A HERMENÊUTICA DA IDENTIDADE CRISTÃ NOS EVANGELHOS

Publicado em 05/02/2019 - ISBN: 978-85-5722-185-7

Título do Trabalho
A HERMENÊUTICA DA IDENTIDADE CRISTÃ NOS EVANGELHOS
Autores
  • Sileide France Turan Salvador
Modalidade
PRORROGADO ENVIO DE RESUMOS ATÉ DIA 09/10
Área temática
Temas Bíblico-Hermenêuticos
Data de Publicação
05/02/2019
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprteo/120574-a-hermeneutica-da-identidade-crista-nos-evangelhos
ISBN
978-85-5722-185-7
Palavras-Chave
Evangelhos. Proximidade. Responsabilidade.
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo apresentar o papel dos evangelhos na formação da identidade cristã na atualidade. A reflexão parte da compreensão de que a identificação com o Cristo crucificado é fundante para exprimir essa relação, pois a vinda do reino de Deus tanto liberta o mundo dos deuses como materializa a humanização de Deus. Para compreender essa humanização é mister o entendimento das narrativas sócio históricas que apresentam a Jesus Cristo distintamente, como em João que o apresenta como a encarnação e representação do Deus/Ágape. Evidenciadas nos evangelhos, essas tentativas por alcançar diferentes grupos, feitas pelos evangelistas, buscam identificar, Jesus Cristo com cada grupo/alvo. Pelas incertezas e por um cristianismo ritualista que não tem sentido, milhões de pessoas, especialmente os jovens, perderam a razão de viver e também, na incerteza pelo futuro estão, antagonicamente, os pobres do hemisfério sul em contraste com os ricos do hemisfério norte. Requer-se, pois uma nova consciência que enalteça os direitos humanos, sendo impossível dissociar a evangelização da promoção humana na única missão da Igreja, pois a história concreta do homem nos remete à Alteridade de um Deus que através de nós e nossas práticas se faz libertador. Como cristãos devemos buscar ferramentas para uma sociedade mais justa. Metodologicamente, o trabalho utiliza os próprios evangelhos para formular essa construção de identidade com a interpretação de alguns teólogos como Libanio, 2012 (sobre a centralidade da salvação), Unger et al, 1988 (nas formas como cada evangelista apresenta a Cristo) e Carson, 1997 (na construção do texto e forma do discurso), dentre outros. Para o entendimento dessa revelação, importa compreender as características que os evangelistas destacaram de Jesus Cristo, configurando um leque de diversidades. Dessa forma, o trabalho traz o evangelho de Mateus caracterizando-o como o evangelista que construiu seu texto para alcançar prioritariamente os judeus, pois seus escritos pressupunham que seus leitores fossem habilidosos conhecedores dos costumes e tradições judaicas. Apresentou a Jesus como um Rei, descendente direto de Davi, que veio para estabelecer o Seu reino, enfatizando Jesus como o Messias e escrevendo sobre Seus ensinos, Seu reino e Sua autoridade, buscando que a história judaica estivesse refletida na vida de Jesus Cristo. Já, Marcos parece ter priorizado um público não-judeu, pois excluiu temas de pouco significado para os gentios, como as genealogias. Sua preocupação última parece ter sido com a apresentação da obra de Jesus, Seus ensinos e Seus milagres, pois neles há evidências do amor e o cuidado de Jesus pela humanidade. Um traço relevante foi a representação de Jesus como um Servo. Esse é o evangelho mais curto dos quatro, sendo um relato que destaca mais as obras de Jesus que Suas palavras, destacando, especialmente, os milagres. Lucas deixou traços, em seu evangelho, de que o mesmo foi escrito para um público não-judeu, com a especificidade de ter buscado atingir, por sua linguagem, um grupo intelectualizado; isso comprovado por mostrar-se versado tanto na língua quanto na cultura grega. Nele, Jesus é apresentado como “o Filho do Homem” (Lucas 9: 10), enfatizando especialmente a Sua humanidade vivida em plenitude e perfeição. Lucas é um evangelho inclusivo, nele encontram-se relatos focalizando as mulheres e os pobres. O evangelho de João identifica Jesus como Deus, sua ênfase é a divindade de Cristo e sua pré-existência. É, muitas vezes, chamado de um evangelho autótico, ou seja, com uma visão única e própria. João descreveu Jesus como sendo “o Filho de Deus”, (João 20:31), ressaltando Sua divindade. O estudo discute a questão da a identidade cristã, a luz dos evangelhos, pois a mesma só pode ser compreendida como atitude de identificação com o Cristo crucificado e também comprova que não existe solução teológica suficiente para exprimir essa relação. Assim, esse Reino de Deus faz-se presente, mas aguarda a plena consumação. Trazendo verbos que expressam movimento: andar, subir, vir, caminhar, etc., o Jesus dos evangelhos aproxima-se da humanidade, é incansável, um peregrino em grandes viagens com finalidades de salvar; um missionário, com atributos de evangelizador. A memória da paixão de Cristo é subversiva e perigosa porque interpela o poder social e político dos ricos e dos detentores do poder. Para a atualidade, é mister compreender que a história de Jesus resgata, pelo Espírito, as inquietações e os desafios sociais e políticos. Destaca-se o papel formal do Espírito, que é o horizonte globalizante da história e sob a ação do Espírito, a história passa para a escatologia. Nesses movimentos, a essência de trabalhar para a transformação do mundo e promoção do homem pode não ser a construção do reino, mas a omissão de participar dessa estrutura pela colaboração com a mesma é ir contra o desígnio de Deus. Conclui-se que a verdadeira igreja não é simplesmente aquela unida pelos sacramentos como o estudo da palavra de Deus e o Memorial do corpo do Senhor; porém é aquela que atua e constrói o reino pela fraternidade para com os mais humildes. Há que se colocar juntas, na unidade da história, tanto a responsabilidade da história do cristianismo como a sua absoluta gratuidade. REFERÊNCIAS: LIBANIO, J.B. Linguagens sobre Jesus: linguagens narrativa e exegética moderna.v.2. São Paulo: Paulus, 2012, p.103-122. UNGER, Merrill F.; HARRISON, R. K.; FREDERIC H. V.; BARBER, C. The New Unger's Bible Dictionary. Chicago: Moody Press, Rev. and updated ed., 1988, p. 788. CARSON, D.A., et al. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997.
Título do Evento
Congresso Humanitas | Teologia
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
I Congresso Humanitas: I Congresso Internacional do PPGT e XIII Congresso de Teologia PUCPR
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SALVADOR, Sileide France Turan. A HERMENÊUTICA DA IDENTIDADE CRISTÃ NOS EVANGELHOS.. In: I Congresso Humanitas: I Congresso Internacional do PPGT e XIII Congresso de Teologia PUCPR. Anais...Curitiba(PR) PUCPR, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprteo/120574-A-HERMENEUTICA-DA-IDENTIDADE-CRISTA-NOS-EVANGELHOS. Acesso em: 16/05/2025

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