A QUESTÃO DA VIDA NA OBRA DE MICHEL FOUCAULT

Publicado em 09/05/2022 - ISBN: 978-65-5941-656-1

Título do Trabalho
A QUESTÃO DA VIDA NA OBRA DE MICHEL FOUCAULT
Autores
  • Davi Maranhão De Conti
Modalidade
Resumo Acadêmico
Área temática
Ética, Filosofia Política e Filosofia da Religião
Data de Publicação
09/05/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/iepgfilunb/455535-a-questao-da-vida-na-obra-de-michel-foucault
ISBN
978-65-5941-656-1
Palavras-Chave
vida, biologia, biopoder, Michel Foucault
Resumo
Um exame acerca do problema da vida na obra de Foucault leva tanto ao afloramento de um novo olhar sobre seu pensamento quanto à emergência de um sentido de unidade, que tantas vezes escapa às análises de sua obra. Se não há em seus escritos qualquer texto consagrado integralmente à questão da vida, há, não obstante, desenvolvimentos esparsos dessa noção ao longo de seu trabalho. A investigação acerca dos sentidos conferidos a esse termo no interior de sua obra, bem como acerca do modo como se articulam essas formulações, lança nova luz não apenas sobre sua filosofia, como também sobre as interpretações de seu pensamento. A questão da vida inaugura-se ainda em seus primeiros escritos, os quais compõem a etapa arqueológica de seu trabalho. Em Naissance de la clinique (1963) e em Les mots et les choses (1966), Foucault tematiza a emergência da vida que está na origem da transformação da história natural para a biologia, i.e., na ruptura epistêmica que ocorre por volta de 1800 e que vem à tona, como nota Maria Muhle, “em razão de um deslocamento arqueológico que introduz a noção de ‘organização’ como fundamental para o estudo do vivente e substitui o ‘tableau’ de história natural pela constitutiva oposição entre o orgânico (o vivente) e o inorgânico” (MUHLE, 2021, p. 302, tradução nossa). A vida irrompe no berço do evento arqueológico que determina o fim do reino clássico da representação e marca o limiar do espaço de saber que é, em larga medida, o nosso. Esse deslocamento arqueológico que permite pensar a vida como essencialmente dinâmica – como tensão entre o orgânico e o inorgânico, entre vida e morte, entre autotransgressão e autoconservação –, essa transformação que abre espaço para o surgimento da biologia, denota, em conjunto com as mudanças que possibilitaram o desenvolvimento da economia e da filologia, não apenas o ocaso da episteme clássica, como também o alvorecer da figura – epistemológica bem como biológica – do homem. O surgimento do homem é, portanto, indissociável de uma aparição da vida. Essa transição epistêmica de que se origina a vida é também o terreno de que se eleva o biopoder. O problema da vida desempenha, portanto, função central na continuidade das investigações de Foucault. Ao voltar-se para a transformação na racionalidade de poder que começa a ganhar corpo a partir do século XVII – e que decorre, em larga medida, da elaboração de um conhecimento médico e biológico –, Foucault lança luz sobre o modo como se relacionam vida e poder. A modalidade de poder que se sobrepõe ao poder soberano é caracterizada, sobretudo, por direcionar-se para a vida e seu contínuo incremento.
Título do Evento
I ENCONTRO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA DA UNB
Título dos Anais do Evento
Anais do Encontro Nacional de Pós-graduação em Filosofia da UnB
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CONTI, Davi Maranhão De. A QUESTÃO DA VIDA NA OBRA DE MICHEL FOUCAULT.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/IEPGFilUnB/455535-A-QUESTAO-DA-VIDA-NA-OBRA-DE-MICHEL-FOUCAULT. Acesso em: 02/06/2025

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