OUTRAS ECONOMIAS, OUTRAS VOZES: EXPERIÊNCIAS FEMININAS NA INCUBADORA DE ECONOMIA POPULAR E SOLIDÁRIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

Publicado em 24/07/2025 - ISBN: 978-65-272-1552-3

Título do Trabalho
OUTRAS ECONOMIAS, OUTRAS VOZES: EXPERIÊNCIAS FEMININAS NA INCUBADORA DE ECONOMIA POPULAR E SOLIDÁRIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Autores
  • Adrielly Morais
Modalidade
Resumo Expandido - Relatos de experiências
Área temática
Tecnologia Social, Economia Solidária e Educação: desafios e perspectivas no nordeste
Data de Publicação
24/07/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/etsnordeste/1141991-outras-economias-outras-vozes--experiencias-femininas-na-incubadora-de-economia-popular-e-solidaria-da-universi
ISBN
978-65-272-1552-3
Palavras-Chave
trabalho coletivo, economia solidária, autogestão, trabalho feminino
Resumo
Este estudo objetiva compreender as vivências de mulheres que participam da gestão coletiva de uma cantina ligada à Economia Popular e Solidária (EPS), com ênfase nos processos de autogestão e emancipação por meio das relações de trabalho. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, metodologicamente, foi conduzida por meio da observação e do diálogo com as integrantes de uma cantina que integra o projeto Cantinas Solidárias, atividade desenvolvida pela Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária da Universidade Estadual de Feira de Santana (IEPS/UEFS), projeto de extensão que compõe um cenário de reestruturação das relações sociais e de trabalho a partir de uma outra lógica econômica (IEPS, 2022). Nesse sentido, observa-se o primeiro contato das participantes com a autogestão, que, na economia solidária, promove a cooperação e a solidariedade, em vez de priorizar o lucro e a competitividade típicos do capitalismo. A autogestão é um modelo organizacional fundamentado na gestão coletiva e democrática, em que todos os membros participam das decisões e compartilham responsabilidades. Na economia solidária, a autogestão é fundamental para garantir que os trabalhadores assumam o controle dos meios de produção e participem das decisões estratégicas, fortalecendo a cooperação e os vínculos solidários entre os membros do grupo (Silva, 2023). Segundo Paul Singer, a economia solidária oferece uma alternativa ao modelo dominante, permitindo que os trabalhadores se tornem protagonistas de suas próprias histórias (Singer, 2009). Para as mulheres envolvidas no projeto, esse modo de organização coletiva, onde todas têm voz nas decisões, fortaleceu sua emancipação e valorização dos saberes, sendo capaz de transformar as relações de poder. Além do fator econômico, as histórias contadas pelas mulheres revelam mudanças subjetivas significativas, como o aumento da autoconfiança, a valorização de si mesmas como profissionais e uma maior sensação de inclusão social. Muitas relataram que, antes de se envolverem com o trabalho na cantina, enfrentavam dificuldades para acessar empregos formais e se sentiam marginalizadas nos espaços de decisão. O envolvimento no projeto Cantinas tornou-se uma forma concreta de afirmar sua autonomia e de resistir às desigualdades de gênero, raça e classe. Por meio da observação não participante e do registro em caderno de campo, buscou-se aprofundar as respostas, captando sentimentos e experiências frequentemente negligenciadas, especialmente no contexto das relações de trabalho e das formas de organização impostas pelo capitalismo. A observação não participante é uma técnica de pesquisa qualitativa em que o pesquisador acompanha um grupo ou fenômeno sem interagir ou se envolver diretamente nas atividades. No contexto de estudos com mulheres, essa abordagem permite analisar de forma objetiva as dinâmicas e interações do grupo feminino, sem interferir nas experiências e comportamentos observados, garantindo imparcialidade e preservando o contexto natural. Esse processo possibilita, ainda, a compreensão das tecnologias sociais utilizadas e das experiências vivenciadas pelas mulheres, enriquecendo o objetivo central do estudo. Para a realidade analisada, verifica-se que essas iniciativas favorecem a construção de modelos de organização do trabalho mais justos e inclusivos, nos quais os saberes e vivências femininas são reconhecidos e valorizados. A experiência em trabalhos coletivos, como as cantinas solidárias, demonstra que a economia solidária pode fortalecer laços de cooperação, cuidado e emancipação, abrindo caminhos para relações sociais mais igualitárias. A partir desse estudo, conclui-se que iniciativas baseadas na autogestão e nos princípios da economia solidária têm um potencial transformador, especialmente quando voltadas para mulheres em contextos de vulnerabilidade. O projeto Cantinas não é apenas um espaço de trabalho, mas um território de formação social e política, onde novas relações sociais são construídas, e onde a solidariedade, a cooperação e o protagonismo feminino figuram como elementos centrais, essas práticas desafiam as estruturas tradicionais do trabalho e criam alternativas ao modelo capitalista excludente. REFERÊNCIAS IEPS, Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária. Disponível em: http://incubadorauefs.blogspot.com/p/cantina.html. Acesso em: 04 março 2025. MERRIAM, Sharan B. Qualitative Research: A Guide to Design and Implementation. San Francisco: Jossey-Bass, 2009. SILVA, Lauro Sérgio Rodrigues da. Gestão Social e Economia Solidária em Território Quilombola: Uma Abordagem Metodológica para Autogestão. Anais do 2° Encontro Paraense de Pesquisadores do Cooperativismo e no 3° Seminário de Cooperativismo e Extensão Rural da Amazônia Paraense. Castanhal: IFPA – Campus Castanhal, 2023. SINGER, Paul. Economia Solidária: O que é, o que não é, e por que é importante. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2009.
Título do Evento
I Encontro de Tecnologia Social do Nordeste
Cidade do Evento
Maceió
Título dos Anais do Evento
Anais do I Encontro de Tecnologia Social do Nordeste
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MORAIS, Adrielly. OUTRAS ECONOMIAS, OUTRAS VOZES: EXPERIÊNCIAS FEMININAS NA INCUBADORA DE ECONOMIA POPULAR E SOLIDÁRIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA.. In: Anais do I Encontro de Tecnologia Social do Nordeste. Anais...Maceió(AL) UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/ETSNordeste/1141991-OUTRAS-ECONOMIAS-OUTRAS-VOZES--EXPERIENCIAS-FEMININAS-NA-INCUBADORA-DE-ECONOMIA-POPULAR-E-SOLIDARIA-DA-UNIVERSI. Acesso em: 03/08/2025

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