmicas, desnutrição, saúde materno-infantil e os impactos das mudanças ambientais na saúde. Além disso, a interação entre as práticas da medicina tradicional e a medicina ocidental moderna desempenha um papel crucial na gestão da saúde indígena, criando complexidades adicionais que rendem uma análise aprofundada. Desse modo, é essencial compreender de forma abrangente os desafios de saúde que impactam as comunidades indígenas no contexto amazônico brasileiro (AMADO & RIBEIRO, 2020; ANDRADE & NOGUEIRA, 2021; GUIMARÃES et al., 2022; MAIA, 2021; NASCIMENTO, 2019). Objetivo: Analisar e sintetizar a literatura científica existente relacionada aos desafios de saúde específicos enfrentados pelas comunidades indígenas da região amazônica brasileira. Métodos: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, tendo como bases de dados científicas na busca: Scielo e Scopus. Foram selecionados cinco estudos publicados nos últimos cinco anos, em português, que abordassem os desafios em saúde enfrentados por comunidades indígenas que habitam na região amazônica. Os critérios de inclusão foram estudos que relataram os desafios vivenciados por essa população. Foi utilizado palavras-chave como saúde indígena, saúde amazônica, medicina tradicional, acesso a cuidados médicos e desafios de saúde. A análise dos resultados da revisão foi conduzida através da síntese qualitativa dos principais achados. Resultados: Um dos principais resultados destacados na revisão foi o desafio do acesso limitado a serviços de saúde de qualidade enfrentado pelas comunidades indígenas na região amazônica brasileira. As distâncias geográficas, a falta de infraestrutura de saúde adequada e as barreiras culturais contribuem para a dificuldade de receber atendimento médico oportuno e adequado. Isso resultou em atrasos no diagnóstico e tratamento de doenças, exacerbando as condições de saúde dessas doenças. Outro resultado significativo da revisão foi a alta incidência de doenças endêmicas, como malária, doenças parasitárias e infecções respiratórias, nas comunidades indígenas da Amazônia brasileira. A exposição a ambientes propícios à falta de medidas de prevenção tem contribuído para taxas elevadas de morbidade e mortalidade nessas populações. A gestão dessas doenças representa um desafio constante para as autoridades de saúde pública. A desnutrição e os problemas de saúde materno-infantil também emergiram como resultados de destaque. As condições de vida precárias e a falta de acesso a alimentos nutritivos acarretam altas taxas de desnutrição, afetando especialmente crianças e mulheres grávidas. A saúde materno-infantil está comprometida devido à falta de assistência pré-natal adequada e de instalações de parto seguro. Além disso, a revisão sublinhou a complexa interseção entre as práticas da medicina tradicional e da medicina ocidental moderna na gestão da saúde indígena. Com frequência, as comunidades indígenas recorrem a curandeiros e métodos tradicionais, tornando desafiadora a integração dessas abordagens aos sistemas de saúde ocidentais. Emergem conflitos e desafios de comunicação, mas também são apresentados exemplos de colaboração bem-sucedida. Discussão: O principal resultado destacado na revisão refere-se ao acesso restrito a serviços de saúde, uma das questões mais prementes que impactam as comunidades indígenas no contexto amazônico brasileiro. As dificuldades de acesso a cuidados médicos de qualidade devido a barreiras geográficas, culturais e de infraestrutura, persistem como um desafio constante que influencia os níveis de saúde nessas comunidades A falta de atendimento oportuno resulta em atrasos no diagnóstico e tratamento de doenças, frequentemente agravando as condições de saúde. Para abordar essa situação, torna-se crucial investirem infraestrutura de saúde em áreas remotas, bem como programas de treinamento culturalmente sensíveis para profissionais de saúde que atendem a populações indígenas. Outro aspecto crucial discutido na revisão é a elevada incidência de doenças endêmicas, como malária e infecções parasitárias, entre as comunidades indígenas na região amazônica brasileira. Essas doenças representam um fardo significativo para a saúde e o bem-estar dessas populações, dada a exposição a ambientes propícios a vetores que contribuem para a transmissão dessas enfermidades. Medidas de prevenção, como programas de controle de vetores e educação em saúde, são cruciais para reduzir a incidência dessas doenças. Além disso, a pesquisa e a vigilância contínua são necessárias para identificar e responder a surtos de doenças endêmicas. A revisão também realçou a prevalência da desnutrição e os desafios de saúde materno-infantil enfrentados pelas comunidades indígenas na Amazônia brasileira. A desnutrição, especialmente entre crianças e mulheres grávidas, representa um risco significativo para a saúde e o desenvolvimento das populações indígenas. Melhorar a segurança alimentar e nutricional nessas comunidades requer a implementação de programas que promovam o acesso a alimentos saudáveis, bem como instruções específicas para mulheres grávidas e crianças, como cuidados pré-natais e educação nutricional. Além disso, a preservação das práticas tradicionais de cultivo e coleta de alimentos é de suma importância. A interseção complexa entre as práticas de medicina tradicional e a medicina ocidental moderna na gestão da saúde indígena é um tema de discussão crucial. As comunidades indígenas recorrem frequentemente a curandeiros e práticas de medicina tradicional, o que cria desafios e oportunidades únicas na prestação de cuidados de saúde. Uma integração eficaz de ambas as abordagens pode melhorar o acesso a cuidados médicos culturalmente relevantes, mas também é importante reconhecer que conflitos podem surgir, exigindo a construção de pontes de compreensão entre as duas práticas. A colaboração entre profissionais de saúde ocidentais e líderes de saúde indígenas pode ser uma estratégia eficaz para criar um sistema de saúde mais holístico e inclusivo (AMADO & RIBEIRO, 2020; ANDRADE & NOGUEIRA, 2021; GUIMARÃES et al., 2022; MAIA, 2021; NASCIMENTO, 2019). Conclusão: Em síntese, esta revisão proporciona uma visão abrangente dos desafios de saúde enfrentados por comunidades indígenas na Amazônia brasileira, populações historicamente marginalizadas. Os resultados discutidos destacam vários pontos cruciais que merecem atenção e ação para melhorar a saúde e o bem-estar das comunidades indígenas na região amazônica brasileira. Assim, a melhoria da saúde das comunidades indígenas na região amazônica brasileira exige ações regionais que abordem as questões discutidas nesta revisão. Isso inclui melhorar o acesso aos serviços de saúde, combater doenças endêmicas, promover a segurança alimentar e nutricional, e apoiar a integração culturalmente sensível de práticas de medicina tradicional e medicina ocidental. Essas medidas, ao serem adotadas, podem pavimentar o caminho para um futuro no qual as comunidades indígenas na Amazônia brasileira alcancem níveis robustos de saúde, enquanto suas tradiçõese conhecimentos respeitados e preservados. REFERÊNCIAS AMADO, Luiz Henrique Eloy; RIBEIRO, Ana Maria Motta. Panorama e desafios dos povos Indígenas no contexto de pandemia do COVID-19 no Brasil. Confluências| Revista Interdisciplinar de Sociologia e Direito, v. 22, n. 2, p. 335-360, 2020. ANDRADE, Francisca Marli Rodrigues de; NOGUEIRA, Letícia Pereira Mendes. Povos indígenas e desafios atuais: percepções decoloniais na formação de educadores do campo. Interfaces da Educação, v. 12, n. 34, p. 408-437, 2021. GUIMARÃES, Manoel Pereira et al. Programa Mais Médicos e as comunidades indígenas do Norte da Bahia: relato de experiência. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 46, n. 1, p. 235-246, 2022. MAIA, Alini Silva et al. Os desafios da enfermagem na atenção integral à saúde dos povos indígenas. Enfermagem em Foco, v. 12, n. 2, 2021. NASCIMENTO, Vagner Ferreira do; HATTORI, Thalise Yuri; TERÇAS-TRETTEL, Ana Cláudia Pereira. Desafios na formação de enfermeiros indígenas em Mato Grosso, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, p. 47-56, 2019. (AMADO & RIBEIRO, 2020; ANDRADE & NOGUEIRA, 2021; GUIMARÃES et al., 2022; MAIA, 2021; NASCIMENTO, 2019)
Título do Evento
II CONGRESSO DE FORMAÇÃO EM SAÚDE DA REGIÃO NORTE: DA GRADUAÇÃO A PÓS-GRADUAÇÃO
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso de Formação em Saúde da Região Norte: da graduação a pós-graduação
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

GOMES, VICTOR ALEXANDRE SANTOS et al.. DESAFIOS DE SAÚDE EM COMUNIDADES INDÍGENAS NO CONTEXTO AMAZÔNICO: UMA REVISÃO DA LITERATURA.. In: Anais do Congresso de Formação em Saúde da Região Norte: da graduação a pós-graduação. Anais...Santarém(PA) UEPA, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IICOFS/780892-DESAFIOS-DE-SAUDE-EM-COMUNIDADES-INDIGENAS-NO-CONTEXTO-AMAZONICO--UMA-REVISAO-DA-LITERATURA. Acesso em: 02/08/2025

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