HANNAH ARENDT: LIBERDADE, POLÍTICA, AÇÃO E ÉTICA.

Publicado em 19/12/2018 - ISBN: 978-85-5722-166-6

Título do Trabalho
HANNAH ARENDT: LIBERDADE, POLÍTICA, AÇÃO E ÉTICA.
Autores
  • Valdir Borges
  • Sirley Terezinha Filipak
  • LUIZ ALBERTO DE ALCANTARA
  • Jose Miguel Candido
Modalidade
Cronograma e Instruções de Apresentação
Área temática
GT6- Direitos Humanos, Políticas Públicas e Migrações contemporâneas
Data de Publicação
19/12/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/humanitaspucprdh/118658-hannah-arendt--liberdade-politica-acao-e-etica
ISBN
978-85-5722-166-6
Palavras-Chave
Liberdade, Política, Hannah Arendt.
Resumo
III - CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS E POLÍTICAS PÚBLICAS DA PUCPR Tema: democracias, desigualdades e lutas sociais CONGRESSO HUMANITAS PUCPR: o futuro das humanidades de 29 de outubro a 01 de novembro de 2018 HANNAH ARENDT: LIBERDADE, POLÍTICA, AÇÃO E ÉTICA BORGES, Valdir FILIPAK, Sirley Terezinha ALCÂNTARA, Luiz Alberto de CÂNDIDO, José Miguel A liberdade é a condição fundamental para que se afrontem as desigualdades sociais, se impulsione as lutas sociais em favor da cidadania e da democracia. Sem a hermenêutica de liberdade, política, ação e ética, que nos proporciona Hannah Arendt será difícil impulsionar políticas públicas, que façam valer os Direitos Humanos e combatam a indiferença frente ao atual fluxo migratório mundial. Este, já denunciado por Zygmunt Bauman em sua obra, estranhos à nossa porta, de 2017. Devido a isso, partimos do conceito de liberdade no pensamento de Hannah Arendt, juntamente com a política, ética e ação, pois cremos ser de capital importância a hermenêutica da concepção de liberdade Arendtiana para afrontar nossos maiores problemas contemporâneos. Para a filósofa Hannah Arendt, o conceito de liberdade não segue exclusivamente as tendências da concepção negativa, na qual ser livre é estar ausente de impedimento para fazer algo e, tampouco, de forma exclusiva, a concepção positiva, em que o indivíduo possui total autonomia da vontade. A corrente negativa, dessa forma, identifica a liberdade como liberação, onde o indivíduo possa fazer parte de uma esfera na qual esteja seguro para fazer o bem lhe aprouver. Isso, de fato se faz necessário no pensamento de Arendt (2001, p. 194) quando afirma que “para ser livre, o homem deve ter-se libertado das necessidades da vida”, o que pressupõe a seguridade da integridade física e moral, mas não indica a existência da liberdade como tal, conforme expõe Mellegari (2012, p. 105). Somente depois de sermos libertados das necessidades da vida, seremos capazes da percepção das desigualdades sociopolíticas que nos atingem e que, por suposto, constituem-se numa problemática ética, seremos capacitados para as lutas sociais em favor da cidadania e da democracia. Neste momento da história em que o discurso de ódio está se proliferando ao redor do mundo devido às crises econômicas, migratórias, políticas, de democracias inconsistentes e do crescimento da tirania, faz-se necessário retomar o pensamento Arendtiano no que tange à liberdade, à política, à ação e à ética. Para Arendt a liberdade é compreendida como um fenômeno que só se opera na ação livre entre os indivíduos, isto é, na associação com os outros, que, juntos fundam um espaço onde ela possa manifestar-se. A liberdade encontra-se intrínseca à ação e ao âmbito público. É neste âmbito que devemos travar os embates e lutas sociais, em favor da democracia, do Direito e do combate a toda espécie de desigualdades entre os seres humanos, rompendo o com o ciclo da indiferença, seja ética ou política. Segundo a autora, para que haja liberdade se faz mister, que por ímpeto, os seres humanos explicitem sua ação e que esta atinja a outros que se fazem envoltos, de maneira que todos se insiram em mesmo contexto ou circunscrição, isto é, que não estejam “[...] privados de ver e ouvir os outros e privados de ser vistos”, (ARENDT, 1993, p.68), o que apresenta elementos do que vem a ser a pluralidade. É no respeito à pluralidade que encontramos a força para as grandes lutas sociais contra qualquer tipo de desigualdade e na construção de democracias consistentes que afrontem o crescimento da tirania na solução dos problemas mais candentes, que envolvem a humanidade como um todo. Neste meio coletivo, político, é que cabe a noção de liberdade de Hannah Arendt. Esse ponto de vista também é cabível para demonstrar que a pensadora alemã, também, não se alia totalmente à concepção positiva de liberdade, na qual se pressupõe total independência e autonomia do indivíduo, podendo este atuar como senhor de si e agir conforme sua vontade interior. Dado que, para Arendt a liberdade é um fenômeno que deriva da ação humana em um meio coletivo (político), e que “a raison d’être da política é a liberdade e seu domínio, a ação” (ARENDT, 2001, p. 197), o que nos leva a inferir que política, liberdade e cidadania são concepções de igual natureza. É na inserção do espaço público, que se encontra a ação pública, política e, nesta, o ato ético do cidadão como tal, no espaço da pluralidade. Nesse sentido, a “liberdade” interpretada em uma esfera subjetiva seguindo os ditames da vontade interior é, em certa medida, apolítica, considerando que, não se manifesta como tal em um ambiente de entes livres, não se torna possível a sua emergência. Logo, a liberdade, enquanto habitada na relação do eu comigo mesmo não tem nenhuma relevância para com a esfera do convívio, pois, “ao contrário do juízo do intelecto que precede a ação e do império da vontade que a inicia, o princípio inspirador torna-se plenamente manifesto somente no ato realizador”. (ARENDT, 2001, p. 199). Assim, a liberdade só vem a existir havendo, também, a ação. E, na ação a ética, deixa-se transparecer. A ação pode ser considerada como o procedimento tomado por uma individualidade, pautada em sua leitura de mundo, que torna público aquilo que antes fora de caráter singular. Em Arendt, essa leitura também pode ser realizada acerca da liberdade, considerando que para a pensadora (2001) “Os homens são livres, diferentemente de possuírem o dom da liberdade, enquanto agem, nem antes, nem depois; pois ser livre e agir são uma e mesma coisa. É na ação que encontramos o ato ético, que é capaz de dissipar todo tipo de indiferença, relativa aos Direitos Humanos, ao fluxo migratório e às mais diversas problemáticas sociopolíticas da humanidade. Palavras-Chave: Liberdade. Política. Hannah Arendt. Correios eletrônicos: valdirb@hotmail.com; sirley.filipak@pucpr.br; luizalabertodealcantara@gmail.com; josemiguelcandido@yahoo.com.br
Título do Evento
Congresso Humanitas | Direitos Humanos
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
III Congresso Internacional de Direitos Humanos e Políticas Públicas: Democracias, desigualdades e lutas sociais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BORGES, Valdir et al.. HANNAH ARENDT: LIBERDADE, POLÍTICA, AÇÃO E ÉTICA... In: III Congresso Internacional de Direitos Humanos e Políticas Públicas: Democracias, desigualdades e lutas sociais. Anais...Curitiba(PR) PUCPR, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/humanitaspucprdh/118658-HANNAH-ARENDT--LIBERDADE-POLITICA-ACAO-E-ETICA. Acesso em: 16/05/2025

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