"FIM DE SEMANA DO PARQUE" : CRIMINALIZAÇÃO DA JUVENTUDE POBRE, FALTA DE OPORTUNIDADES E UMA ANALOGIA À CANÇÃO DO GRUPO “RACIONAIS MCS”

Publicado em 19/12/2018 - ISBN: 978-85-5722-166-6

Título do Trabalho
"FIM DE SEMANA DO PARQUE" : CRIMINALIZAÇÃO DA JUVENTUDE POBRE, FALTA DE OPORTUNIDADES E UMA ANALOGIA À CANÇÃO DO GRUPO “RACIONAIS MCS”
Autores
  • Thiago Pereira Lima
Modalidade
Cronograma e Instruções de Apresentação
Área temática
GT4: Protagonismo Juvenil, Saúde Mental e Mediação de Conflitos
Data de Publicação
19/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprdh/121026-fim-de-semana-do-parque---criminalizacao-da-juventude-pobre-falta-de-oportunidades-e-uma-analogia-a-cancao-do-
ISBN
978-85-5722-166-6
Palavras-Chave
criminalização da juventude; crianças; jovens; ausência do poder público
Resumo
É notória nos dias atuais, a falta de oportunidades de educação, cultura e diversão no âmbito da infância e juventude pobres no Brasil. O Estado aparelha muito bem as regiões periféricas das cidades com a repressão policial, sentida na presença (quase bélica) das polícias ostensivas a rondar os guetos incessantemente, em busca de inimigos pre-determinados que ali habitam de forma aparentemente endêmica. Com essa presença policial massiva e o pré-conceito traduzido binômio pobre/criminoso, o que se vê é uma ligação diretamente proporcional à criminalização dessas crianças e jovens, abandonados pelo poder público e com pífias - quando não inexistentes - opções de lazer e cultura. Como o poder público só os atinge com a repressão policial, é sintomático que seus cotidianos e seus agires sejam criminalizados e reprimidos pelo braço armado e policialesco do Estado, vez a polícia é o que lhes resta e o que lhes cabe de serviço público. A canção do grupo nacional de rap Racionais MCs intitulada "Fim de Semana do Parque" ilustra de forma realista e crua o cotidiano das crianças e jovens nas periferias. Uma passagem categórica da canção consiga o seguinte: "Eles também gostariam de ter bicicletas; De ver seu pai fazendo cooper tipo atleta; Gostam de ir ao parque e se divertir; E que alguém os ensinasse a dirigir; Mas eles só querem paz e mesmo assim é um sonho; Fim de semana no Parque Santo Antônio”. As áreas periféricas restam encaradas pelo poder público como problemáticas e povoadas de criminosos apenas, independentemente de faixa etária. E como indesejáveis e inimigos, não têm necessidade de que lhes sejam garantidos direitos sociais basilares, e isso se torna especialmente danoso quando a carência de direitos já se inicia na infância. As periferias e seus habitantes representam verdadeiro indiferente estatal, que merece tão somente a repressão policial. Direitos fundamentais de toda sorte podem passar ao largo das pessoas em condição de pobreza, pois a elas se responde com a polícia e Direito Penal, e isso basta para manutenção da máquina pseudo-democrática. A Constituição Federal de 1988 prevê, no artigo 277, que "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão." No texto constitucional, não se excetuam o direito ao lazer e à cultura, às crianças e adolescentes de camadas sociais menos favorecidas economicamente, tampouco estão elas excluídas da salvaguarda contra a violência a discriminação. Como diz a canção, elas não devem brincar “do jeito que dá”, e sim ter seus direitos constitucionais respeitados de forma igualitária, para se desenvolverem de forma salutar e digna. A canção ainda ilustra cruamente - e com primazia - a situação da infância e juventude das camadas sociais menos favorecidas, que possuem parcas opções de lazer e cultura por parte do poder público; e na ausência do Estado, as drogas, a cooptação por poderes paralelos a miserabilidade substituem a carência de opções salutares: "Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo; Pra molecada frequentar, nenhum incentivo; O investimento no lazer é muito escasso; O centro comunitário é um fracasso; Mas aí, se quiser se destruir está no lugar certo; Tem bebida e cocaína sempre por perto; A cada esquina 100, 200 metros; Nem sempre é bom ser esperto."
Título do Evento
Congresso Humanitas | Direitos Humanos
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
III Congresso Internacional de Direitos Humanos e Políticas Públicas: Democracias, desigualdades e lutas sociais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

LIMA, Thiago Pereira. "FIM DE SEMANA DO PARQUE" : CRIMINALIZAÇÃO DA JUVENTUDE POBRE, FALTA DE OPORTUNIDADES E UMA ANALOGIA À CANÇÃO DO GRUPO “RACIONAIS MCS”.. In: III Congresso Internacional de Direitos Humanos e Políticas Públicas: Democracias, desigualdades e lutas sociais. Anais...Curitiba(PR) PUCPR, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprdh/121026-FIM-DE-SEMANA-DO-PARQUE---CRIMINALIZACAO-DA-JUVENTUDE-POBRE-FALTA-DE-OPORTUNIDADES-E-UMA-ANALOGIA-A-CANCAO-DO-. Acesso em: 04/05/2025

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