A “LIBERDADE DIALÉTICA” NA BIOLOGIA FILOSÓFICA DE HANS JONAS

Publicado em 05/12/2018 - ISSN: 2176-3968

Título do Trabalho
A “LIBERDADE DIALÉTICA” NA BIOLOGIA FILOSÓFICA DE HANS JONAS
Autores
  • Pedro Augusto Jaras Malta
Modalidade
Prorrogado envio de Resumo até dia 09/10/2018
Área temática
Ontologia e Epistemologia
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/119395-a-liberdade-dialetica-na-biologia-filosofica-de-hans-jonas
ISSN
2176-3968
Palavras-Chave
Ontologia; Liberdade; Vida.
Resumo
O conceito de liberdade na filosofia de Hans Jonas possui um papel central na fundamentação de sua biologia filosófica, pois, é um conceito capaz de nos orientar na tarefa de interpretar a vida em sua integralidade psicofísica. A biologia filosófica de Jonas, em The Phenomenon of life, publicado em 1966 – considerado uma de suas obras mais importantes – tem como objetivo a elaboração de uma nova tentativa de interpretação do fenômeno da vida, uma vez que ele considera que as interpretações anteriores, e ainda vigentes, sobre o fenômeno da vida estão incompletas e, até mesmo, equivocadas. Para Jonas, as interpretações tradicionais se revelaram insuficiente, por ter compreendido a vida de forma fragmentada, ou seja, separaram os elementos ontológicos (matéria e espírito) constitutivos do ser vivo. Dessa forma, a nova proposta ontológica feita por Jonas leva a interpretação da vida para um âmbito inédito, que pode superar a tradicional divisão feita pelo dualismo entre matéria e espirito, mente e corpo, homem e mundo etc. para a constituição de um monismo integral que reconheça a vida em sua complexidade e totalidade psicofísica. E, para isso, elabora um tipo novo de monismo, um monismo de “terceira via” que reconheça a vida, portanto, como uma unidade. Nesse sentido, a proposta de Jonas é de um monismo filosófico que admite a dualidade em sua unidade e que, ao mesmo tempo, recusa o dualismo. Ao indagar que a vida é constituída de matéria e de espírito, Jonas recupera a dimensão interior, e, consequentemente, o aspecto teleológico da vida na sua proposta de um monismo integral, sendo que o aspecto teleológico da vida em Jonas é justamente a sua liberdade. Por tais motivos, Jonas fomenta certamente uma “revolução ontológica” através de sua biologia filosófica, e, como consequência, ilumina o tema da vida ao elaborar uma tentativa de ultrapassar o dualismo filosófico mediante uma renovada interpretação do sentido do vivente. A fim de que a interpretação do fenômeno da vida seja efetivamente fundamentada, o autor utiliza-se de um conceito norteador, a saber, a liberdade. Portanto, é a partir desse problema da fundamentação teórica da biologia filosófica de Jonas que temos como objetivo, no presente trabalho, apresentar que o conceito de liberdade possui uma tarefa crucial dentro do seu projeto de um monismo integral. Pois, é no conceito de liberdade que possuímos um conceito-guia capaz de nos orientar na tarefa de interpretar a viva. A liberdade, antes limitada aos parâmetros da racionalidade é ampliada por Jonas e torna-se peça chave para interpretar mesmo as camadas mais elementares da vida, ou seja, para além da subjetividade humana. Jonas evidencia que a liberdade é exercida a partir da interioridade da vida, que no caso do ser humano se constitui como vontade de escolha entre a vida e a morte. Entretanto, o “ser livre” não é estritamente uma capacidade humana. Para o autor, de certo modo, o conceito encontra seu lugar na descrição da estrutura mais elementar da vida. A primeira forma de liberdade é o metabolismo. O metabolismo sendo a primeira forma de liberdade do organismo vivo, representa o processo mais primitivo e elementar da vida, passando pela uniformidade do mundo vegetal, pelas necessidades e capacidades como a percepção e sensação, desenvolvida pelo animal, e chegando às capacidades humanas, descritas por Jonas pelo poder de transformação e o uso de símbolos da ferramenta no âmbito do fazer. Ou seja, a liberdade encontra-se em todas as esferas do organismo vivo, e, desse modo, é uma condição ontológica do ser vivo, o que significa dizer que é uma peculiaridade estritamente daquilo que é vivo e não uma prerrogativa do ser humano. Contudo, encontramos na liberdade a sua contradição; a necessidade. Isto é, a liberdade do ser vivente torna-se algo necessário para a continuidade da vida. Ela é entendida como relação permanente e contínua de reciprocidade com a necessidade, e é por esse motivo que Jonas chama de “liberdade dialética”, por estar fundada em uma relação de contradição, desde organismos vivos mais elementares até o ser humano, entre autonomia e dependência e entre extinção e continuidade. Nessa perspectiva jonasiana é que apontamos o problema da liberdade, uma vez que entendemos que são nas contradições encontradas na forma de liberdade e de necessidade que servem de guia para sobrevivência tanto para o ser humano quanto paras as formas mais primitivas e elementares da vida. Porque é nessa relação dialética entre liberdade e necessidade, traços ontológicos fundamentais da vida em si, que o organismo vivo estabelece uma abertura da interioridade para o horizonte externo, a transcendência imanente, entendida, assim, como a condição de preservação da vida.
Título do Evento
Congresso Humanitas | Filosofia
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
XVI Congresso de Filosofia Contemporânea da PUCPR: O Futuro das Humanidades
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MALTA, Pedro Augusto Jaras. A “LIBERDADE DIALÉTICA” NA BIOLOGIA FILOSÓFICA DE HANS JONAS.. In: XVI CONGRESSO DE FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA DA PUCPR - O FUTURO DAS HUMANIDADES. Anais...Curitiba(PR) pucpr, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/119395-A-LIBERDADE-DIALETICA-NA-BIOLOGIA-FILOSOFICA-DE-HANS-JONAS. Acesso em: 13/06/2025

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