USO DE CHÁS DURANTE A GESTAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES

Publicado em 18/04/2023 - ISBN: 978-85-5722-708-8

Título do Trabalho
USO DE CHÁS DURANTE A GESTAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES
Autores
  • Camila Cristina Girard Santos
  • DANIELLE FREIRE GONCALVES
Modalidade
2. Resumo Expandido
Área temática
Referenciais teóricos e tecnológicos aplicados no cuidado da Enfermagem Obstétrica e Neonatal.
Data de Publicação
18/04/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/i-congresso-regional-de-enfermagem-obstetrica-e-neonatal-276973/603685-uso-de-chas-durante-a-gestacao-e-suas-implicacoes
ISBN
978-85-5722-708-8
Palavras-Chave
Chás medicinais, Obstetrícia, Humanização da saúde)
Resumo
INTRODUÇÃO: os chás como fazem parte da fitoterapia que é definida como a pratica de tratamentos que utiliza matéria prima de origem exclusivamente vegetal, sendo seu uso regularizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. No entanto, a utilização de chás durante a gestação podem desencadear complicações para o binômio mãe-feto, como malformações congênitas, dores maternas ou aborto, assim, a enfermagem, nos últimos anos, tem estudado o manejo desta prática no campo da obstetrícia. A prática do uso de fitoterápicos pela população é fundamentada na facilidade do acesso a esses insumos e seu baixo custo de aquisição, desta forma, tornando se uma opção de fácil acesso. A dieta de uma mulher grávida inclui uma variedade de alimentos, incluindo frutas, vegetais, chá, chocolate, café, chás de ervas e frutas, bem como vários suplementos nutricionais disponíveis comercialmente que são ricos em substâncias derivadas de plantas biologicamente ativas. Em geral, essas substâncias têm efeitos positivos sobre a saúde das mulheres grávidas e seus fetos em desenvolvimento. Existem, no entanto, algumas hipóteses científicas sobre os benefícios para a saúde, tanto para a mãe quanto para o feto, de uma dieta mais natural composta por uma quantidade específica de compostos fitoterápicos extraídos de ervas medicinais, o que evita o contato com o excesso de ingredientes artificiais (como polifenóis) e ao mesmo tempo previne possíveis efeitos adversos oriundos do consumo excessivo dessas ervas medicinais (LEWICKA et al., 2019). OBJETIVO: analisar o uso de chás durante a gestação e suas implicações. METODOLOGIA: para a realização desse trabalho, optou-se pelo método de revisão integrativa da literatura, sendo um estudo qualitativo. Os critérios de inclusão foram: artigos disponíveis em inglês ou português, publicados nas bases de dados Lilacs, Pubmed, Scielo e Periodico Capes, além de serem relacionados com os Descritores em Ciencias da Saúde (Chás medicinais; Obstetrícia; Humanização da saúde). RESULTADOS: a região amazônica, sendo uma região que tem sua cultura grandemente fundamentada nas práticas e costumes de povos indígenas utiliza dos conhecimentos herdados desses povos para lidar com às necessidades básicas de saúde das populações locais. Na abordagem clínica, vemos o uso constante de chás, ervas, emulsões e “garrafadas” que são preparados a partir de matérias-prima como: cascas, folhas e raízes com o objetivo de tratar ou minimizar desconfortos do período gestacional (CARDOSO; SOARES,2017), uso esse que é baseado na experiência empírica e conhecimento cultural da paciente. Devido a sua enorme variedade de espécies conhecidas e sua longa história de uso em chás, tanto para alimentação quanto para remédios em muitas culturas, as plantas continuam a ser uma promessa considerável como fonte de novos medicamentos. Segundo Cardoso e Soares (2017) as plantas medicinais populares boldo (Peumus boldus) e carqueja (Baccharis genistelloides) apresentam propriedades antioxidantes, capacidade de retardar o aparecimento de diabetes, propriedades anti-inflamatórias e propriedades citoprotetoras em humanos adultos. No entanto, devido aos fortes indícios de teratogenicidade e hepatotoxicidade causados pelo chá de boldo e riscos estabelecidos de aborto espontâneo para gestantes que tomam chá de carqueja, os chás dessas duas ervas devem ser evitados pelas mesmas (LÚCIA T. G. RUIZ et al., 2008). Ademais, estudos randomizados conduzidos com a erva Camellia sinensis, popularmente conhecida como chá verde, indicaram que a mesma apresenta capacidades de induzir a rápida proliferação celular, diminui a inflamação, promove a revascularização e tem efeitos analgésicos para acelerar a cicatrização de feridas (SHAHRAHMANI et al., 2017). No entanto, Lúcia (2008) observou as consequências negativas para a saúde do consumo de chá verde, incluindo hepatotoxicidade, distúrbios gastrointestinais (vômitos e diarreia), efeitos ansiogênicos e possíveis interações com medicamentos prescritos (BEDROOD et al., 2018). Essa dicotomia de achados científicos realça a necessidade de estudos aprofundados nos efeitos da utilização de chás fitoterápicos durante a gravidez. Na gravidez, o momento pelo qual o organismo da mesma passa por grandes mudanças e adaptações para melhor abrigar e nutrir o bebê, traz consigo uma série de sinais comuns como: náuseas, pirose e, sintomas esses que podem ser amenizados com chás feitos a partir de plantas que são facilmente encontradas a venda em supermercados. Entretanto, alguns princípios ativos de algumas ervas possuem efeitos sistêmicos no binômio mãe-bebê assim podendo oferecer riscos a essa gestação. O uso desordenado dos chás durante a gravidez, pode trazer resultado diferente dos desejados para o uso de uma determinada planta. Os efeitos mais preocupantes do uso indiscriminado de plantas medicinais são: teratogênico, embriotóxico e abortivo. O estudo dirigido por Rodrigues et al (2011) lista sobre a ingestão de plantas que estão relacionadas a esses efeitos adversos. Aos efeitos abortivos estão associadas plantas como: Alecrim (Rosmarinus officinales), Espinheira Santa (Maytenus ilicifolia) e Eucalipto (Eucaliptus globulus). O efeito embriotóxico esta relacionados a ingestão de plantas como: Boldo (Vernonia Condensata) e Barbatimão (Stryphnodendron polyphyllum) e o efeito teratogênicoestá relacionado a ingestão de Hortelã (Mentha piperita) e Cambará (Lantanacâmara). CONSIDERAÇÕES FINAIS: diante do exposto, pode-se notar a importância do profissional prestador de cuidados pesquisar novas metodologias de assistência, sendo a fitoterapia um mecanismo mas barato e com menos complicações para o binômio materno-infantil. Alem disso, faz-se necessário entender o contexto cultural desta gestantes e os mitos passados por gerações, sendo a ciência capaz de elucidar os fatos. Ademais, pode-se compreender a necessidade de estudar-se acerca dos saberes tradicionais amazônicos. Além disso, é indubitavelmente necessário politicas publicas de educação permanente e pesquisas científicas sobre como a natureza pode auxiliar durante o período gravídico e parto. IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM OBSTÉTRICA: sendo os chás um mecanismo terapêutico que está enraizado na cultura brasileira, cria-se a necessidade da enfermagem obstétrica de entender como é estabelecido o seu consumo, além de suas implicações no desenvolvimento fetal e seus efeitos colaterais para o binômio mãe-feto. Historicamente, a enfermagem tem o modelo de prestar cuidado holístico e com proximidade com a natureza, sendo assim, essa tematica tem grande importância para os profissinais, além da necessidade de ensinar para os futuros profissinais da áreas sobre tal manejo de cuidado. Nesse contexto, a cultura brasileira tem em suas raizes, práticas integrativas e complementares de cuidados, sendo os chás, uma maneira de se prestar cuidado humanizado e holístico, pois é uma prática com mínimos efeitos colaterais e de baixo custo, podendo ser acessível para todas as camadas da sociedade, além de já está inserida em todo o ciclo vital das mulheres.
Título do Evento
I CONGRESSO REGIONAL DE ENFERMAGEM OBSTÉTRICA E NEONATAL
Cidade do Evento
Belém
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Regional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, Camila Cristina Girard; GONCALVES, DANIELLE FREIRE. USO DE CHÁS DURANTE A GESTAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES.. In: Anais do Congresso Regional de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Anais...Belém(PA) ICJ - UFPA, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/i-congresso-regional-de-enfermagem-obstetrica-e-neonatal-276973/603685-USO-DE-CHAS-DURANTE-A-GESTACAO-E-SUAS-IMPLICACOES. Acesso em: 02/05/2025

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