A PONTE PARA O PICHO - RESISTÊNCIA À ESPETACULARIZAÇÃO URBANA

Publicado em 16/01/2018 - ISSN: 2359-0734

Título do Trabalho
A PONTE PARA O PICHO - RESISTÊNCIA À ESPETACULARIZAÇÃO URBANA
Autores
  • Marcelo Perini Peralta Cunha
Modalidade
Artigo
Área temática
Viver a cidade • O ambiente urbano • Mobilidade urbana • Acessibilidade • Informalidade • Maneiras de morar • Pertencimento • Participação
Data de Publicação
16/01/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/habitar/69886-a-ponte-para-o-picho---resistencia-a-espetacularizacao-urbana
ISSN
2359-0734
Palavras-Chave
cidade, picho, intervenção
Resumo
O presente artigo apresenta uma reflexão sobre a construção da ponte Octávio Frias de Oliveira e a polêmica em torno das pichações que ela tem sofrido desde 2016. Na primeira parte é dada atenção ao contexto que leva a sua construção, desde a megalopolização de São Paulo, que gera um padrão de urbanização de profundas desigualdades sociais, violência e poluição, que culminam no nascimento de novas estratégias de controle social e segregação, como a construção de enclaves fortificados e a privatização da segurança. Aliado a globalização e a mercantilização das zonas urbanas, a cidade se torna uma mercadoria a ser vendida, o que requer uma adequada política de image-making baseada na produção de locais de sucesso capazes de atrair o capital internacional. Assim, os interesses da iniciativa privada e do poder público se aliam na construção de novas centralidades espetacularizadas que sirvam como a face global da cidade, onde o espaço público segregado e pacificado busca esconder a face negativa da megalópole, seus problemas sociais. Na segunda parte são analisadas as pichações da ponte, principal cartão postal dessa nova paisagem de controle e poder, dando atenção a essas intervenções que são capazes de desmanchar essa imagem pacificada consensual de cidade global subvertendo seu significado e expondo as desigualdades e o conflito que existe na coexistência dessas diferentes cidades dentro da cidade, a legal e a real (informal ou ilegal). Os pichadores, ao circularem livremente pela cidade, ignoram mecanismos de segregação e controle social, dão outro uso a esses locais que não pensado pelo planejamento estratégico e transformam espaços cenográficos em locais de lazer, desestabilizando a imagem consensual de cidade global. Praticam um ato poético de dimensão transgressora, em uma intencionalidade de demarcação de territórios, de apropriação do espaço, reivindicando direitos sobre o mesmo ao imprimir nele suas marcas. Pichada, a ponte passa a representar o dissenso e a disputa de classes sociais distintas por espaços de significação no meio urbano. Ao subverter a ponte, esse símbolo da face global dessa megalópole, interrompem o que Adriana Fix (2009) chamou de a “celebração permanente que silencia aqueles que foram derrotados”.
Título do Evento
FÓRUM HABITAR 2017
Cidade do Evento
Belo Horizonte
Título dos Anais do Evento
Anais do Fórum Habitar
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CUNHA, Marcelo Perini Peralta. A PONTE PARA O PICHO - RESISTÊNCIA À ESPETACULARIZAÇÃO URBANA.. In: Anais do Fórum Habitar. Anais...Belo Horizonte(MG) UFMG, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/habitar/69886-A-PONTE-PARA-O-PICHO---RESISTENCIA-A-ESPETACULARIZACAO-URBANA. Acesso em: 10/05/2025

Trabalho

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