DISCUSSÕES ENTRE RIZOMA E PERSPECTIVISMO: ENCONTRO DE GILLES DELEUZE, FÉLIX GUATTARI E VIVEIROS DE CASTRO.

Iziquel Antonio Radvanskei; Sergio Luis do Nascimento

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Trabalho

Título do Trabalho

DISCUSSÕES ENTRE RIZOMA E PERSPECTIVISMO: ENCONTRO DE GILLES DELEUZE, FÉLIX GUATTARI E VIVEIROS DE CASTRO.

Autores

Iziquel Antonio Radvanskei
Sergio Luis do Nascimento

Modalidade

Prorrogado envio de Resumo até dia 09/10/2018

Área temática

Ontologia e Epistemologia

Data de Publicação

05/12/2018

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/125266-discussoes-entre-rizoma-e-perspectivismo--encontro-de-gilles-deleuze-felix-guattari-e-viveiros-de-castro

ISSN

2176-3968

Palavras-Chave

Perspectivismo, Rizoma,Eduardo Viveiros de Castro, Gilles Deleuze e Feliz Guattari, encontro

Resumo

Este trabalho discute o encontro inédito do Antropólogo brasileiro Eduardo Viveiro de Castro (2015) com os Arawete, povo ameríndio amazônico, em 1980 e também o conceito de Rizoma apresentado por Gilles Deleuze e Feliz Guatari com o objetivo de aprofundar a noção de encontro da antropologia com a filosofia. Viveiros de Castro foi o primeiro pesquisador que obteve permissão para iniciar sua interação com este povo tupi-guarani de caçadores e agricultores que habitam a região amazônica a centenas de anos. Ao longo do seu período investigativo e produtivo academicamente, o autor desenvolve o conceito de Perspectivismo ameríndio, que desvenda um traço peculiar dos povos originários brasileiros, onde lapida um novo elemento no entendimento dos povos indígenas sobretudo na cosmovisão destes nativos. O conceito desvenda uma relação com a natureza e a vida destes povos. Essa nova perspectiva e seu reconhecimento ampliam a visão da relação ocidental com a natureza e com todos os viventes. O reconhecimento das relações dos povos tradicionais amazônicos permite novas discussões no enfrentamento de grandes dilemas atuais: a crise ambiental, as migrações e o reconhecimentos de tantos seres invisibilizados pelas epistemologias reinantes na atualidade. O perspectivismo é um caminho de superação da divisão entre natureza e cultura. (DESCOLA, 2013). Os povos indígenas amazônicos e seu relacionamento com a natureza propõe o fim da cisão entre cultura e natureza e a possibilidade de um melhor reconhecimento destas mudanças severas que estão nas fronteiras do entendimento atual. O encontro do etnólogo brasileiro com os Araweté reconhece a ecologia de saberes (SANTOS e MENESES, 2010) e descortina possibilidades de reconhecimento de uma miríade de conhecimentos e cosmologias ainda relegadas pelas epistemologias dominantes. A discussão dos argumentos tem como fio condutor o conceito de Rizoma de Gillês Deleuze e Féliz Guatari (2000), expectando o não fechamento do conceito de encontro, mas prospectando a análise desta aproximação na perspectiva de mapa, ou no não trancamento de linhas que permitem inúmeros novos encontros. Os autores apresentam o rizoma como um mapa que permite múltiplas entradas, diferenciando de decalque que seria uma repetição do mesmo encontro sem ampliar possibilidades e não permitir linhas de fuga. O perspectivismo neste diálogo com o rizoma revela também as possibilidades de multiplicar o encontro do antropólogo, que se torna a antena, ou a multiplicação de possibilidades. A antropologia passa de olhar externo, para multiplicadora de possibilidades escondidas nas escolhas dos processos colonizadores do Sul. “Faça a linha e nunca o ponto” (DELEUZE e GUATTARI, 1995) essa fuga de uma conceituação final do encontro entre o cientista e a realidade, alicerça o trabalho na possibilidade da discussão do encontro continuado para outras realidades do mundo. Essa constatação não é um messianismo ou a criação de novos conceitos limitadores da interpretação, mas projeta a liberdade de descobrir antigos saberes sepultados pela colonização nas américas para uma categoria de discussão acadêmica, que até então são relegados. Quando Viveiros de Castro afirma que para conhecer o fim do mundo é preciso perguntar para aqueles que perderam o mundo quando os colonizadores chegaram nas suas terras, pode-se questionar: de fato ouvimos estes habitantes milenares, tão subjugados e calados ao longo do tempo da nossa ocupação nas suas terras? Esta é a proposta deste trabalho.

Título do Evento: Congresso Humanitas | Filosofia
Cidade do Evento: Curitiba
Título dos Anais do Evento: XVI Congresso de Filosofia Contemporânea da PUCPR: O Futuro das Humanidades
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

RADVANSKEI, Iziquel Antonio; NASCIMENTO, Sergio Luis do. DISCUSSÕES ENTRE RIZOMA E PERSPECTIVISMO: ENCONTRO DE GILLES DELEUZE, FÉLIX GUATTARI E VIVEIROS DE CASTRO... In: XVI CONGRESSO DE FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA DA PUCPR - O FUTURO DAS HUMANIDADES. Anais...Curitiba(PR) pucpr, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/125266-DISCUSSOES-ENTRE-RIZOMA-E-PERSPECTIVISMO--ENCONTRO-DE-GILLES-DELEUZE-FELIX-GUATTARI-E-VIVEIROS-DE-CASTRO. Acesso em: 26/06/2025