POR UMA BIOPOLÍTICA POSITIVA OU PRODUTIVA EM MICHEL FOUCAULT

Publicado em 05/12/2018 - ISSN: 2176-3968

Título do Trabalho
POR UMA BIOPOLÍTICA POSITIVA OU PRODUTIVA EM MICHEL FOUCAULT
Autores
  • Lucilene Gutelvil
Modalidade
Prorrogado envio de Resumo até dia 09/10/2018
Área temática
Ética e Filosofia Política
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/122562-por-uma-biopolitica-positiva-ou-produtiva-em-michel-foucault
ISSN
2176-3968
Palavras-Chave
Biopolítica Positiva, Relações de Poder, Foucault.
Resumo
O presente trabalho objetiva apresentar a hipótese de uma biopolítica positiva ou produtiva em Michel Foucault, de modo particular, nos seus escritos da segunda metade do decênio de 1970, a saber, Em Defesa da Sociedade (1976); História da Sexualidade 1: A Vontade de Saber (1976); Segurança, Território, População (1978); e Nascimento da Biopolítica (1979). Por biopolitica positiva ou produtiva deve-se compreender que a vida - embora efeito de relações de poder - não está subjugada a ele. Pois os processos vitais podem afrontar o poder, caso ele pese sobre ela, mas pode também integrar-se aos seus mecanismos. Trata-se, dessa forma, de pensar a resistência no próprio campo das tensões de força. Ou melhor, a resistência como um quantum de força que pode barrar tentativas de dominação. Essa hipótese é levantada justamente pelo fato do filósofo abordar a biopolítica a partir dos mecanismos de poder, sublinhando a sua produtividade e seu entrelaçamento com o saber. Por que o poder é positivo? Justamente porque produz realidade, discursos e subjetividades, de maneira entrelaçada com o saber. Poder e saber se reforçam reciprocamente. Ao mesmo tempo que o poder produz saber, o saber reforça e (re) articula o poder. À medida que Foucault trabalha o poder de forma microfísica, apreendendo seu exercício na sociedade e afastando-se de uma concepção soberana do poder, ele, quiçá, apresente sendas onde a morte não seja a derradeira ação da política. Ao buscar caminhos de uma biopolítica positiva ou produtiva nas produções de Foucault, não temos a pretensão de trazer uma interpretação fechada sobre o seu pensamento, desqualificando quaisquer outras. Ao contrário, analisar seus escritos, captando as consequências que se podem extrair de suas reflexões acerca do poder e dos objetos da biopolítica (racismo de Estado, dispositivo de sexualidade, mecanismo de segurança e governamentalidade liberal) que são os correlatos dessas tensões de força. Trata-se de pensar possibilidades que vão além de interpretações negativas da biopolítica, a saber, como aquela que apenas sujeita e “deixa morrer”. No curso Segurança, Território, População temos um exemplo de como a vida e o poder podem se relacionar de modo intrínseco. Ou seja, os mecanismos de segurança não se impõe de fora à vida, mas regulam seus processos a partir de seu próprio interior. Foucault explicita a noção de “meio” como aquela através da qual o poder age. Se um governo quer mudar determinada realidade populacional (reduzir ou aumentar) ele o fará articulando e investindo no meio material onde ela reside ou atuando em um meio artificial criado. Neste sentido, o poder não investe manipulando a vida, mas adentrando e integrando seus processos vitais. As escolhas metodológicas de Foucault, ou melhor, a sua forma de abordar os objetos da biopolítica nos conduzem a uma biopolítica positiva. Pois, se o poder é produtivo e a biopolítica sendo efeito dessas relações de poder, só pode ser também positiva. Formulando de outra forma: a positividade da biopolítica seria uma consequência da abordagem do filósofo acerca da operatividade do poder. No que concerne a soberania, há que se compreender que Foucault trabalha o poder às suas expensas. Ele não está interessado em elaborar uma teoria do poder capaz de se contrapor a soberania. Mas tão somente mostrar a efetividade, a operacionalidade do poder e suas consequências. Palavras Chave: Biopolítica Positiva. Relações de Poder. Foucault. Apoio Financeiro: CAPES.
Título do Evento
Congresso Humanitas | Filosofia
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
XVI Congresso de Filosofia Contemporânea da PUCPR: O Futuro das Humanidades
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

GUTELVIL, Lucilene. POR UMA BIOPOLÍTICA POSITIVA OU PRODUTIVA EM MICHEL FOUCAULT.. In: XVI CONGRESSO DE FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA DA PUCPR - O FUTURO DAS HUMANIDADES. Anais...Curitiba(PR) pucpr, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/122562-POR-UMA-BIOPOLITICA-POSITIVA-OU-PRODUTIVA-EM-MICHEL-FOUCAULT. Acesso em: 08/05/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes