CULTURA DOS QUINTAIS PRODUTIVOS E FEIRA AGROECOLÓGICA: CONHECIMENTOS TRADICIONAIS, ANCESTRALIDADE E EXPERIÊNCIAS DAS MULHERES RURAIS DE SEABRA, CHAPADA DIAMANTINA (BA)

Sandreia Santana; Ana Carolina Delfino Regis; José Raimundo Lima

Título do Trabalho

Autores

Sandreia Santana
Ana Carolina Delfino Regis
José Raimundo Lima

Modalidade

Resumo Expandido - Relatos de experiências

Área temática

Tecnologia Social, Economia Solidária e Educação: desafios e perspectivas no nordeste

Data de Publicação

24/07/2025

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/etsnordeste/1151512-cultura-dos-quintais-produtivos-e-feira-agroecologica--conhecimentos-tradicionais-ancestralidade-e-experiencias

ISBN

978-65-272-1552-3

Palavras-Chave

Agroecologia, Quintais Produtivos, Feiras Agroecológicas.

Resumo

Pensando na agroecologia, enquanto prática de produção sustentável, a educação através da escola do campo pode contribuir para que espaços de interação social e cultural como as feiras agroecológicas, desenvolvam os conhecimentos sobre a agroecologia nas comunidades rurais, através dos quintais produtivos, como tecnologias sociais que representam um valor sociohitórico relevante. Assim, esta pesquisa realiza o mapeamento participativo de quintais agroecológicos liderados por mulheres em comunidades rurais de Seabra, Chapada Diamantina- BA, a partir do trabalho desenvolvido nas oficinas do Programa Educa Mais Bahia, no Colégio Estadual do Campo Filinto Justiniano Bastos. Diante da problematização que nos rodeia, quanto as práticas agroecológicas de maneira tradicional, ancestral, baseadas nas experiências que formam uma tecnologia apropriada socialmente, temos como objetivo principal de pesquisa realizar o mapeamento participativo das comunidades rurais de Seabra, possibilitando a criação de um banco de dados, bem como outros instrumentos, sobre a situação da produção agroecológica do município. Assim, trazemos como eixos da pesquisa-ação, específicos para do debate: i) o fortalecimento da produção agrícola dos quintais liderados por mulheres rurais através das oficinas do Educa Mais Bahia; ii) incentivo e fortalecimento dos espaços de comercialização e escoamento da produção das mulheres rurais abrangidas pela proposta; iii) fomentar na escola a agroecologia como prática de produção sustentável incentivando a transição agroecológica no município e; iv) produzir um mapa interativo com a produção agroecológica do município de Seabra. Quantos aos aspectos metodológicos, esta pesquisa tem sustentação teórica nas discussões das referência e disciplinas do Programa de Pós-Graduação em Rede de Ciências Ambientais (PROFICIAMB), da Associada Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Bahia. Partimos de uma abordagem qualitativa, inicialmente, de caráter descritivo, realizada através de leituras sobre mapeamento participativo e organicidade do processo, tendo como base a Feira Agroecológica da Chapada Diamantina, a partir das comunidades envolvidas pelo Colégio Estadual do Campo Filinto Justiniano Bastos de Seabra -Ba. Estamos, desde o início da pesquisa, em processo de mobilização na escola e nas comunidades rurais, em investigação de campo, utilizando como instrumentos entrevista semi estruturada a fim de obter informações sobre a produção de alimentos, extrativismo, sistemas de beneficiamento, sementes crioulas, Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), plantas medicinais, além de dados sociodemográficos quanto à estrutura de produção, bem como elementos de composição desta estrutura, tais como casas de farinha, cozinhas comunitárias, hortas comunitárias, casa de sementes e outros. Como resultados parciais, estamos nos apropriando do diagnóstico sobre a situação do município quanto a produção de alimentos em relação aos métodos de produção e distribuição, bem como compreendendo o universo de consumidores conscientes e solidários, parceiros. A fase de compreensão da estrutura produtiva já nos indica uma necessidade de visitas aos quintais produtivos e as roças, a fim de avaliar os métodos de produção predominante, o que inferimos que grande maioria dos produtores envolvidos na feira fazem uso dos conhecimentos e saberes ancestrais, experiências passadas de pai para filhos, são manifestações evidentes que vimos observando no espaço da feira. Ressaltamos, entretanto, que a pesquisa está em andamento e ainda serão realizadas oficinas de capacitação para as comunidades, a partir das demandas apresentadas pelos comunitários e pelos estudantes, como confecção de boletins de campo, numa linguagem adequada que possa ser utilizada como instrumento de socialização de boas práticas de produção. A guisa de conclusão, percebemos que esse projeto (pesquisa em andamento) já contribui na organização da feira semanal e com isso vem, de alguma forma, fortalecendo a Feira Agroecológica da Chapada Diamantina a qual enfrenta dificuldades e limitações em relação ao pequeno quantitativo de agricultores, cuja situação nos remete a pensar que se trata de uma consequência da falta de incentivo, rotinas, motivações provindas de poder público ou de parcerias necessárias, cujas faltas rebatem, consequentemente, em uma pequena variedade de produtos para exposição(venda).Ainda assim, observamos e vislumbramos contribuir no currículo escolar do Colégio Estadual do Campo Filinto Justiniano Bastos, haja vista a modalidade (ensino do campo) é recente, em especial nos itinerários formativos da agroecologia, manejo de Agroecossistemas e Soberania Alimentar, e meio ambiente. Esperamos que durante, ou ao fazermos o levantamento da produção agroecológica do município, o qual não dispões de registros sobre esses temas, mostraremos claramente, conforme indica a literatura inerente, que os quintais produtivos são de fato tecnologias sociais e promovem segurança alimentar e soberania alimentar, melhorando a qualidade de vida das famílias e comunidades envolvidas na proposta. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. Institui o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SISAN e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 set. 2006. Seção 1, p. 2 GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA. Caderno Orientador do Educa Mais Bahia. [S.l.: s.n.], ano. GONÇALVES, C. Introdução. In: Cezar Neubert Gonçalves; Cristiane Freitas de Azevedo-Gonçalves. (Org.). Aspectos botânicos e Ecológicos em Comunidades da Chapada Diamantina. 01ed.Saarbrüken: Novas Editoras Acadêmicas, 2016. REGIS et al. Feira Agroecológica da Chapada Diamantina: desafios e Perspectivas de uma construção coletiva. Programa de Pós Graduação em Segurança Alimentar e Agroecologia, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, 2023 MATTA, P. M. da. O garimpo na Chapada Diamantina e seus impactos ambientais: uma visão histórica e suas perspectivas futuras. Dissertação de Mestrado da Universidade Federal da Bahia– UFBA. Programa de Pós graduação em Engenharia Ambiental Urbana da Escola Politécnica da UFBA Salvador, 2006. MOLINA, M. C.; NADAL, P. Entrevista com Mônica Molina, especialista em educação do campo. Nova Escola, São Paulo, ed. 258, dez. 2012 VIEIRA, P. S. Quintais produtivos agroecológicos como garantia do bem viver e soberania alimentar: A experiência de Bocaina Piatã-Bahia. Programa de Pós-Graduação em Educação do Campo, Departamento de Educação – Campus XII, Universidade do Estado da Bahia, 2023

Título do Evento: I Encontro de Tecnologia Social do Nordeste
Cidade do Evento: Maceió
Título dos Anais do Evento: Anais do I Encontro de Tecnologia Social do Nordeste
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

SANTANA, Sandreia; REGIS, Ana Carolina Delfino; LIMA, José Raimundo. CULTURA DOS QUINTAIS PRODUTIVOS E FEIRA AGROECOLÓGICA: CONHECIMENTOS TRADICIONAIS, ANCESTRALIDADE E EXPERIÊNCIAS DAS MULHERES RURAIS DE SEABRA, CHAPADA DIAMANTINA (BA).. In: Anais do I Encontro de Tecnologia Social do Nordeste. Anais...Maceió(AL) UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/ETSNordeste/1151512-CULTURA-DOS-QUINTAIS-PRODUTIVOS-E-FEIRA-AGROECOLOGICA--CONHECIMENTOS-TRADICIONAIS-ANCESTRALIDADE-E-EXPERIENCIAS. Acesso em: 09/08/2025