ALBERT CAMUS E OS (NÃO)SENTIDOS DA HISTÓRIA: ENTRE PERSPECTIVAÇÃO TEÓRICA, CRÍTICA IDEOLÓGICA E ELABORAÇÃO ÉTICO-POLÍTICA.

Publicado em 29/12/2023 - ISBN: 978-65-272-0180-9

Título do Trabalho
ALBERT CAMUS E OS (NÃO)SENTIDOS DA HISTÓRIA: ENTRE PERSPECTIVAÇÃO TEÓRICA, CRÍTICA IDEOLÓGICA E ELABORAÇÃO ÉTICO-POLÍTICA.
Autores
  • CRISTIAN BIANCHINI DE ATHAYDE
Modalidade
Resumo
Área temática
1.Teorias da história
Data de Publicação
29/12/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/epeth2023/661981-albert-camus-e-os-(nao)sentidos-da-historia--entre-perspectivacao-teorica-critica-ideologica-e-elaboracao-etico-
ISBN
978-65-272-0180-9
Palavras-Chave
Albert Camus, temporalidade, conceito de história, absurdo, revolta
Resumo
Seguramente Albert Camus (1913-1960) foi um dos intelectuais mais influentes de sua geração e um dos mais relevantes do século passado. Escritor, filósofo, artista, dramaturgo e jornalista, representou a potência de um pensamento que se sabia atravessado, constituído e tensionado por sua época, refletindo sobre temas caros à condição humana e às (im)possibilidades de nossas ações, sobretudo em face a contextos de cerceamento e restrição de nossas liberdades. No conjunto de suas preocupações a história ocupou uma importante posição, e apesar do autor não haver realizado uma reflexão sistemática sobre o tema, podemos localizá-lo ao longo de toda a sua obra e extrair os conteúdos teórico, ontológico, estético e ético-político de seus enunciados tanto a partir de seus ensaios filosóficos, quanto de suas obras ficcionais. Concentrando-me em trechos estratégicos de textos que compreendem o período entre 1937 e 1952, são eles as ficções literárias O Avesso e o Direito (contos, 1937), Núpcias (contos, 1939), O Estrangeiro (romance, 1942) e A Peste (romance, 1947), bem como os ensaios filosóficos O Mito de Sísifo (1942) e O Homem Revoltado (1951), procedo a partir de um duplo movimento para pensar a problemática da história em Camus. Primeiro, identifica-se uma concepção temporal do instante-presente como central à modalização temporal camusiana, derivando-se desta temporalização uma compreensão acerca da historicidade que, tributária a uma fenomenologia existencial da experiência, indica dois horizontes de limitação e efetivação à ação humana (mundo/natureza e história). Em um segundo movimento, extraio os conteúdos teórico, ideológico e ético-político do pensamento camusiano sobre/contra a história, derivando um conjunto triplo de (não)sentidos: (i) uma elaboração da ausência de sentido em potencial da história, ou seja, a absurdidade-da-história como pressuposto teórico; (ii) um conceito de história pelo vetor da negativação do sentido, História-Terror vampirizadora do humano e linha de frente das desmedidas da modernidade; (iii) um conceito de história pelo vetor da positivação do sentido, uma história-revoltada-resistente vinculada à partilha ontológica da solidariedade e de afetos capaz da criação imanente de valores éticos orientadores e libertadores da potência existencial da ação humana, associando à solidariedade metafísica do revoltado uma correlata solidariedade histórica, forjada no duplo movimento de recusa quanto às formas de morticínio e afirmação na luta por formas possíveis de humanização dos sujeitos em tempos de catástrofe. Assim, as condições de possibilidade e inteligibilidade do pensamento camusiano sobre a história estão vinculadas a uma série de correlações entrelaçadas, conformando uma espécie de horizonte hermenêutico subjacente a seus escritos e que indica o diálogo entre elementos biográficos, sócio-políticos e intelectuais. Teoricamente, esta comunicação possui como norte as reflexões de Dominick LaCapra, Paul Ricoeur, Reinhart Koselleck e David Carr acerca das relações entre fenomenologia da temporalidade e da história, caráter discursivo da linguagem e hermenêutica, temporalização narrativa e experiência temporal, bem como interlocuções entre história intelectual e teoria da história. Com isso, destaco que além de um pensador do absurdo e da revolta, Camus foi um pensador da/contra a história, fornecendo-nos uma perspectiva teórica para pensar a história pela angulação existencial.
Título do Evento
IV EPETH - Encontro de Pesquisa em Teoria da História e História da Historiografia
Cidade do Evento
Porto Alegre
Título dos Anais do Evento
Anais do EPETH - Encontro de Pesquisa em Teoria da História e História da Historiografia
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ATHAYDE, CRISTIAN BIANCHINI DE. ALBERT CAMUS E OS (NÃO)SENTIDOS DA HISTÓRIA: ENTRE PERSPECTIVAÇÃO TEÓRICA, CRÍTICA IDEOLÓGICA E ELABORAÇÃO ÉTICO-POLÍTICA... In: Anais do EPETH - Encontro de Pesquisa em Teoria da História e História da Historiografia. Anais...Porto Alegre(RS) UFRGS, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/epeth2023/661981-ALBERT-CAMUS-E-OS-(NAO)SENTIDOS-DA-HISTORIA--ENTRE-PERSPECTIVACAO-TEORICA-CRITICA-IDEOLOGICA-E-ELABORACAO-ETICO-. Acesso em: 03/06/2025

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