O FENÔMENO EXPRESSIVO EM MERLEAU-PONTY E NA ARTE DA PERFORMANCE.

Publicado em 05/12/2018 - ISSN: 2176-3968

Título do Trabalho
O FENÔMENO EXPRESSIVO EM MERLEAU-PONTY E NA ARTE DA PERFORMANCE.
Autores
  • Adrielle Druciak
Modalidade
Prorrogado envio de Resumo até dia 09/10/2018
Área temática
Ontologia e Epistemologia
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/124619-o-fenomeno-expressivo-em-merleau-ponty-e-na-arte-da-performance
ISSN
2176-3968
Palavras-Chave
Merleau-Ponty, Arte da Performance, Fenômeno Expressivo
Resumo
A presente pesquisa objetiva discutir acerca do fenômeno expressivo da Arte da Performance a partir dos pressupostos de uma teoria da expressão estética presente nos textos A Dúvida de Cézzane (1942), A Linguagem Indireta e as Vozes do Silêncio (1952) e O Olho e o Espírito (1961) de Maurice Merleau-Ponty. Na contemporaneidade, a interrogação acerca da natureza da arte, do papel social do artista, das idiossincrasias das linguagens artísticas, da relação entre as artes, e ainda, da banalidade das performances, da identidade da ação performativa, e dos limites, alcance e significação da Arte da Performance, evidenciam o horizonte no qual a atividade artística encontra-se fundada: o fenômeno expressivo. Numa perspectiva histórica, identifica-se nas diferentes linguagens artísticas, bem como, nas relações que estas estabelecem entre si, um constante movimento de busca pela expressividade por excelência. Essa questão encontra-se presente na discussão histórica acerca do paralelo entre as artes e suas especificidades. Tal discussão acontece, de maneira especial, no âmbito da pintura e da poesia, e é tratada já em Horácio, no século I a. C. e, posteriormente, por Leonardo Da Vinci (1452-1519), Gotthold Ephraim Lessing (1729-1781), Denis Diderot (1713-1784), Richard Wagner (1813-1883) e Clement Greenberg (1909-1994). Em contrapartida, a Arte da Performance, emerge na contemporaneidade evidenciando o cerne desta problemática, não se trata mais da discussão acerca da linguagem artística por excelência mas, do fenômeno expressivo que cada uma das linguagens evoca enquanto arte. Para Merleau-Ponty, o movimento expressivo realizado na atividade artística não é tradução do pensamento, nem mesmo, a concepção da arte precede sua execução. O filósofo compreende que a obra de arte, ao materializar o fenômeno expressivo, possibilita o despertar de experiências que se enraízam em outras consciências. Ao eleger a pintura de Cézanne como paradigma de sua filosofia, Merleau-Ponty evidência o estudo preciso e laborioso que o pintor realiza das aparências, visando reencontrar a solidez e materialidade do objeto na atmosfera. Para o filósofo, o pintor expressa em sua pintura o paradoxo da busca pela realidade, sem abandonar as sensações, como um retorno ao mundo primordial que ultrapassa as distinções entre sensação e pensamento, caos e ordem, sentidos e inteligência. Para Merleau-Ponty, enquanto visão e movimento, a pintura é capaz de realizar o quiasma, ou seja, o entrelaçamento do ser com o mundo que faz emergir a expressividade primordial. A Arte da Performance configura-se como linguagem híbrida, que aglutina diferentes linguagens artísticas, em vista de um retorno ritualístico à relação vida e arte, ou ainda, à expressividade primeira, a partir da centralidade do corpo e da ruptura com noções clássicas como: obra de arte, relação público-artista, relação artista-autoria, espacialidade da arte e outros. Neste sentido, o movimento pendular realizado pela Arte da Performance com o mundo da vida, de proximidade e distanciamento, torna-se por vezes, provocador e inquietante, haja visto sua capacidade em quebrar paradigmas e ultrapassar convenções sociais e moralidades. É na superação de problemas artísticos materiais e sociais, próprios das formas clássicas da arte, que a Arte da Performance reencontra no corpo a possibilidade da expressão. Neste sentido, aproxima-se da filosofia de Merleau-Ponty, para a qual a percepção do mundo é sempre inacabada, e portanto, sua expressão só é possível pelo fazer artístico que desperta e reinvoca em sua atividade toda a potência do fenômeno expressivo. Merleau-Ponty não trata especificamente sobre a Arte da Performance mas, considera que a pintura moderna questiona acerca do expressar primordial sob a perspectiva do entrelaçamento do ser e do mundo. Enquanto arte de ruptura e híbrida em linguagens, a Arte da Performance desponta no cenário contemporâneo como um questionamento da realidade e das relações estabelecidas entre o ser e o mundo. Diante disso, refletir as noções merleaupontyanas de corpo próprio, carne no mundo, potência criativa, linguagem, quiasma, corporeidade, intercorporeidade e expressividade, tendo a Arte da Performance como paradigma, configura-se como um retorno às questões centrais do fenômeno expressivo.
Título do Evento
Congresso Humanitas | Filosofia
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
XVI Congresso de Filosofia Contemporânea da PUCPR: O Futuro das Humanidades
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

DRUCIAK, Adrielle. O FENÔMENO EXPRESSIVO EM MERLEAU-PONTY E NA ARTE DA PERFORMANCE... In: XVI CONGRESSO DE FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA DA PUCPR - O FUTURO DAS HUMANIDADES. Anais...Curitiba(PR) pucpr, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/124619-O-FENOMENO-EXPRESSIVO-EM-MERLEAU-PONTY-E-NA-ARTE-DA-PERFORMANCE. Acesso em: 27/06/2025

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