ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

Publicado em 03/01/2023 - ISBN: 978-85-5722-522-0

Título do Trabalho
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
Autores
  • Matheus de Freitas Lima
  • MAYANE MAGALHÃES SANTOS
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
Data de Publicação
03/01/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2022/502480-atuacao-do-enfermeiro-na-prevencao-da-hipertensao-arterial
ISBN
978-85-5722-522-0
Palavras-Chave
Cuidados de Enfermagem; Promoção da Saúde; Hipertensão; Enfermagem.
Resumo
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica não transmissível (DCNT) definida por alterações de níveis pressóricos, em que a pressão arterial sistólica é igual ou superior a 140 mmHg e a diastólica igual ou superior a 90 mmHg (SBC, 2016). Dados de uma análise global abrangente das tendências na prevalência, detecção, tratamento e controle da hipertensão realizada pelo Imperial College London e a Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que houve um aumento de 650 milhões para 1,28 bilhões nos últimos 30 anos de pessoas com HAS, em que as mesmas desconheciam ter essa condição, afetando principalmente indivíduos com idade entre 30 a 79 anos (OPAS, 2021). Dados epidemiológicos brasileiros mostram que 24% dos indivíduos com 18 anos ou mais, entre as 27 capitais brasileiras alegam ser portados da HAS em 2019, sendo a mesma a mais frequente entre as doenças crônicas não transmissíveis com 38, 1 milhões de indivíduos nessa condição, sendo mais prevalente no sexo feminino com 27,3 % no total de mulheres no país do que no sexo masculino com 21,2 % de homens (PNS, 2019). A alta morbimortalidade associada à hipertensão, seu caráter crônico e o fato de ser assintomática por anos, tornou o problema um desafio aos sistemas saúde em todo o mundo, justificando esforços para sua detecção precoce e adequado controle, objetivando a redução ou evitar o surgimento de complicações cardíacas, cerebrovasculares, renais e arteriais periféricas (RAMOS et al., 2003; SORLIE et al., 2014). Nesse contexto os profissionais de saúde, em especial da atenção básica com destaque ao enfermeiro, tem função primordial nas estratégias do controle da HAS, como integrante da equipe de saúde, assume a corresponsabilidade das ações para a promoção da saúde e prevenção de riscos de agravos dessa doença, como no controle e acompanhamento do portador de HAS educando o paciente para o autocuidado com orientações no uso de medicamentos, complicações potenciais e na vigilância de fatores de riscos modificáveis do próprio indivíduo (COSTA et al., 2014). Objetivo: conhecer como o enfermeiro tem desenvolvido ações de promoção da saúde em indivíduos com hipertensão arterial e quais os fatores de risco associados HAS mais frequente nesses indivíduos. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura que apresenta publicações em relação ao tema de estudo, com a finalidade de colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que é escrito sobre determinado assunto. As pesquisas integrativas visam proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo (MENDES et al., 2017). Os critérios de inclusão estabelecidos para filtros na base de dados foram: publicações gratuitas e disponíveis na íntegra, que abordaram a temática em questão e atenderam aos objetivos propostos, da língua portuguesa e inglesa, dos últimos 10 anos. Foram excluídos da pesquisa teses, sínteses, dissertações, editoriais, e artigos em duplicidade nas bases de dados. A busca de dados foi realizada no primeiro trimestre do ano de 2022, conforme figura (1). Para seleção dos artigos que compõem esta revisão, foi realizada associação dos descritores em ciências da saúde (DeCs) e operador boleando “AND”, a saber: “Cuidados de Enfermagem” AND “Promoção da Saúde” AND “Hipertensão”. As estratégias de buscas foram aplicadas nas bases de dados: MEDLINE, LILACS e BDENF. Os artigos selecionados foram analisados a partir da leitura crítica dos conteúdos seguido de categorização. As informações extraídas foram organizadas e sumarizadas em quadro analítico apresentando autoria, título, periódico, ano de publicação, objetivo, metodologia utilizada e os principais resultados. Resultados: Dos 16 estudos elegíveis para compor este trabalho foram encontrados na língua portuguesa (n=12) e inglês (n=4). Pesquisas quantitativas (n=2), qualitativas (n=2), revisão de literatura (n=4) coorte (n= 1), paralelo convergente misto (n=1) relato de experiência (n=1), descritivo transversal (n=4). Os artigos que discorrem sobre as estratégias utilizadas por enfermeiros e os fatores de riscos comumente encontrados nesses indivíduos foram apresentados em quadro analítico e separados por categoria temática de acordo com os objetivos proposto I. Fatores de risco modificáveis mais frequentes em indivíduos com HAS; II. Estratégias utilizadas por enfermeiros. Discussão: Os dados evidenciados no presente estudo ressaltam a importância de iniciativas preventivas com foco em fatores modificáveis como a obesidade e sedentarismo, situações que também são encontradas em indivíduos que mesmo após o diagnóstico de HAS ainda mantem esses fatores de risco sem as devidas condutas. Portanto, as intervenções alimentares e os incentivos a programas de atividade física contribuem para mitigar e evitar os danos causados por hábitos de vida não saudáveis (BARRETO et al, 2013). Fatores como o uso de bebidas alcoólicas e tabagismo também se apresentam como fatores de risco, estima-se que cerca de 10-30 % dos indivíduos com HAS se dá pelo consumo exorbitante do álcool, o tabagista não se configura pelo uso do cigarro em si, mas também os tabagistas passivos, o uso de charutos, cachimbos, cigarro eletrônico e narguilé são considerados elementos centrais no risco do desenvolvimento da doença (BARROSO et al, 2020). Outro fator de destaque é a faixa etária mais acometida, os idosos, o que também foi identificado na pesquisa realizada pelo banco de dados da Pesquisa Nacional em Saúde com diagnóstico médico de hipertensão arterial, a faixa etária com maior prevalência fica entre 65-74 anos com (56,6%), na análise de gênero, verificou-se que a proporção é maior em mulheres (26,4%) foi superior à de homens (34,55%) dos idosos (PNS, 2020). Em relação as estratégias utilizadas, destaca-se as atividades de educação em saúde como instrumento da prática profissional do enfermeiro, que foi apontado na pesquisa de revisão com 19 artigos selecionados, que por meio das ações educativas os pacientes começam a desenvolver hábitos que contribuem para uma melhor qualidade de vida (COSTA et al, 2020). Diante das dificuldades que o profissional enfermeiro encontra para a implementação das práticas educativas em saúde, um estudo que buscou identificar os fatores que influenciam a implementação dessas práticas para a promoção da saúde, emergiu itens como: sobrecarga de trabalho, alta demanda de atendimento, profissionais sem qualificação centrada em educação em saúde, déficit de profissionais, carga horaria excessiva e falta de estrutura física das unidades (RAMOS et al, 2018). Em relação ao que se concerne as limitações deste estudo, tratando-se de uma busca na base de dados pode haver sub-registros além das amostras estudadas os dados coletados são autorrelatados isso implica uma subestimação da verdadeira prevalência dos fatores de risco presentes nos indivíduos. Conclusão: Após a análise delineada dos estudos nessa pesquisa, observou-se que o enfermeiro possui um papel primordial frente a hipertensão arterial na busca prevenir os agravamentos causados pela HAS, atuando na promoção e prevenção da saúde em indivíduos com fatores de risco preexistentes. Os fatores de risco modificáveis comumente encontrados como: obesidade, sedentarismo, etilismo e tabagismo podem ser passiveis de intervenção pelo enfermeiro, por meio das estratégias de estimulo a adoção de melhores hábitos de vida, no entanto, para que essas mudanças sejam alcançadas o enfermeiro e o paciente precisam estar envolvidos em prol desse objetivo. Percebe-se que o enfermeiro tem atuado principalmente por meio de ações de educação em saúde, iniciativa que traz pontos positivos ao indivíduo no processo saúde-doença levando informações e sanando dúvidas quanto as ações de prevenção e promoção de saúde mais adequada para essa população, como a adesão do tratamento não farmacológico. Desta forma este estudo buscou trazer contribuições para comunidade acadêmica e aos profissionais enfermeiros, notando-se que é necessário maior investimento na capacitação e preparação dos profissionais para que utilizem estratégias atrativas de sensibilização à promoção de saúde em indivíduos com HAS. Outro sim, o envolvimento de toda equipe multiprofissional de saúde caracteriza-se como o fortalecimento de todas as ações que são desempenhadas em prol da sensibilização desses indivíduos. Referências: BARRETO, A. B. R. et al. Obesidade e sedentarismo: fatores de risco para doença cardiovascular. Com. Ciências Saúde. 2013; 24(4): 375-384. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/ccs/obesidade_sedentarismo_fatores_risco_cardiovascular.pdf. Acesso em: 20/04/2022. BARROSO WKS, RODRIGUES CIS, BORTOLOTTO LA, MOTA-GOMES MA, BRANDÃO AA, FEITOSA ADM, et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol. 2021; 116(3):516-658. 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Título do Evento
3º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2022
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

LIMA, Matheus de Freitas; SANTOS, MAYANE MAGALHÃES. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL.. In: Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.. Anais...Campo Grande(MS) Rua Abrão Júlio Rahe, 325, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2022/502480-ATUACAO-DO-ENFERMEIRO-NA-PREVENCAO-DA-HIPERTENSAO-ARTERIAL. Acesso em: 06/07/2025

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