A IMPORTÂNCIA DA SACRALIDADE, ESPIRITUALIDADE E DOS FUNDAMENTOS DA CONCEPÇÃO DO SER HUMANO NAS NORMAS E LEGISLAÇÃO QUE NORTEIAM A BIOÉTICA.

Publicado em 05/02/2019 - ISBN: 978-85-5722-185-7

Título do Trabalho
A IMPORTÂNCIA DA SACRALIDADE, ESPIRITUALIDADE E DOS FUNDAMENTOS DA CONCEPÇÃO DO SER HUMANO NAS NORMAS E LEGISLAÇÃO QUE NORTEIAM A BIOÉTICA.
Autores
  • Sidiney Rodrigues
  • Ariane Andruchechen
Modalidade
PRORROGADO ENVIO DE RESUMOS ATÉ DIA 09/10
Área temática
Temas de Bioética, Humanização e Cuidados em Saúde
Data de Publicação
05/02/2019
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprteo/123811-a-importancia-da-sacralidade-espiritualidade-e-dos-fundamentos-da-concepcao-do-ser-humano-nas-normas-e-legislaca
ISBN
978-85-5722-185-7
Palavras-Chave
Bioética, Concepção Humana, Sacralidade, Espiritualidade.
Resumo
A Bioética é uma ciência que tem como base os fatores históricos e socioculturais, tendo na determinação do enfoque e sua metodologia, além de ter caráter interdisciplinar, é o “estudo sistemático das dimensões morais das ciências da vida e da saúde”, na visão de Junges (1999, p. 10), com o viés de prestar suporte aos novos desafios enfrentados pela ética médica tradicional. Abrange entre outros, o enfoque teológico por ser multidisciplinar tendo no qual inclui a sacralidade, espiritualidade e qualidade de vida humana. Destaca-se que com o avanço da ciência que a religião, tende a ser substituído pela explicação do fenômeno. Antes pela concepção sacral a vida pertencia e era propriedade somente de Deus e o ser humano era o seu administrador, mas para a sociedade moderna, esta argumentação não tem mais sentido, porém o conceito de que Deus é o único dono da vida é inegável. A pesquisa realizada teve como instrumento de pesquisa a revisão bibliográfica, e como objetivo geral, discorrer sobre a temática da Bioética, sacralidade, espiritualidade e concepção do ser humano a luz dos autores Vaz (1993) e Junges (1999) esclarecendo como a Bioética pode orientar e balizar as normas e diretrizes das temáticas a serem estudadas nas unidades de tratamento de saúde. Da revisão bibliográfica, destaca que a qualidade de vida, a sacralidade e espiritualidade são princípios não excludentes, mas sim complementares, para isto conforme Junges (1999, p. 115) “é necessário superar uma visão deturpada que opõe a onipotência de Deus e autonomia do ser humano”. Neste sentido a fé inserida na teologia contribui no conceito de que o ser humano é o filho de Deus e que, além disto, “a fé define-se como adesão a um absoluto pessoal que é Deus. Essa adesão engloba sempre algo mistério, porque Deus é sempre maior que a nossa limitação e supera a possibilidade da nossa apreensão” (JUNGES, 1999, p. 31). Para o enfermo no leito hospitalar ou domiciliar já fragilizado é importante à presença de um profissional da teologia para proporcionar conforto espiritual. Neste sentido a teologia nas discussões dentro da Bioética não tem o objetivo de impor ou sugerir legislações jurídicas ou regras morais de conduta entre outras, mas sim, a luz da defesa da vida, dos fragilizados e de todos os seres humanos, fomentar questões éticas para inserir nas normativas questões que as defendam respeitando a crença de cada ser humano. Para o enfermo é importante que seja disponibilizado o acesso às crenças religiosas seja no Evangelho da vida que tem sua base em Jesus Cristo, pois em vários versículos consta que através Dele se tem a vida ou em qualquer outra religiosidade. Por isto o ser humano tem a sua vida em suas mãos, portanto, Ele é o dono de si próprio, porém esta metáfora não é absoluta, pois a vida é desvelada com a ação de Deus como um dom, sendo Ele o autor e detentor pleno da vida, e considerado um mistério, a vida é sagrada e deve ser respeitada, mesmo que o individuo se sinta fragilizado deve ser defendida, por isto a necessidade da garantia da escolha e manifestação da religião de cada individuo. Na bioética o ser humano é visto dentro de uma estrutura no qual desenvolve várias percepções sendo a primeira através de simples toques da criança em seu corpo, da mesma forma se desenvolve a estrutura psíquica, sendo o psíquico a estrutura intermediária entre o espiritual e o corpo físico, o imaginário (eixo da percepção, da representação), afetividade (eixo do desejo, da pulsão). Já a estrutura espiritual abrange o espírito, pois o ser humano é um ser de significados; busca descobrir o sentido de todas as coisas. “O espírito é, segundo a terminologia clássica, uma perfeição simples: em si mesmo, atualidade infinita de ser. Por isso mesmo, é pelo espírito que o ser humano participa do Infinito ou tem indelevelmente gravada no seu ser a marca do Infinito” (VAZ, 1993, p. 202). As pessoas não são um conjunto abstrato de propriedades como consciência, autonomia, historicidade, responsabilidade, comunicação (dialogicidade) entre outras e devemos respeitá-las não por suas propriedades, mas sim por ser, ‘ser humano’, portanto, o ser humano é um ser que tem direito a sua dignidade humana. A dignidade de acordo com a antropologia personalista tem como base que o ser humano é uma pessoa, que apesar de ser aberto ao horizonte do espírito não se reduz à dimensão somática e psíquica. Na concepção do individuo segundo a cultura arcaica grega, de acordo com Vaz (1993), o individuo floresce com imagens de algumas linhas dominantes e na teológica é clara e irrefutável a distinção entre o mundo dos deuses e dos mortais, onde o individuo da mitologia em sua pretensão orgulhosa e desmedida quer se igualar aos deuses. Na concepção bíblica o ser humano se identifica em confronto à ideologia humana pela graça da salvação por Deus onde o individuo é carne e frágil sendo compensado pelo vigor da vitalidade; “é ‘espírito’ ou seja, manifestação superior da vida e do conhecimento, pela qual o individuo pode entrar em relação com Deus” (VAZ, 1993, p. 61). Na concepção moderna, sobre o individuo é vasta e por este motivo Vaz (1993), fixa suas reflexões no pensador Cardeal Nicolau de Cusa (1401-1464), os quais estão fundamentas a concepção renascentista do ser humano, no tocante a sua dignidade, e concepção universal. Como considerações finais, se esclarece que são importantes os enfoques teológicos, da sacralidade e espiritualidade, da concepção do ser humano, para os pacientes em cuidados paliativos e nesse sentido a Bioética pode balizar e orientar os grupos de estudos e comitês de éticas para que em cada unidade de atendimento hospitalar sejam previstas as condições mínimas para os itens elencados a todos os envolvidos, inclusive para equipe multidisciplinar de atendimento médico, nas diretrizes, normas e legislações, mesmo as que sejam emitidas pelo Ministério da Saúde, pois todos ‘equipe médica, pacientes e familiares’, são seres humanos e carecem de cuidados espirituais em todos os momentos de suas vidas.
Título do Evento
Congresso Humanitas | Teologia
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
I Congresso Humanitas: I Congresso Internacional do PPGT e XIII Congresso de Teologia PUCPR
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

RODRIGUES, Sidiney; ANDRUCHECHEN, Ariane. A IMPORTÂNCIA DA SACRALIDADE, ESPIRITUALIDADE E DOS FUNDAMENTOS DA CONCEPÇÃO DO SER HUMANO NAS NORMAS E LEGISLAÇÃO QUE NORTEIAM A BIOÉTICA... In: I Congresso Humanitas: I Congresso Internacional do PPGT e XIII Congresso de Teologia PUCPR. Anais...Curitiba(PR) PUCPR, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprteo/123811-A-IMPORTANCIA-DA-SACRALIDADE-ESPIRITUALIDADE-E-DOS-FUNDAMENTOS-DA-CONCEPCAO-DO-SER-HUMANO-NAS-NORMAS-E-LEGISLACA. Acesso em: 10/05/2025

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