O USO DOS CONCEITOS DE ACÚSTICO E SONORO NOS TEXTOS DE FREUD

Publicado em 05/12/2018 - ISSN: 2176-3968

Título do Trabalho
O USO DOS CONCEITOS DE ACÚSTICO E SONORO NOS TEXTOS DE FREUD
Autores
  • Letícia Campos da Silva
Modalidade
Prorrogado envio de Resumo até dia 09/10/2018
Área temática
Filosofia da Psicanálise
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/121548-o-uso-dos-conceitos-de-acustico-e-sonoro-nos-textos-de-freud
ISSN
2176-3968
Palavras-Chave
Escuta, Realidade psiquica, distinção
Resumo
“O uso dos conceitos de acústico e sonoro nos textos de Freud” é a apresentação do que, até este momento, escrevemos de nossa dissertação sobre a forma como Freud utilizou-se destes dois conceitos que caracterizaram a sua escuta. Destacaremos, de início, que embora a psicanálise tenha surgido em 1896, no texto “A herança e a etiologia das neuroses”, Freud já estava acompanhando tratamentos e pacientes há pelo menos 10 anos e, neste tempo anterior a uma escuta psicanalítica ele escutava a partir das práticas de influência, sugestão e, hipnotismo. Na hipnose, as pacientes histéricas comunicavam recordações de acontecimentos traumáticos, porém, acordadas não tinham posse dessas lembranças e, consequentemente de nada se apropriavam do que do que foi dito. Certa vez, Emmy Von disse a Freud que não gostaria de ser tocada ou olhada e, muito menos que ele a dissesse algo, Emmy gostaria de ser escutada. Freud foi refinando a sua escuta e em 1913 escreveu os “Artigos sobre a técnica”, texto este em que abordou a escuta livre e desimpedida. Cabia ao paciente “falar livremente” (FONSECA, 2017 p. 148), e o analista devia escutar tanto os fenômenos ditos pelo paciente quanto os que estavam velados neste dizer. A palavra passou a ser o acesso para o desconhecido e para a singularidade. Apontaremos que, inicialmente, Freud não distinguia os conceitos de acústico e sonoro, portanto ambos por muitas vezes foram utilizados para uma mesma finalidade, como no texto “Estudos sobre a histeria” (1888/1996) em que diversas vezes Freud descreve uma série de sinais histéricos, no qual, não distinguia o tratamento dos estímulos externos e dos estímulos internos. Um exemplo é a “surdez histérica”, quando Freud (1888/1996) afirma que este tipo de surdez acomete o canal acústico, envolvendo este órgão do sentido. O que nossa pergunta lança é que se, de início, os textos de Freud não demarcavam claramente uma diferença entre os conceitos de acústico e sonoro, o que fez com que ele passasse a diferenciar esses termos? Por objetivo geral intencionamos explicitar o que caracteriza a distinção entre estes dois conceitos nos textos de Freud, visto que essa diferenciação tem consequências no decorrer da obra. Esta dissertação será composta por três capítulos que estarão direcionados pelos objetivos específicos nos quais verificaremos a extensão dos conceitos de acústico e sonoro dos anos 90 do século XIX até 1915, para demonstrar que antes da noção de realidade psíquica não havia distinção entre estes conceitos, então exploraremos o fato de que por Freud escutar estes dois conceitos de forma literal suas teorizações desembocaram na teoria da sedução, quando ao escutar sobre as fantasias de sedução, Freud considerou que a sedução de uma criança por parte de um adulto era um acontecimento. Na sequência, analisaremos a forma como Freud estabeleceu essa distinção a partir da transferência, ressaltando que a noção de realidade externa não é a realidade do psiquismo. Demonstraremos que, a partir disso, Freud escutava os conteúdos enunciados pelo paciente como realidade psíquica, assim o elemento acústico será destacado no aparelho psíquico (FREUD 1923/2011) como o ponto central do psiquismo, o receptor dos estímulos acústicos externos, sendo que o aparelho também escuta os estímulos internos. Freud (1923/2011) o nomeará o receptor de estímulos externos como “Hörkappe”, como um boné que ouve os estímulos. Finalmente, investigaremos quais as consequências da diferenciação desses termos na construção de outros conceitos da obra de Freud como a terminologia de análise terminável e interminável. A análise então é um processo que é em si terminável quando se refere a escuta do analista porém é interminável quando se refere a esta capacidade adquirida, que é, a do paciente escutar-se.
Título do Evento
Congresso Humanitas | Filosofia
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
XVI Congresso de Filosofia Contemporânea da PUCPR: O Futuro das Humanidades
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Letícia Campos da. O USO DOS CONCEITOS DE ACÚSTICO E SONORO NOS TEXTOS DE FREUD.. In: XVI CONGRESSO DE FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA DA PUCPR - O FUTURO DAS HUMANIDADES. Anais...Curitiba(PR) pucpr, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/121548-O-USO-DOS-CONCEITOS-DE-ACUSTICO-E-SONORO-NOS-TEXTOS-DE-FREUD. Acesso em: 18/07/2025

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