A FILOSOFIA NO BRASIL COLONIAL: UM OLHAR A PARTIR DA CONTRIBUIÇÃO DE TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA

Publicado em 05/12/2018 - ISSN: 2176-3968

Título do Trabalho
A FILOSOFIA NO BRASIL COLONIAL: UM OLHAR A PARTIR DA CONTRIBUIÇÃO DE TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
Autores
  • Larissa Fernandes Menegatti
  • Iracema Dimaria Evangelista Batista
Modalidade
Prorrogado envio de Resumo até dia 09/10/2018
Área temática
Ética e Filosofia Política
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/118278-a-filosofia-no-brasil-colonial--um-olhar-a-partir-da-contribuicao-de-tomas-antonio-gonzaga
ISSN
2176-3968
Palavras-Chave
Tomás Antônio Gonzaga. Período Colonial. Filosofia brasileira.
Resumo
Este trabalho apresenta uma análise singular sobre o pensamento filosófico de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1807), natural da cidade do Porto, Portugal, filho do brasileiro Dr. João Bernardo Gonzaga e da portuguesa D. Tomásia Isabel Clark. Salienta-se que a pesquisa foi executada a partir de uma revisão bibliográfica da literatura especializada, bem como de artigos científicos que versam sobre aspectos relacionados não somente a vida e obra de Gonzaga, como também a de outros filósofos brasileiros. Entre tais documentos consultou-se obras dos seguintes autores: Gomes (1977); Jaime (1997); Franco (2009); Oliveira (2016), bem como documentos públicos oficiais disponíveis no site oficial da Academia Brasileira de Letras (ABL). Em meio à produção literária de Gonzaga ganha destaque a poesia árcade, bem como a sua preocupação em trazer para o debate questões voltadas ao tema do direito natural. No que concerne à poesia árcade, trata-se de um movimento poético do neoclassicismo que difundiam os ideais do Iluminismo, eliminando os rebuscamentos da estética barroca. Esse estilo poético era contrário ao estilo de vida burguês e visava proteger a vida natural e bucólica no campo. Tomás Gonzaga escreveu suas poesias do mais requintado sabor clássico, que compuseram a obra intitulada Marília de Dirceu (ANO?). O tema do direito natural foi desenvolvido em sua tese de direito, documento que segundo Jorge Jaime (1997) se apoiava abundantemente nas Sagradas Escrituras, principalmente no segundo capítulo da obra. Tal tese divide-se em três partes, sendo a primeira sobre os princípios necessários para o direito natural e civil, a segunda parte trata dos que provêm da sociedade civil e cristã e por fim, na terceira parte, discorre sobre o direito da justiça e das leis. Para Gonzaga, o livre arbítrio das ações humanas – reflexão própria da teologia cristã – é um dado permanente para o princípio de direito natural. Ele o concebe como uma faculdade da alma, pela qual diante das circunstâncias apresentadas, fazemos nossas escolhas. Esse filósofo do Período Colonial, por sua importância no contexto brasileiro da época, ocupa a posição de patrono na 37ª cadeira da Academia Brasileira de Letras. Gonzaga frequentou a Universidade de Coimbra entre 1763 a 1768, e esta já não era a instituição conservadora que havia sido ao tempo de seu pai e de seu avô. Cabe aqui atentar-se ao fato de que o regime católico-feudal entrava em decomposição frente às ideias iluministas da Revolução Francesa, inseridas pelo então marquês de Pombal. Este chega a anular a concessão do ensino à Igreja, tirando-lhe até mesmo a possibilidade de qualificar os próprios mestres de Línguas clássicas, Retórica e Filosofia (GONÇALVES, 1999 in FRANCO, 2009). Inicialmente focado em desempenhar a docência, Gonzaga tornou-se habilidoso para a carreira de magistratura, a qual desenvolveu em terras brasileiras, a partir de 1778, em Minas Gerais. Em 1789 é acusado de participação na famosa Inconfidência Mineira e condenado ao exílio. Observou-se que Gonzaga desenvolveu sua reflexão, influenciado por um contexto histórico significativo que foi a passagem do período feudal para o pensamento iluminista. Seu pensamento apresenta-se como resistência e paradoxalmente também como ruptura de um processo histórico que marcou a produção filosófica no Período Colonial Brasileiro. Frente às provocações de Roberto Gomes, em sua obra Crítica da Razão Tupiniquim (1977), questionou-se a autenticidade do pensamento filosófico brasileiro e colocou-se em xeque a originalidade da própria produção filosófica de até então. Contudo, maturando a perspectiva sobre o tema, conclui-se que negar ou neutralizar a influência da filosofia estrangeira a fim de produzir um pensamento filosófico puramente brasileiro, é pretender desconectar-se de sua realidade histórico-cultural, marcada pela miscigenação de povos e etnias.
Título do Evento
Congresso Humanitas | Filosofia
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
XVI Congresso de Filosofia Contemporânea da PUCPR: O Futuro das Humanidades
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MENEGATTI, Larissa Fernandes; BATISTA, Iracema Dimaria Evangelista. A FILOSOFIA NO BRASIL COLONIAL: UM OLHAR A PARTIR DA CONTRIBUIÇÃO DE TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA.. In: XVI CONGRESSO DE FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA DA PUCPR - O FUTURO DAS HUMANIDADES. Anais...Curitiba(PR) pucpr, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/118278-A-FILOSOFIA-NO-BRASIL-COLONIAL--UM-OLHAR-A-PARTIR-DA-CONTRIBUICAO-DE-TOMAS-ANTONIO-GONZAGA. Acesso em: 05/05/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes