O HISTÓRICO EM WILHELM DILTHEY NO PROJETO DA HERMENÊUTICA FENOMENOLÓGICA DE MARTIN HEIDEGGER

Publicado em 05/12/2018 - ISSN: 2176-3968

Título do Trabalho
O HISTÓRICO EM WILHELM DILTHEY NO PROJETO DA HERMENÊUTICA FENOMENOLÓGICA DE MARTIN HEIDEGGER
Autores
  • Flávia Neves Ferrreira
Modalidade
Prorrogado envio de Resumo até dia 09/10/2018
Área temática
Ontologia e Epistemologia
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/123188-o-historico-em-wilhelm-dilthey-no-projeto-da-hermeneutica-fenomenologica-de-martin-heidegger
ISSN
2176-3968
Palavras-Chave
Historicidade, Fenomenologia, Hermenêutica
Resumo
A temática da história e da temporalidade leva Heidegger a encontrar em Dilthey a possibilidade de se discutir algumas questões centrais que permeiam os anos iniciais da sua filosofia: as noções de visão de mundo e de vivência, a historicidade e a natureza hermenêutica, que abre a ele o projeto da hermenêutica fenomenológica. Wilhelm Dilthey desenvolveu uma epistemologia a fim de trazê-la como base para a compreensão histórica para as ciências humanas. O problema fundamental que caracteriza, basicamente, toda a filosofia diltheyneana é a construção de um método que possibilite as ciências do espírito um fundamento epistemológico propício para a interpretação da vida em sua expressão histórica. A ‘vida’ não é apreendida por Dilthey sob a base de uma abordagem biológica, mas refere-se a um fluxo das atividades e experiências que constituem o tecido partilhado e histórico do homem no mundo. O que ele busca é colocar em questão a vida em sua pura expressão a partir da realidade histórica. Trata-se de recuperar a consciência da historicidade da existência mesma, que foi segundo ele, desqualificada pelas ciências naturais. Esse intento exige regressar para as unidades significativas dispostas na ‘experiência vivida’ (Erlebnis) ou vivência, cuja experiência é pensada a partir do tempo, logo, como uma realidade inseparavelmente histórica. Assim, Heidegger encontra a partir da Erlebnis um modo não objetificante do conhecimento, o qual se concretiza no interior do existir. Desse modo, viven-ciar não significa algo que perpassa por mim como um objeto, mas é uma apropriação efetiva em meio ao acontecimento (Ereignis). Isso significa que algo me acontece, ao mesmo tempo, que se apropria de mim. Porém, o acontecimento e apropriação não estão separados do meu ‘eu’ que vivencia esta ocorrência, pelo contrário, participam mutuamente comigo. Para que o Ereignis não se mantenha somente no vivenciado ou naquele que vivencia, ele demanda um meio termo, que é justamente a própria vivência (Erlebnis). Nessa direção, Heidegger afirma que a tarefa autêntica da filosofia não deve reduzir a vida humana em determinações objetivas. É necessário, portanto, romper com um tipo de linguagem filosófica que fragmenta a realidade humana em unidades lógicas; é necessário desconfiar da estrutura conceitual da metafísica; é necessário usar conceitos capazes de alcançar o movimento original da vida humana, que não a reduza ao mundo das representações como a teoria do conhecimento. Esta crítica, que Heidegger esboça, abre o caminho para ele fundamentar uma fenomenologia compreendida em termos da ciência primordial da vida. O fenômeno da vida pertence a uma esfera radical distinta: a esfera originária do pré-teórico (Vortheoretisch). Compreender e interpretar as expressões da vida requer um método com regras e procedimentos específicos, atentos ao desenvolvimento cultural e as mudanças históricas: o método da hermenêutica. Por meio de uma abordagem hermenêutica do Verstehen, Dilthey espera fornecer um procedimento cientificamente verificável capaz de explicar as expressões da mente objetiva. Segundo ele, a abordagem hermenêutica, se bem-sucedida, tem a possibilidade de fornecer uma interpretação universalmente válida, que consiga dar conta dos problemas do relativismo que permeiam as ciências humanas. Nota-se, então, que foi Dilthey quem desempenhou um papel crucial ajudando Heidegger a perceber o significado da existência factual-histórica, ao mesmo tempo, que contribui para a fonte de sua ontologia fundamental do Dasein: experiência do Ser marcada pela temporalidade.
Título do Evento
Congresso Humanitas | Filosofia
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
XVI Congresso de Filosofia Contemporânea da PUCPR: O Futuro das Humanidades
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FERRREIRA, Flávia Neves. O HISTÓRICO EM WILHELM DILTHEY NO PROJETO DA HERMENÊUTICA FENOMENOLÓGICA DE MARTIN HEIDEGGER.. In: XVI CONGRESSO DE FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA DA PUCPR - O FUTURO DAS HUMANIDADES. Anais...Curitiba(PR) pucpr, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/123188-O-HISTORICO-EM-WILHELM-DILTHEY-NO-PROJETO-DA-HERMENEUTICA-FENOMENOLOGICA-DE-MARTIN-HEIDEGGER. Acesso em: 05/06/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes