A VISÃO ANTIESSENCIALISTA DE WITTGENSTEIN: CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTÉTICA.

Publicado em 05/12/2018 - ISSN: 2176-3968

Título do Trabalho
A VISÃO ANTIESSENCIALISTA DE WITTGENSTEIN: CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTÉTICA.
Autores
  • Daniel Pala Abeche
Modalidade
Prorrogado envio de Resumo até dia 09/10/2018
Área temática
Ontologia e Epistemologia
Data de Publicação
05/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/111660-a-visao-antiessencialista-de-wittgenstein--consideracoes-sobre-estetica
ISSN
2176-3968
Palavras-Chave
Wittgenstein. Estética. Antiessencialismo.
Resumo
Para Wittgenstein a generalidade deve ser combatida. O filósofo atribui à generalidade, uma das principais dificuldades da investigação filosófica. Wittgenstein não se permitia aceitar este ou aquele sistema totalizante ou tal declaração de verdade como sendo a resposta. Nas Investigações Filosóficas, o vienense tece uma crítica à generalização vigente na tradição filosófica, crítica essa que atinge inclusive seu pensamento anterior. No Tractatus Logico Philosophicus, o filósofo buscava encontrar a essência da linguagem que anunciava a estrutura ontológica do mundo em uma relação isomórfica. Nas Investigações Filosóficas, Wittgenstein combate o essencialismo tão valorizado pela filosofia como imprescindível para atingir o verdadeiro conhecimento (sem conhecer a essência, não se conhece a verdade). Para o autor, “essa tendência é a verdadeira fonte da metafísica, e leva o filósofo à total obscuridade”. Wittgenstein, então, realiza uma crítica ao idealismo, em que a metafísica clássica considerava o conhecimento do mundo baseado na captação da essência imutável das coisas. O filósofo pontua que “há, naturalmente, um ver assim e um ver de outro modo” combatendo o pensamento monista vigente na tradição filosófica. Tal crítica ao essencialismo é encarnada nas considerações de Wittgenstein sobre a arte. Uma questão que intriga o filósofo é a busca incessante pela definição do belo, e assim, Wittgenstein constrói uma crítica à ontologia do belo, pautada pela história em uma tradição essencialista. Em passagem de 1940 presente em Cultura e Valor, Wittgenstein pondera: “Por vezes uma expressão tem que ser afastada da linguagem para limpeza, podendo, em seguida, voltar à circulação”. Nas Aulas e conversas sobre estética, psicologia e fé religiosa Wittgenstein aborda uma série de reflexões sobre a estética e as inicia considerando que o uso de um termo como belo é mais passível de ser mal entendido do que a maioria das outras palavras. O autor busca aqui aplicar sua metodologia basilar à sua maturidade intelectual: eliminar as confusões provenientes da linguagem. Diante deste pensamento relacionado à estética, assim como nas Investigações Filosóficas, Wittgenstein critica o nominalismo, elemento basilar aos estudos sobre a linguagem (concepção presente inclusive no Tractatus Logico Philosophicus) desde Crátilo , de Platão. Tal concepção é pautada na função designativa da linguagem, ou seja, apresenta caráter instrumentalista, secundário; a linguagem existe fundamentalmente para nomear objetos. É esta visão nominalista que Wittgenstein pretende combater ao apresentar trecho das Confissões de Agostinho no início das Investigações Filosóficas. Ao negar o nominalismo, Wittgenstein nos mostra que ao utilizarmos adjetivos estéticos como belo pouco ou nada dizemos além de interjeições. O filósofo atribui a estes termos maior relevância na forma em que são empregados, valorizando o jogo em que eles aparecem, e também relaciona o uso de determinadas palavras às determinadas épocas, atribuindo a estes o valor cultural vigente. Para Wittgenstein, o equívoco dos estudos estéticos centra também na investigação dos termos “belo” e “magnífico” sem analisar previamente como estas palavras se organizam na mente de cada indivíduo, pautando também a relevância maior no jogo em que aparece estes termos em detrimento às formas destes, o que contraria a visão predominante na Estética, cuja preocupação até então, era justamente levar adiante o projeto de uma ontologia do belo.
Título do Evento
Congresso Humanitas | Filosofia
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
XVI Congresso de Filosofia Contemporânea da PUCPR: O Futuro das Humanidades
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ABECHE, Daniel Pala. A VISÃO ANTIESSENCIALISTA DE WITTGENSTEIN: CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTÉTICA... In: XVI CONGRESSO DE FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA DA PUCPR - O FUTURO DAS HUMANIDADES. Anais...Curitiba(PR) pucpr, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprfilo/111660-A-VISAO-ANTIESSENCIALISTA-DE-WITTGENSTEIN--CONSIDERACOES-SOBRE-ESTETICA. Acesso em: 01/05/2025

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