BRANQUITUDE, RACISMO ESTRUTURAL E FORMA SOCIAL - DIVERGÊNCIAS EPISTEMOLÓGICAS E SEUS IMPACTOS NA COMUNICAÇÃO

Publicado em 02/05/2024 - ISBN: 978-65-272-0414-5

Título do Trabalho
BRANQUITUDE, RACISMO ESTRUTURAL E FORMA SOCIAL - DIVERGÊNCIAS EPISTEMOLÓGICAS E SEUS IMPACTOS NA COMUNICAÇÃO
Autores
  • Lígia Isis Pinto Bernar
  • Raissa Lennon Nascimento Sousa
  • Janine Bargas
  • Danila Gentil Rodriguez Cal Lage
Modalidade
Resumo Expandido
Área temática
GT 4 - Comunicação e Interseccionalidades: raça, gênero e sexualidades plurais
Data de Publicação
02/05/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/epca2023/756320-branquitude-racismo-estrutural-e-forma-social---divergencias-epistemologicas-e-seus-impactos-na-comunicacao
ISBN
978-65-272-0414-5
Palavras-Chave
Branquitude, Racismo, Forma Social, Comunicação
Resumo
No campo de estudos da comunicação e suas interseccionalidades, observamos uma certa resistência da comunidade acadêmica em propor outras formas de pensar sobre um determinado problema ou objeto por considerarem que autores com vasto e consolidado currículo não podem ser questionados ou receber outras contribuições epistêmicas para compreender um determinado fenômeno social e comunicacional. O objetivo do artigo é contribuir para um debate sobre as divergências epistemológicas envolvendo os conceitos de racismo estrutural (ALMEIDA, 2020), forma social escravista (SODRÉ, 2023) e branquitude estrutural (CAMPOS, 2023), sem pretensão de produzir uma verdade absoluta sobre o tema. Em outras palavras, o trabalho propõe uma perspectiva da comunicação para dissertar sobre um possível “imbróglio teórico”, e suas divergências epistemológicas, para compreender as questões raciais brasileiras em três focos principais, objetos de nosso estudo: 1- a branquitude estrutura o racismo, pois historicamente a raça e o racismo têm origem no colonialismo eurocêntrico e branco, além de ter se intensificado pela política de branqueamento (AMADOR DE DEUS, 2008) da sociedade brasileira; 2- O racismo é organizado pelas estruturas do Estado, nas quais as pessoas brancas têm mais privilégios e ocupam, em sua maioria, os espaços de poder; e 3- forma social escravista - é o termo que mais se aproxima conceitualmente, de acordo com Muniz Sodré - para explicar como funciona o racismo no Brasil, que mantém a escravidão como ideia e discriminação institucional, em uma sociedade que gostaria de se ver branca, europeia, cristã e com recursos linguísticos, psicossociais, subjetivos e comunicacionais desenvolvidos a partir dessa forma social escravista. Para compreender essas proposições teóricas, a metodologia será a realização de uma revisão de literatura teórica e crítica para comparar as obras de Sodré (2023), Campos (2023) e Almeida (2020) e, ainda, conectá-las com as pesquisas dos (as) principais autores (as) da relação da comunicação com a branquitude e o racismo no Brasil. Essas divergências conceituais iniciaram quando Sodré (2023), em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, para promover o livro “O fascismo da cor - uma radiografia do racismo nacional”, revelou que o conceito de racismo estrutural, cunhado por Silvio Almeida (2020) explica, de forma apenas parcial, a condição racial que a sociedade brasileira experimenta. Já para Almeida (2020), o racismo organiza-se a partir das estruturas do Estado. “É por meio do Estado que a classificação de pessoas e a divisão dos indivíduos em classes e grupos é realizada” (ALMEIDA, 2020, posição 793). E, para Deivison Campos (2023, p. 3), a branquitude é “a relação de poder historicamente construída, de mais longa duração. (...) o racismo, mesmo estruturante de relações, práticas e sentidos sociais, é consequência dessa relação de poder estrutural”. Portanto, entender a raiz das consequências das relações sociais interraciais e suas dimensões epistemológicas é um desafio teórico necessário, que pode contribuir para debates e posicionamentos antirracistas no campo comunicacional, ainda muito colonialista. Referências Aceito a expressão, mas racismo não é estrutural no Brasil, diz Muniz Sodré. Folha de SP. Disponível em: https://bitlybr.com/udGts. Acesso em: 16/10/2023. ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Editora Jandaíra, 2020. Feminismos Plurais/coordenação de Djamila Ribeiro. (versão kindle) AMADOR, Zélia. OS HERDEIROS DE ANANSE: movimento negro, ações afirmativas, cotas para negros na universidade. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Pará, Belém, 2008. CAMPOS, Deivison. REVISIONISMO, SEPARATISMO E XENOFOBIA: pensando a branquitude a partir do Rio Grande do Sul. 32º Encontro Anual da Compós, Universidade de São Paulo (USP). São Paulo, 03 a 07 de julho de 2023. SODRÉ, Muniz. O fascismo da cor: uma radiografia do racismo nacional. Petrópolis: Editora Vozes, 2023.
Título do Evento
VI Encontro de Pesquisa em Comunicação na Amazônia
Cidade do Evento
Belém
Título dos Anais do Evento
Anais do VI Encontro de Pesquisa em Comunicação na Amazônia
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BERNAR, Lígia Isis Pinto et al.. BRANQUITUDE, RACISMO ESTRUTURAL E FORMA SOCIAL - DIVERGÊNCIAS EPISTEMOLÓGICAS E SEUS IMPACTOS NA COMUNICAÇÃO.. In: Anais do VI Encontro de Pesquisa em Comunicação na Amazônia. Anais...Belém(PA) PPGCOM UFPA, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/epca2023/756320-BRANQUITUDE-RACISMO-ESTRUTURAL-E-FORMA-SOCIAL---DIVERGENCIAS-EPISTEMOLOGICAS-E-SEUS-IMPACTOS-NA-COMUNICACAO. Acesso em: 29/05/2025

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