O USO DO PROTOCOLO ATIVIDADE EXERCÍCIO (PAE) COMO RECURSO REABILITATÓRIO PARA PACIENTES COM SEQUELAS HANSÊNICAS.

Publicado em 07/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0256-1

DOI
10.29327/1367314.2-3  
Título do Trabalho
O USO DO PROTOCOLO ATIVIDADE EXERCÍCIO (PAE) COMO RECURSO REABILITATÓRIO PARA PACIENTES COM SEQUELAS HANSÊNICAS.
Autores
  • João Victor Silva Borges
  • Ana Beatriz dos Santos Souza
  • Mateus Gabriel Muniz Rodrigues
  • Nonato Márcio Custódio Maia Sá
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
2. Doenças infecciosas e parasitarias no contexto amazônico
Data de Publicação
07/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/iicofs/780747-o-uso-do-protocolo-atividade-exercicio-(pae)-como-recurso-reabilitatorio-para-pacientes-com-sequelas-hansenicas
ISBN
978-65-272-0256-1
Palavras-Chave
Palavras-chave: Terapia Ocupacional; Protocolo Atividade Exercício; Hanseníase.
Resumo
Contextualização: A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, causada pelo Mycobacterium leprae e caracteriza-se como a principal causa de incapacidade física permanente dentre as doenças infecciosas. O seu potencial incapacitante gera consequências danosas a pessoa com hanseníase. Segundo os dados do Ministério da Saúde, no ano de 2022, o Brasil notificou mais de 17,2 mil casos novos de hanseníase. Neste ano, o Pará notificou o maior número de casos da região norte, em que obteve 1.329 ocorrências gerais e 67 casos em indivíduos menores de 15 anos. Diante disso, o terapeuta ocupacional (TO) utiliza-se de métodos, técnicas e recursos para a identificação e tratamento de problemáticas das principais áreas de desempenho ocupacional, das pessoas com sequelas da hanseníase. Dentre as possibilidades para atuação do TO, destaca-se a criação de estratégias de tratamento para a reabilitação física de pessoas acometidas pela hanseníase, em especial aquelas com incapacidade física decorrentes de dano neural nas mãos, com paralisia ou paresia periférica, implicando na perda ou diminuição do potencial de ação do indivíduo, na realização de suas necessidades básicas do cotidiano. O TO tem como objetivo facilitar a participação da pessoa com sequela hansênica, por intermédio do processo inclusivo, participativo, capaz de gerar independência, autonomia e (re)aprendizagem de habilidades essenciais às diferentes áreas de desempenho ocupacional. O Protocolo de Atividade Exercício (PAE), baseado na aplicação da atividade como exercício, é um recurso terapêutico desenvolvido para reabilitação de pessoas com sequelas da hanseníase, com incapacidade física nas mãos, decorrente de dano neural, dos principais troncos nervosos de membros superiores. Objetivo: Descrever a efetividade do Protocolo Atividade Exercício como recurso terapêutico, sobre o componente de desempenho força muscular (FM), em pacientes hansênicos com incapacidade física nas mãos, decorrentes de dano neural. Método: Trata-se de um estudo intitulado “Efetividade da atividade exercício sobre o componente de desempenho força muscular em pacientes hansênicos com incapacidade decorrente de dano neural nas mãos” elaborado por Sá, em 2014, de intervenção terapêutica, tipo aberto, self control, que objetivou descrever o uso de um protocolo, o (PAE), como recurso para a reabilitação físico-funcional de pacientes hansênicos com incapacidades físicas nas mãos, decorrentes de dano neural. Foram realizadas avaliações em 56 pacientes, os quais foram submetidos à Avaliação Neurológica Simplificada e dinamometria para a confirmação diagnóstica de dano neural nas mãos. Para a análise dos resultados, foi determinado pelo autor da pesquisa o período de 3 meses para que sejam alcançados os efeitos terapêuticos do protocolo, sendo necessário o mínimo de 10 sessões. O trabalho analisado neste estudo verificou por meio da dinamometria, a força de preensão palmar e a força de preensão em pinça antes e após o tratamento com o PAE, utilizando dos dinamômetros Jamar e Preston Pinch Gauge, na Unidade de Referência Especializada (URE) Marcello Cândia e do Centro Especializado em Reabilitação (CER III) - Unidade de Ensino e Assistência de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (UEAFTO) da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Resultados: Dos 56 pacientes avaliados, 17 concluíram o tempo mínimo para a realização das sessões. Os pacientes foram acompanhados pelo período de 1 ano e 7 meses e realizaram mais de 170 sessões terapêuticas, entretanto, os resultados envolvidos para análise foram considerados somente até 10 sessões em até três meses para cada paciente. Os pacientes foram submetidos ao Protocolo Atividade Exercício, o qual ocorria em sessões semanais, com alongamento prévio e medidas de autocuidado como hidratação e lubrificação. Para a realização adequada do protocolo é necessário que o paciente esteja em posição funcional recomendada pela Sociedade Americana de Terapia de Mão (SATM), ou seja, sentado, com os pés apoiados no chão em ângulo de 90°; ombro levemente aduzido e em rotação neutra; cotovelo fletido; antebraço e punho mantidos em rotação neutra e dedos em semiflexão das metacarpofalangeanas e interfalangeanas. Após demonstrar a posição correta para a realização da atividade exercício, seleciona-se os recursos terapêuticos caracterizados como base de haste de aço e cilíndrico de aço, com categorias de pesos variados de 1 a 5. O paciente deve acionar o dispositivo de preensor palmar tracionando os cilíndricos de aço e transferi-los de uma base de haste de aço para outra, cumprindo-se ao número de 3 repetições para cada categoria de peso, entretanto, pode ser modificado para mais ou menos repetições, de acordo com a demanda e força muscular de cada paciente. Na avaliação dinamométrica das forças de preensão palmar e preensão em pinça (trípode, lateral e polpa-a-polpa) foram obtidas diferenças significativas (p < 0,05) quanto as aferições realizadas antes e depois da aplicação do PAE, em todas as categorias nos escores do lado dominante. Em relação ao lado não dominante, verificou-se uma diferença significativa apenas nas forças de preensão em pinça (trípode, lateral e polpa-a-polpa), visto que a força de preensão palmar obteve médias relativamente próximas. Discussão: Os pacientes do estudo analisado, provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS), são passíveis à evolução para quadros de deformidades e incapacidades físicas permanentes, caso não tenham acesso a medidas de prevenção de incapacidades apropriadas e qualificadas. A pessoa quando acometida por enfermidades que resultam em déficit de força em preensão palmar, tem seu desempenho ocupacional afetado. A terapia ocupacional pressupõe mudança e transformação do indivíduo que apresente alguma condição incapacitante através de reabilitação física e medidas de prevenção de incapacidades. A atuação do terapeuta ocupacional objetiva maior funcionalidade, autonomia e independência para o envolvimento e participação em atividades cotidianas. Pode-se utilizar da atividade exercício para avaliar e tratar a força de preensão palmar em pacientes hansênicos com incapacidades físicas decorrentes de dano neural, sendo necessária para o desenvolvimento e realização adequada de movimentos exigidos em atividades de vida diária, instrumentais de vida diária, trabalho e demais ocupações. A redução das forças de preensão palmar e preensão em pinça podem ser resultados associados às principais queixas relatadas pelos pacientes do estudo, como a fraqueza, a parestesia e a dificuldade para segurar objetos. Foi observada diferença significativa das médias das forças de preensão palmar e preensão em pinça em mão dominante e não dominante, comprovando a efetividade do PAE. O PAE, por intermédio da atividade exercício, proporciona estimulação dos principais grupos musculares e dos seguintes movimentos: flexão e extensão das metacarpofalangeanas e interfalangeanas do 2° ao 5° dedo; músculos – lumbricais, interósseos, abdutor curto e oponente do polegar; a fim de favorecer o fortalecimento muscular das mãos através de atividades motoras básicas, de modo a aumentar a força muscular e proporcionar melhor desempenho ocupacional do indivíduo. Conclusão: Diante dos resultados apresentados, conclui-se que o Protocolo de Atividade Exercício se demonstra como um recurso terapêutico ocupacional efetivo para a reabilitação físico-funcional de pacientes hansênicos com incapacidades físicas nas mãos decorrentes de dano neural. Proporciona melhora da qualidade de vida e aumento da funcionalidade e desempenho ocupacional dos indivíduos. Ademais, este estudo possibilitou melhor compreensão sobre a aplicação do Protocolo Atividade Exercício e sua efetividade no tratamento do componente de desempenho de força muscular de indivíduos com sequelas hansênicas nas mãos. Por fim, sugere-se a realização de mais pesquisas acerca do tema proposto, tendo em vista que a região amazônica figura como região hiperendêmica para casos da doença, com o agravante do potencial incapacitante. Referências Brasil. Ministério da Saúde. Hanseníase: Pará notifica maior número de casos em 2022 da região norte. [Brasília]: Ministério da Saúde, 31 jul. 2023. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias-para-os-estados/para/2023/janeiro/hanseniase-para-notifica-maior-numero-de-casos-em-2022-da-regiao-norte#>. GUZZO, R.; APARECIDA, A. Protocolo “Terapia Ocupacional Abrangente e Sintético”, para pacientes com hemiplegia após o acidente vascular cerebral. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo: Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. São Paulo, 2011. LOUREIRO, LA.; BARRETO, LL.; MASKUD, I. Percepções sobre a terapia ocupacional no cuidado ao paciente com hanseníase. Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, Minas Gerais, v.3, p.134-141, janeiro, 2015. Disponível em: < https://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/refacs/article/view/1094/971>. SÁ, NMCM. Efetividade da Atividade Exercício sobre o componente de desempenho força muscular em pacientes hansênicos com incapacidade decorrente de dano neural nas mãos. Belém. Tese [Doutorado em Doenças Tropicais] - Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, 2014. Trombly, Catherina A., Radomski, Mary Vining. Terapia ocupacional para disfunções físicas. 6ª edição. São Paulo, Livraria Santos Editora LTDA, Grupo Editorial Nacional, 2013.
Título do Evento
II CONGRESSO DE FORMAÇÃO EM SAÚDE DA REGIÃO NORTE: DA GRADUAÇÃO A PÓS-GRADUAÇÃO
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso de Formação em Saúde da Região Norte: da graduação a pós-graduação
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

BORGES, João Victor Silva et al.. O USO DO PROTOCOLO ATIVIDADE EXERCÍCIO (PAE) COMO RECURSO REABILITATÓRIO PARA PACIENTES COM SEQUELAS HANSÊNICAS... In: Anais do Congresso de Formação em Saúde da Região Norte: da graduação a pós-graduação. Anais...Santarém(PA) UEPA, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IICOFS/780747-O-USO-DO-PROTOCOLO-ATIVIDADE-EXERCICIO-(PAE)-COMO-RECURSO-REABILITATORIO-PARA-PACIENTES-COM-SEQUELAS-HANSENICAS. Acesso em: 02/08/2025

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